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( ♡ ) Quinta-feira.

O ômega acordava cedinho naquele dia, a brisa gelada que entrava pela janela mal fechada e um enjoo repentino eram os responsáveis por isso. O garotinho com cheirinho de morangos se sentia fraco e indefeso, correu até o banheiro jogando tudo que havia comido na noite anterior fora, quando terminou se levantou se apoiando nas paredes do banheiro, indo em direção a pia para jogar um água no rosto, tomou um susto quando seu rosto refletiu no pequeno espelho que estava localizado em cima do móvel.

Olheiras profundas, rosto vermelho e inchado e uma clara expressão de abatido, consequência de uma longa noite de choro, o ômega não entendia o motivo de estar tão sensível diante de toda aquela situação, ele nem ligava tanto assim para aquele alfa babaca, fingia que era apenas os hormônios da recente gravidez, nunca confessaria para ninguém o quanto as falas de Minhyung haviam o machucado, eram como facas atravessando seu peito, mas preferia guardar para si.

"Se vai te atrapalhar tanto, por que você vai ter essa criança?" a frase ecoava em sua mente, como uma droga alucinante, ainda não conseguia acreditar na atrocidade proferida pelo canadense, ninguém poderia tirar seu benzinho - apelido carinhoso dado ao pequeno bebê que crescia em seu ventre - o ômega já havia se apegado, e se sentia torturado quando imaginava não ter aquela criança. Ao se dar conta, lágrimas já banhavam seu rosto, um choro baixinho porém dolorido e agonizante, sua cabeça latejava e seu corpo vacilava.

Saiu do banheiro, se deitando novamente, ainda eram quatro e trinta da manhã, tinha pelo menos duas horas de sono, que obviamente não usaria para dormir e sim para chorar as mágoas por mais um tempinho.

( ♡ ) 07:00 am.

Donghyuck adentrava a sala de aula com passos lentos, vestia uma touca preta e um conjunto largo de moletom, os olhos vermelhos e inchadinhos denunciavam o choro recente do mais novo. Se aproximou do trio que conversava alto, Jeno estava sentado em cima da mesa de Jaemin e Renjun em uma cadeira que havia puxado para ficar pertinho, quando viram o amigo chegar com aquela carinha de gatinho manhoso, logo entenderam que algo de ruim tinha acontecido no dia anterior.

- Bom dia, meninos - fungou e se sentou em sua mesa, abaixando a cabeça. Os alfas olharam para o ômega chinês, apontando com o queixo para o garoto cabisbaixo, o estrangeiro apenas deu de ombros.

- Bom dia, meu amor - Se aproximou Huang - O que aconteceu? Por que está assim?

O coreano levantou a cabeça e deu uma encarada entristecida para o amigo, um olhar que o outro ômega conhecia - muito - bem, o olhar, acariciando as costas do amigo e sussurrou algo como: "tudo bem" .

Olhou para os namorados, apenas lançando um olhar de preocupação para os namorados, que entenderam o quanto a situação estava complicada. Donghyuck nunca foi o amigo que ficava triste ou amoado, ele era o amigo barulhento, sorridente, era a pessoa que animava o grupinho em uma plena segunda-feira de manhã, esse Donghyuck havia deixado de aparecer desde a festa de Yugyeom, quando os enjoos começaram e o ômega começou a esconder coisas do trio de amigos, os três sabiam que ele estava guardando muita coisa para ele, se magoando sozinho.

Os três voltaram a conversar baixinho para não incomodar o amigo, até a pauta da conversa se tornar Donghyuck e pergunta vir à tona: "O que havia acontecido no dia anterior para deixá-lo daquela maneira?"

Quando uma lembrança de supetão veio a mente de Jeno: Donghyuck havia contado sobre o bebê para Mark Lee. Tudo parecia fazer sentido, o ódio consumiu o peito do alfa, enfurecido ele se levantou da mesa e marchou até a sala do canadense, não dando tempo para seus namorados o impedirem ou irem atrás dele, quem aquele desgraçado achava que era para mexer com seu amigo?

My Cheerleader Where stories live. Discover now