Incompleto

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Dois meses depois
Clara narrando- o tempo tá passando e a Vivi não acorda, os médicos não dão esperanças, pelo contrário dizem que ela pode parar a qualquer momento. Como vou ter fé e acreditar que ela vai acordar, se todos os fatos vão contra.

Hoje é quarta feira, acordo cedo gravo uma publi pra subir mais tarde, crio uma dancinha pra promover o lançamento de uma música do MC Ryan, eu não sou a mais a mesma, não sinto mais vontade de fazer as coisas, tem dias que não sinto vontade nem de abrir o olho, más é quando eu tô trabalhando que eu esqueço um pouco o que tá acontecendo e se eu parar eu não sei o que vai ser de mim.

Assim que termino de gravar, tomo banho, me arrumo e vou para a UTI onde a Vivi tá internada. Entro no quarto, ela tá do mesmo jeitinho, imóvel.

Clara- Oi amiga, vim mais tarde hoje, tava gravando, eu não vou desistir, não vou parar, as vezes eu penso em parar, aí escuto a sua voz e não penso mais.

Eu me sinto uma idiota, não sei se ela me escuta, e no fundo eu acho que ela não escuta, se escutasse ela já tinha acordado.

Clara- O Henry tá tão lindo amiga, tá gordinho, tá esperto, não vou mentir pra você não, eu não botava fé que o Sombrio ia dar conta de cuidar do bebê não, más ele tá cuidando direitinho viu, aquele bandido ali tem suas qualidades, poucas mais tem. Eu e a Suelen estamos bem, tá meio escondido ainda, eu entendo, a morte do Guga é recente e eu tô de boa com isso, eu amo aquela a menina de verdade mesmo.

Não posso contar a parte que os pais dela assumiram tudo que é dela, a fábrica de maquiagem, os bens, as contas e tudo que ela conquistou a vida toda, inclusive a herança do maldito, que no papel ainda tava casado com ela, também não posso contar que eles nunca quiseram saber da existência do Henry, e que eles quase não vem aqui ver ela.

Clara- amiga, nada mais é como antes, o mundo perdeu a cor, perdeu o brilho, o sombrio tá sofrendo tanto, seus fãs tem enchido esse hospital de flores, de mensagens pedindo pra você acordar, eu sei que tudo tem um tempo, más não demora não amiga.

Beijo a mão dela, sento na poltrona, coloco uma música no celular pra ela ouvir, leio um livro que eu achei na Internet sobre o amor de um bandido por uma moradora da favela "Turano, samurai e aymê uma história de superação, que o amor do Sombrio e da vivi seja como o deles.

A noite eu me despeço da Vivi e vou para o morro, vou ver o Henry e a Suelen. Buzino na porta da casa da Suelen ela sai com um sorriso lindo e safado ao mesmo tempo.

Suelen- Oi??

Ela fala manhosa.

Clara- Oi, não ri assim pra mim que depois você não aguenta.

Suelen- eu que não aguento?

O Rugal sai.

Rugal- quem que não aguenta o que aí?

Sinto meu rosto arder de vergonha.

Clara- e aí velho Rugas, como vai?

Rugal- e aí Clara, tô de boa e tú?

Clara- tô indo.

Suelen- entra amor.

Rugal- entra aí pô, vou dar um peão na favela, e as duas ai juízo pode crê?

Desço do carro, aperto a mão do Rugal,ele sobe na moto e sai.

Suelen- entra!

Eu entro, fecho a porta, beijo ela com carinho.

Suelen- e aí como tá a Vivi.

Clara- na mesma, eu tô sem esperança já.

Suelen- meu pai tá aí né? Todo mundo achou que ele ia morrer e se não fosse pela Vivi que  voltou pra pegar meu pai eu nem sei, ela vai acordar amor!

O bebê do traficante Onde histórias criam vida. Descubra agora