Mais ninguém

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Mais Ninguém by Banda do mar

Atrasadinho como toda a fic está mas veio aí o capítulo do carnaval em Recife. Não revisei pra postar mais rápido pra vocês, paciência se tiver erros.

...

Recife - Carnaval

Júlia POV

Bufei quando mais um casal de mão dadas passou na minha frente, desviei o olhar e tentei me concentrar no cantor nordestino que estava no trio elétrico há alguns metros de distância, eu não conhecia a música, não sabia dançar, não tinha companhia... pra quê eu aceitei vir nesse carnaval? Só tem casal aqui! Eu não ia odiar dessa forma se Roberta tivesse aqui comigo, ia amar curtir uma festa assim com ela.

Olhei de lado e vi Rosa e Carol abraçadas mais perto de mim, sorri pra interação delas, o jeito que se olhavam, que conversavam quase que por pensamento, como riam juntas como se fossem duas adolescentes que acabaram de se conhecer, tinham um ar natural e bonito sobre elas. Confesso, tive inveja delas naquele momento, elas eram sortudas de jogarem juntas, era injusto. Respirei fundo e meu estômago tremeu como se indicasse choro, engoli em seco e dei mais um gole na minha latinha de cerveja pra tentar me animar mais.

"Rebeca, olha ali que legal aquela fantasia." Me virei pra trás e vi uma cena engraçada, Rebeca estava aos beijos com um cara do mesmo tamanho dela (sorte dela), e Mesquita cutucava ela pra olhar algo no meio da galera. Rebeca abraçou o cara e olhou pra onde Camila apontava, não vendo nada demais, logo voltando pra sua sessão de beijos. "Você nem viu direito, olha lá!" Ela voltou a cutucar a central que só empurrou a mais baixa com a mão sem parar o que estava fazendo. "Af!" Bufou cruzando os braços olhando fixamente pros dois.

Eu ri dela e resolvi salvar minha amiga de um estresse maior. Andei até a oposta e passei meu braço ao redor de seus ombros pra arrasta-la de perto de Rebeca, ela já cheirava a bebida, me perguntei se eu também.

"Me mostra essa fantasia." Pedi andando com ela pra longe das outras, ela sorriu pra mim e apontou pro meio de todo mundo. Era um cara com asas amarelas e uma roupa de abelha... realmente achei que seria algo maior pelo seu desespero de mostrar. "Ahh legal."

"Você não viu, olha o ferrão!" Ela apontou pra bunda do rapaz que ao invés de ter algo pontiagudo como parte da fantasia era um... pinto... de plástico. Eu levei a mão à boca e olhei pra Camila que me olhava com expectativa, juro que esperei por tudo menos por isso. Explodi em uma gargalhada e ela me acompanhou. "Tá vendo! Eu sabia que era engraçado!" Ela roubou minha latinha e deu um gole, logo me devolvendo. "Preciso comprar mais." Avisou se afastando de mim e indo até um cara com isopor pra comprar uma latinha igual a minha.

"Quantas você já bebeu? Não tá demais?" Eu não conhecia ela, não sabia o quanto ela era acostumada a beber. Quer dizer, eu conhecia a Camila só que quando jogávamos juntas, eu não tinha idade pra ficar acompanhando elas em bares.

"Relaxa, Juju! É carnaval, porra! E eu não sou você que começou a beber ontem, eu aguento." Empinou o nariz e eu franzi o cenho.

"Eu não comecei a beber ontem, eu aguento cinco latinhas." Falei orgulhosa de mim mesma e ela soltou uma risada pelo nariz. "Seis." Aumentei o número.

"Pago pra ver." Ela falou e pegou outra latinha no isopor do moço e deu o dinheiro pra ele. "Seis latinhas até o fim da noite."

"Mas eu já bebi duas." Falei receosa de pegar a lata

"E eu já bebi quatro." Rebateu. Abriu sua latinha e foi ousada ao abrir a minha também, agora eu tinha duas latas de cerveja na mão. "Seis, valendo cinquenta, quem não aguentar perde." Ela levantou sua lata pedindo por um brinde.

Sereia.Where stories live. Discover now