Fica Tudo Bem

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Fica tudo bem by Silva, Anitta

Desculpa a demoraaaaa, preguiça é o meu mal!

Esse é mais uma introdução a nova rotina delas pra vocês pegarem a visão de como vão ser os próximos meses.


...

Júlia POV

"Eu te vejo dia 20, então?" Ela perguntou com uma mão na minha cintura pronta pra me puxar pra um beijo.

"Sim, depois do jogo." Falávamos de uma data daqui há uns 13 dias, onde eu ia ter meu primeiro jogo da temporada, como era contra o Bergamo, eu conseguia vê-la em Milão após o jogo, ela teria jogo em casa e também estaria livre depois. Ao invés do beijo, a puxei pra um abraço. "Tô nervosa, confesso." Eu não era tão próxima de Gabi e ter só ela de conhecida no time me assustava um pouco.

Eu joguei minha vida toda no Minas, sério, nunca participei de outro time, lá é tudo o que eu conheço sobre vôlei. Na minha cabeça, clube traz amizades, o trabalho compensa porque suas amigas estão com você sempre, nos vemos depois dos treinos, visitamos a cada uma da outra e temos uma ligação a mais que o esporte. Roberta já me adiantou que jogar fora do país é diferente, no começo principalmente, então por mais que eu estivesse preparada pra uma temporada mais fria, eu estava nervosa.

"Vai dar tudo certo, linda, Gabi vai tá com você sempre, ela falou que tem muitas meninas da sua idade no time, só seja você que elas vão te adorar."

"Se eu gritar, você vai lá me socorrer?" Amassei sua camisa na minha mão querendo perdurar aquele momento.

"Em três horas chego." Respondeu e eu ri baixinho. "Vai, você tem que ir." Saiu do abraço segurando em meu ombro. Abaixei a cabeça não querendo ir embora. "Ju, confia em mim, vai ficar tudo bem."

"E se ninguém falar inglês?"

"Amor, só tem gringa no teu time, elas sabem falar inglês." Refutou meu comentário e eu dei de ombros. "Não fica assim, linda, eu tenho certeza que você vai amar o lugar, vai amar a Itália... e a gente tá pertinho agora... não faz essa carinha, Ju!" Ela me abraçou de novo quando fiz bico, sorri. Eu tenho essa mulher nas mãos. Nos abraçamos por longos minutos, ela acariciando minhas costas e me dizendo palavras reconfortantes enquanto eu me aproveitava do cheirinho dela por mais um tempo. "Vai, o cara tá te esperando." Apontou discretamente pro motorista da van que iria me levar pro clube, acompanhado de duas outras jogadoras americanas que também tinha chegado agora.

"Não esquece de mim." Falei segurando seu rosto pra dar alguns selinhos seguidos. Ela riu.

"Impossível." Ela limpou meu queixo e empurrou meu carrinho de mala pra mim, seguimos até o motorista, eu agarrada em seu braço parecendo filha que não quer ir na viagem da escola. Ela tirou sua única mala do carrinho e deixou minhas outras três. Agora sim, demos nosso último abraço. "Me liga quando chegar no apartamento. Te amo." Beijou meu pescoço e me soltou, já andando pra longe pra eu não grudar igual carrapato de novo.

Assisti ela andar pra outra saída do aeroporto onde iria pegar um táxi até seu apartamento na cidade, toda independente e italiana, fez tudo sozinha. Olhei sem graça pro motorista e pras outras duas americanas e acenei dizendo que podíamos ir.

"Júlia, né?" A loira perguntou, eu sabia quem elas eram mas elas iriam me perdoar porque eu não guardava nome de ninguém. Eu só sabia três nomes no Conegliano, Haak, Gabi e Santarelli, até lembrava da DeGennaro mas ela aposentou.

Eu assenti timidamente enquanto empurrava meu carrinho. "Kathryn, essa é a Khalia." Se apresentou e eu ainda fiquei olhando meio desconfiada porque não conhecia elas por esse nome. "Plummer e Lanier." Acho que minha cara entregou minha confusão e eu sorri sem graça. A outra tinha tirado os fones pra interagir.

Sereia.Where stories live. Discover now