III

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Após inventar uma desculpa 'mixuruca para senhora Jeon, o quarteto andava calmamente pelas ruas, os alfas estavam de mãos dadas andando atrás dos dois ômegas que conversavam baixinho com os braços entrelaçados, o alfa que costumava ser o mais manhosinho do quarteto agora soltava seus feromônios fraquinhos e suaves de lavanda. Era inevitável a preocupação do trisal com o ômega, que carregava uma feição tão abatida mesmo sem nenhum diagnóstico.

Quando chegaram próximos a uma farmácia, Jeno deixou sua mochila com os três garotos e entrou dentro do comércio, logo explicando a situação um tanto complicada para a farmacêutica que se apresentava simpática e compreensiva, explicando como o teste deveria ser feito e dependendo do resultado era de suma importância uma consulta médica, o alfa ouvia tudo atentamente, não gostava de ver seu amigo tão triste daquela forma.

O alfa saiu da farmácia, agradecendo brevemente a atendente simpática, indo de encontro com o trio que estava estranhamente quieto, passou o braço pela cintura de Donghyuck - quase como um meio abraço - e deu um sorrisinho que parecia dizer "Vai ficar tudo bem!", o ômega retribui bem fraquinho e sem graça.

Andaram por mais alguns minutinhos até chegarem em frente ao condomínio de Jeno, deixando um rápido aceno para o porteiro, subiram para o apartamento com pressa, quando chegaram na porta retiraram seus sapatos e jogaram as mochilas em qualquer canto, os ômegas correram imediatamente para o banheiro se trancando lá.

- Hyhy, independente do que esse teste der, saiba que eu vou estar com você para sempre, se der negativo tudo bem e se der positivo tudo bem também, você nunca estará sozinho! - Dizia o chinês baixinho enquanto encarava o amigo - Olha... eu vou sair, na hora que terminar me chame, sim? - O chinês apenas recebeu um aceno positivo do acastanhado e um abraço apertado antes de deixar os banheiro.

O silêncio pairava sobre o apartamento, parecia até mesmo que o trisal que estava esperando para saber se teriam ou não um filho, a tensão e a preocupação era perceptível, os alfas soltavam seus feromônios pelo ar que se misturavam em um cheiro estranho, os três saíram rapidamente de seus pensamentos quando ouviram o coreano chamar por Renjun, que correu até o banheiro e trancou a porta.

- Tudo bem... você quer que eu olhe? - perguntou incerto - Tá tudo bem se não quiser olhar agora, tudo no seu tempo, Hyuck...

- Eu... eu quero saber, Injun, você p-pode olhar para mim? Eu... estou nervoso - o coreano dizia com a voz falha e gaguejava durante o diálogo.

Renjun olhou mais uma vez para Donghyuck, esperando receber algum tipo de confirmação que logo foi concedida de uma forma meio incerta, o chinês se aproximou da caixinha e retirou o teste de dentro da mesma, logo tomando coragem para olhar o resultado, até que: - Hyuck... - Não teve coragem de completar e apenas virou o teste com as mãos trêmulas para que o amigo pudesse ver os dois tracinhos.

Positivo.

- Renjun... Eu não... - Donghyuck não teve tempo para finalizar a frase, um borrão preto e uma tontura se fizeram presentes, ele já não sentia mais as próprias pernas e não demorou muito para que ele caísse nos braços do amigo que não demorou muito para gritar pelos namorados em desespero.

[...]

O Lee acordou se sentindo meio dolorido, sua cabeça doía e ele só conseguia enxergar a luz forte do quarto branco, sentiu alguém se aproximar de sua cama e suspirar em alívio

- Fullsun! Por Deus, não me assuste assim! - Dizia o chinês baixinho em um tom preocupado- Como você está, hm?

- Me desculpe Ren... Onde eu estou? O que aconteceu? - perguntou se ajeitando para ficar sentando na cama - Eu tive um sonho muito louco onde eu fazia um teste de gravidez e dava positivo!

O ômega riu divertido vendo o amigo se afastar um pouco e coçar a nuca, e antes que ele pudesse falar algo, um enfermeiro alto e sorridente adentrou o quarto indo em sua direção.

- Boa tarde, Lee Donghyuck! Fico feliz que esteja bem e acordado, tenho algumas notícias para te dar - o enfermeiro dizia tudo sem tirar o sorriso do rosto, enquanto checava o soro do garoto

- O que eu tenho, doutor?

- Não se preocupe, não é nada muito grave, sua pressão está ótima e seu metabolismo também, você desmaiou por falta de algumas refeições nesse 'buchinho aí! Deve se precaver, já que agora come por dois - Riu simpático - E bom, essa é a outra notícia que preciso te dar, meus parabéns, Lee Donghyuck, você será papai!

Você será papai.

- Não! Não pode ser, doutor, isso deve estar errado, eu não posso! Minha mãe vai me matar, eu não... - O coreano jogava as palavras sem tempo para respirar, ele se desesperava, passava as mãos pelo rosto e puxava os cabelos, não demorou muito para que começasse a chorar descontroladamente, logo sendo consolado pelo amigo.

- Shh. Shh, vai ficar tudo bem, Hyhy! Eu e os meninos estamos aqui com você, não chore, por favor.

- Ren, minha mãe nunca aceitará isso e o Mark nunca assumiria o filho de um ômega como eu. - Donghyuck só conseguia pensar no pior, oque ele faria agora? Tinha um filho para sustentar e tinha apenas 18 anos, faltavam menos de seis meses para que terminasse a escola, não tinha um emprego e nenhuma fonte de renda, como cuidaria daquele bebê que crescia em seu ventre?

- Olha Hy, vai dar tudo certo, vou assinar sua alta e vamos para casa, sim? Lá decidimos tudo direitinho, vou chamar os meninos, fique aqui - O chinês dizia mansinho, depositando um beijinho na testa do amigo, deixando o quarto avisando sobre o ocorrido para os namorados que logo correram para ver o amigo.

[...]

A caminho da casa de Donghyuck, a viagem de táxi era silenciosa e pesada, o ômega ainda chorava baixinho no ombro de seus amigos, se sentia culpado e irresponsável. O mesmo havia pedido para que o trio de amigos o acompanhasse até sua casa para que ele pudesse contar para sua mãe sobre o pequeno - grande - problema.

Quando o táxi estacionou em frente ao largo jardim da casa que era decorado por belas tulipas e anões de jardim, Haechan sentiu suas pernas bambearem e o medo o atingir com força, respirou fundo e olhou para os amigos que o olhavam com feições de encorajamento, o coreano balançou a cabeça e seguiu em direção a porta e tocou a campainha, não tinha pegado suas chaves naquela manhã.

A porta foi aberta revelando uma Yunjin com um vestido florido e os pés descalços, quando viu o filho não deixou de reparar a expressão abatida que o mesmo carregava.

- O que aconteceu, meu bebê? Por que demorou para voltar para casa? - Perguntou preocupada acariciando as bochechas do filho

- Mãe... precisamos conversar - respondeu

- Oh, sem problemas meu amor, vamos entre, venham meninos entrem também - puxou o mais novo para dentro, enquanto deixava um beijinho na testa dos amigos do filho que também entravam - Bom, se sentem, querem algo? Posso buscar

- Não, não tia Yun! Muito obrigado, acho que você deveria escutar o Hyhy agora.. - respondeu Huang simpático

- Uh, tudo bem, vamos filho, me conte!

- Mamãe... eu não queria e nem esperava que isso fosse acontecer, me desculpe por te decepcionar, eu sou realmente um adolescente inconsequente, me perdoe - lágrimas já rolavam pelo rosto bonito do Lee, ele estava cabisbaixo já que não conseguia encarar a sua progenitora naquele momento - Na festa do Yugyeom da semana passada... eu acabei bebendo demais... e... e depois de uma aposta idiota, eu acabei dormindo com um alfa...

- Filho, você...?

- Eu estou grávido, mãe.

[...]

My Cheerleader Where stories live. Discover now