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Kakucho, Chifuyu, Kai, Sanzu e Ran estavam em roda, como se quisessem que o que estivesse no meio não fosse visto pelos outros, o que era o caso

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Kakucho, Chifuyu, Kai, Sanzu e Ran estavam em roda, como se quisessem que o que estivesse no meio não fosse visto pelos outros, o que era o caso. Takemichi estava sentado abraçado nas próprias pernas com o olhar perdido. Kai fez questão de avisar cada um, separadamente e em grupo na reunião bonten: Takemichi era apegado a Shinichiro mais do que a qualquer outra pessoa.

E isso era desde antes de ele sequer sonhar em ser adotado pela família Hanagaki, quando ele chegou o cargo mais importante na vida de Takemichi já havia a anos sido preenchida. Shinichiro sempre foi o primeiro em qualquer coisa para o Tita.

Ele disse a todos pelo motivo mais obvio possível, Takemichi Hanagaki era sensível para qualquer coisa que afetasse Shinichiro Sano. Se os inimigos de Tita achavam que ele era um monstro deviam ver quando o sano era colocado no meio. Takemichi era o segundo assassino apenas porque o primeiro sempre seria o Rei, mesmo ele não sendo o mais forte. Masaru Sano era o mais forte, se seu filho fosse tirado da jogada.

E isso não era apenas achismo. Takemichi conseguiu superar a resistência irreal de Tita Blindado, o que já era pareô naturalmente, mas bastava o nome do noivo ser citado do jeito certo e ninguém conseguiria pará-lo.

Então Kai estava puto, porque ele avisou. Ele lembrou Izana que deveria mandar Hansen atirar apenas quando Takemichi não estivesse perto. Sendo ou não um plano que o Hanagaki estava ciente, Shinichiro estando ou não apenas dormindo naquela maca enquanto pessoas que não mais participariam da sua vida se despediam, o sucessor da Yakuza se afetaria. Se afetaria se visse qualquer coisa que causasse, mesmo momentâneo, sofrimento no amado.

Foi o caso. Hansen atirou em Shinichiro no meio da rua, não na oficina, duas da tarde, não quatro, com Takemichi ao seu lado, não longe da S.S Motors.

Shion chegou em seguida na cena e até ele ficou paralisado de medo pelo olhar que Takemichi lançou a eles, mas por sorte seu foco continuou em Shinichiro por tempo o suficiente para que os dois saíssem. O Madarame disse que conseguiu seguir Hansen até certo ponto porque o mais velho se mijou de medo de que o Hangaki fosse para cima dele e deixou um rastro por bons metros, mas após isso não sabia onde ele tinha ido.

E agora Takemichi estava com uma aparência de acabado sendo cercado pelos melhores amigos. Eles estavam ali para mostrar apoio, para lembrar que aquele não era o fim e Shinichiro não havia verdadeiramente morrido – ao menos por Bonten – e para garantir que mais ninguém chegasse perto de Takemichi, pois se ele fosse importunado as coisas podiam transbordar e ninguém ali sabia dizer se ele sairia socando tudo ou apenas choraria.

— Vocês estão me sufocando — A voz do moreno saiu baixa — Saiam.

— Take...

Sanzu, Kai e Ran se afastaram com pouca hesitação, indo para o lado de fora aonde Wakasa e Benkei estavam. Kakucho e Chifuyu mais relutantes, por motivos distintos. Chifuyu por não saber que a morte não era real, Kakucho por conhecer o temperamento de Takemichi o suficiente para temer que ele achasse que era o suficiente e fosse até Shinichiro e o estapeasse para acordar.

— Chi-chan, você não disse que Kei-chan estava aqui, cadê ele?

— Ele tá... — Chifuyu olhou e suspirou — Não sei aonde ele foi, vou procurar.

— Daqui a poucas horas os dois estarão na casa de Kai, não precisa ficar com essa cara. Ele está bem, sabe disso — Kakucho murmurou quando o Matsuno se afastou.

— Foi desesperador Kaku. Ele poderia mesmo estar morto nesse momento se não tivéssemos nos preparado antes de sair da casa do tio Mansaku como era o planejado. E ele não podia me responder, eu não sabia que tinha dado certo o plano até duas horas depois. Você tem noção disso? Duas horas que eu não sabia se tinha mesmo perdido ele por causa do idiota que não seguiu à risca o que foi mandado fazer.

— Mas deu certo.

— Passe duas horas esperando uma mensagem, sem saber se a pessoa que você ama está viva ou morta, com sua última visão sendo ele cheio de sangue. É a coisa que eu mais agoniante do mundo.

— Eu imagino como seja.

— Imaginar não é a mesma coisa Kaku. Só, por favor, me deixe sozinho um pouco.

— Ele está bem Take. Está vivo. Estará com você logo.

Kakucho se afastou após isso. Takemichi voltou a apoiar o queixo no joelho e olhar para Shinichiro. Viu quando Emma se aproximou dele chorando e Mansaku a consolou. Não respondeu o cumprimento do mais velho, apesar de ter escutado suas palavras. Não estava com cabeça para interagir ou falar com alguém no momento.

Sabia que não era verdade, sabia que ele estava vivo, bem. Mas não deixava de ser doloroso sequer pensar que tudo poderia ter dado errado.

Escutou vozes se aproximando, não ligou. Na verdade preferiu ignorar qualquer barulho que viesse a chegar naquela sala. Ele precisava que os outros o vissem vivendo um luto, ele estava fazendo o papel muito bem.

Mas o barulho começou a ficar mais alto.

— Calem a boca — Takemichi pediu alto o suficiente para ser ouvido por qualquer pessoa, sabendo que seria o suficiente para um dos seus amigos ir resolver.

— Ele está aqui?! Esse desgraçado está aqui?!

Takemichi reconheceu a voz de Mikey e apenas fechou os olhos e suspirou. Decidido a ignorar Manjiro e, com sorte, ele faria consigo. Mas a sorte não estava ao seu lado porque sentiu o punho do desgraçado em sua bochecha com força o suficiente para o fazer quase cair na cadeira.

— É sua culpa! — Antes que Mikey pudesse fazer qualquer outro movimento todos a sua volta sacaram armas e apontaram para sua cabeça. O mais novo rosnou.

— Ouse pensar em encostar no meu chefe e eu meto uma bala na tua cabeça pra fazer teus miolos começarem a ter algum sentido melhor — Hakkai foi quem pronunciou a ameaça. Takemichi passou a mão na bochecha em uma massagem curta e voltou a mesma posição.

— É sua culpa — Apesar de mais contido Mikey ainda tinha o tom acusatório. Baji e Draken chegaram na sala nesse momento — Foi você que o matou. Não importa se puxou o gatilho ou não. Como pode dizer que o amava se fez isso com ele?!

— Você está certo — Isso pareceu pegar Mikey de surpresa. Ele piscou e perdeu a postura ameaçadora para uma confusa — Ora Mikey-san, estava me acusando da boca para fora? Bem, me deixe confirmar. Você está certo. A culpa é minha — Takemichi tombou a cabeça ainda sem o olhar, mas todos sentiram a mudança em sua aura — Mas adivinha só? A culpa sempre foi e sempre será minha para absolutamente tudo a minha volta, afinal, eu que mando aqui.

— Você...

— Se despeça do seu irmão e me deixe em paz Manjiro Sano — Takemichi se levantou e alinhou a roupa. Saiu da sala o mais rápido que conseguiu.

Que os outros vivessem seus lutos. Era os últimos momentos de Mikey com seu irmão e ele não atrapalharia isso. Não. Ele teria Shinichiro pelo resto de sua vida.

 Ele teria Shinichiro pelo resto de sua vida

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Eu que mando aquiOnde histórias criam vida. Descubra agora