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A luz da manhã já se infiltrava pelácida pelos vitrais do dormitório da Sonserina, desenhando padrões no chão de pedra e lançando uma luminosidade através das águas serenas pelo quarto. Sn despertou para o novo dia, seus olhos varrendo o ambiente familiar em busca dos habituais sinais da presença de sua companheira. A cama de Pansy estava arrumada, vazia, um indicativo claro de que ela já havia se lançado às atividades do dia, deixando para trás o silêncio da noite anterior.

Contudo, ao lado de Sn, o espaço estava tudo menos vazio. Mattheo, num contraste absoluto com a ordem meticulosa de Pansy, ocupava a cama com uma desordem cativante, agarrado ao braço de Sn como quem se segura a um travesseiro em busca de conforto. A proximidade forçada arrancou de Sn uma decisão imediata; com um movimento brusco, libertou-se do aperto de Mattheo, considerando por um breve instante a ideia de expulsá-lo da cama.

Contudo, a inércia matinal suavizou seu ímpeto, poupando Mattheo de um despertar abrupto e, provavelmente, doloroso.

A reação de Mattheo ao despertar foi a de quem ainda estava profundamente mergulhado nos resquícios de um sonho. "Mais 5 minutos, Sn, não saia daqui, a cama vai ficar fria," murmurou ele, a voz embargada pela sonolência, estendendo a mão para trazer Sn de volta ao calor dos cobertores.

A resposta de Sn foi imediata, marcada por um humor matinal que raramente mostrava misericórdia. Com uma determinação afiada pela irritação de ter seu espaço invadido, ela se levantou e, num gesto quase teatral, arrancou os cobertores de Mattheo, deixando-o exposto ao ar mais fresco da manhã. "Se quer dormir, durma na sua cama," declarou ela, as palavras carregadas com um misto de autoridade e exasperação.

A surpresa atravessou o semblante de Mattheo, um misto de desconforto e resignação se moldando em sua expressão enquanto ele se agarrava às bordas da cama, buscando inutilmente reaver algum vestígio do calor perdido. O momento, embora breve, ilustrava perfeitamente a dinâmica singular entre os dois, um equilíbrio instável entre camaradagem e conflito, moldado por situações inusitadas como aquela manhã inesperada.

Com o cobertor agora firmemente em suas mãos, Sn encarou Mattheo, desafiadora, uma clara indicação de que a paciência para com as suas excentricidades tinha seus limites. E enquanto Mattheo se arrastava preguiçosamente para fora da cama, um sorriso relutante finalmente surgia nos lábios de Sn, um reconhecimento tácito de que, apesar de todas as irritações e inconvenientes, havia algo profundamente familiar e reconfortante naquela constante troca de provocações.

Mattheo se apressava em vestir sua blusa indo em direção ao banheiro, apressado pelo iminente retorno à normalidade após uma noite atípica. "Não saia daí, vou me trocar," Sn elevou a voz, garantindo que Mattheo, agora confinado no banheiro, pudesse ouvi-la claramente. A urgência em sua voz era um lembrete palpável da peculiaridade da situação em que se encontravam.

Minutos arrastaram-se com a lentidão característica das primeiras horas do dia, cada segundo carregado de antecipação e leve ansiedade. Finalmente, vestido e pronto para enfrentar o dia, Mattheo espiou cautelosamente pelo corredor antes de tentar fazer sua saída discreta. No entanto, o que ele viu o fez recuar imediatamente, seu rosto tornando-se um retrato de surpresa e alarme. "O seu pai está no corredor," ele sussurrou para Sn, os olhos arregalados refletindo a gravidade do encontro inesperado.

A reação de Sn foi instantânea, um misto de sarcasmo e desafio brilhando em seus olhos. "Quer que eu chame ele, Riddle? Acho que você está precisando de um sermão matinal," ela provocou, bem ciente da posição desconfortável em que isso colocava Mattheo. Era do conhecimento de todos que Severo Snape, com sua postura severa e expectativas rígidas, não via com bons olhos a frequente invasão dos limites impostos pela etiqueta de Hogwarts, especialmente quando se tratava do dormitório de sua filha.

As visitas noturnas e a permanência prolongada dos amigos no quarto de Sn já haviam sido motivo de controvérsia em casa, e a perspectiva de enfrentar o olhar inquisidor do professor Snape tão cedo na manhã não era algo que Mattheo ou qualquer outro dos amigos de Sn desejasse ardentemente.

Contudo, para Sn, a presença de seus amigos era uma constante tão enraizada em sua rotina que a desaprovação paterna pouco fazia para dissuadí-la. O dilema de Mattheo, portanto, arrancou dela não preocupação, mas uma diversão maliciosa pela situação incômoda em que ele se encontrava.

Perante o impasse, e com a perspectiva de um encontro desagradável pairando sobre ele, Mattheo não tinha muitas opções. A necessidade de manter a discrição e evitar um confronto direto com o professor Snape obrigou-o a ponderar suas próximas ações cuidadosamente. A cumplicidade entre ele e Sn, fortalecida por anos de amizade e travessuras compartilhadas, era agora posta à prova sob circunstâncias menos que ideais.

O quarto de Sn agora estava em silêncio, apenas os ecos das últimas palavras trocadas com Mattheo preenchendo o espaço. "Vai, Mattheo, abre a porta e vai logo embora," disse ela, despachando-o com uma mistura de urgência e irritação. "Pirralha," foi a resposta de Mattheo, carregada de afeto disfarçado de desdém, antes de ele desaparecer, fechando a porta lentamente atrás de si.

Sozinha, Sn se permitiu um momento para respirar, para absorver a quietude antes de se dedicar às tarefas mundanas que a aguardavam. Rapidamente, ela fez a cama, movendo-se com a eficiência de quem conhece cada canto do próprio espaço. Mas, enquanto colocava tudo em ordem, seu olhar captou algo que deslocava o ambiente da normalidade para o domínio do sinistro: uma carta. Mais uma daquelas cartas, colocada com uma precisão que desafiava a casualidade na mesinha de cabeceira.

Por um breve instante, Sn ponderou a possibilidade de aquilo ser apenas uma peça pregada por um colega de escola, talvez a "vaca loira oxigenada da Corvinal", como ela desdenhosamente pensou. Mas o conteúdo anterior das cartas – fotos específicas, encontros cara a cara– desafiava a ideia de uma simples brincadeira estudantil.

Com um suspiro, Sn decidiu que não ignoraria ou destruiria esta carta, como fizera com as anteriores. Ela precisava enfrentar o que quer que fosse, entender o propósito por trás dessas mensagens perturbadoras.

Abrindo a carta, seus olhos rapidamente devoraram as palavras, cada sílaba cortando a esperança de que o pesadelo tivesse acabado: "Dumbledore é um mentiroso, eu continuo aqui princesa. Pare de me ignorar, eu sei exatamente onde estão indo parar todas as cartas que tenho enviado."

O sangue de Sn gelou. A ameaça era clara, direta e, acima de tudo, pessoal. Alguém, escondido nas sombras da vida cotidiana de Hogwarts, continuava a observá-la, a estudá-la. O fato de o remetente saber sobre o destino das cartas anteriores revelava um nível de vigilância que Sn não tinha considerado até agora. Ela estava sendo observada mais de perto do que jamais imaginou.

A afirmação de que "Dumbledore é um mentiroso" ecoava em sua mente, uma sugestão de que a segurança prometida pelo venerável diretor talvez fosse uma ilusão. A realidade apresentava-se como um labirinto muito mais complexo e perigoso do que se acreditava, e Sn estava no centro dele, vulnerável e incerta sobre como navegar pelos caminhos sombrios que se desenrolavam à sua frente.

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₊ ⊹ . 𝗚𝗛𝗢𝗦𝗧𝗙𝗔𝗖𝗘 - 𝘛𝘩𝘦𝘰𝘥𝘰𝘳𝘦 𝘕𝘰𝘵𝘵 ⁺¹⁸Where stories live. Discover now