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( ♡ ) 2 months later.

Os meses se passavam, o fim do inverno se aproximava e o acordo entre os Lee's chegava ao fim. Minhyung havia enrolado o quanto pôde, adiou e adiou o dia em que contaria sobre o bebê para seu pai e bem, a barriga de Donghyuck parecia cada vez maior, não seria mais possível esconder.

Lee Miyank - pai do canadense - era um homem de negócios, rude, egocêntrico e violento. O alfa era CEO da Neoz ent. A maior produtora de K-dramas de toda Coréia, as melhores atrizes e atores se encontravam lá, todas as suas produções e roteiros eram um sucesso, não havia um dia sequer em que a empresa não era elogiada pelos Charts e sites coreanos, Miyank era ótimo em fingir sua postura de bom moço, mesmo que muitas polêmicas antigas sujem seu nome, as notícias negativas sobre o CEO nunca parava em sites ou noticiários grandes e famosos, sempre ficando na linha tênue entre a verdade e a notícia falsa. O homem havia recebido um processo por agressão à sua mulher em 2007, algo que nunca chegou às mídias, porém, não era necessário chegar até lá, afinal, a vítima e a criança traumatizada nunca se esqueceriam.

Lee Mark só tinha ao seu pai - o qual não tinha uma boa relação - Desde 2018, quando sua mãe veio a falecer devido a um câncer, às vezes se lembrava da mais velha e com muito carinho, amava ela com todo seu coração. Já seu pai era um baita filha da puta, Mark nunca se deu bem com seu pai, o jeito rude e ausente do mais velho não combinavam com o jeito doce e amoroso do canadense. Minhyung gostaria de ter a opção de não contar para seu progenitor, entretanto, não havia escolhas.

O relógio marcava sete e vinte dois, o alfa se olhava mais uma vez no espelho, vestia uma calça jeans larga, um moletom preto e seus tênis surrados, respirou fundo e pegou seu celular saindo do pequeno banheiro do dormitório.

- Estou saindo - avisou, dando um pequeno selar na testa do coreano que corou e concordou, voltando a se concentrar na atividade de biologia - volto logo, não pegue friagem e se acontecer alguma coisa me ligue, sim?

- Pode deixar, Canadá - riu - Eu sei me cuidar, até mais tarde.

- Até, bem. - disse destrancando a porta, saindo por ela e a trancando novamente, andando rapidamente pelos corredores da escola.

( ♡ ) Na casa de Miyank

Quando o táxi estacionou em frente a casa do pai, Minhyung sentiu um calafrio descer por sua espinha, suas pernas vacilaram por um momento, se sentia vulnerável naquele local, era como se todos os seus traumas estivessem ganhando vida novamente. O alfa não morava com seu pai desde seus dezesseis anos, quando patriarca decidiu que seria melhor emancipar o filho, deu casa, carro e uma poupança recheada de dinheiro, porém nunca deu o que era realmente necessário: amor.

O alfa parou em frente a porta, tocando a campainha sendo atendido de prontidão por Gyeon - um dos mordomos da casa - foi recebido com um sorriso e um gentil "Olá, Senhor Min, seu pai se encontra no escritório", agradeceu ao mordomo, andando pela casa que conhecia como a palma de suas mãos, o palco de seus mais profundos traumas, subiu dois lances de escada até parar em frente a última porta do terceiro andar da cama, ouvindo um grosseiro "Entre".

- B-boa noite, pai - gaguejou, odiava o quanto se sentia fraco na presença do mais velho.

- Filho! Que surpresa boa! - se levantou caminhando até o mais novo, o abraçando de uma maneira forçada - O que te traz aqui, querido?

- Precisamos conversar - respondeu hesitante.

- Claro, sente-se - sorriu - Do que precisa? Dinheiro?

- Não - Coçou a nunca - Vou ser bem direto; A alguns meses atrás dormi com um ômega do meu colégio e acabei o engravidando, serei pai.

O silêncio constrangedor pairou sobre a sala, Miyank encarava o filho com uma clara expressão de descontentamento, se ajeitou na cadeira e olhou para sua mesa.

- Você ficou maluco, porra? - gritou - Você quer destruir meu império? - Gritou mais uma vez, se levantando e dando a volta na mesa ficando em frente ao canadense - Não me importo quem seja, quero que suma com essa criança ou eu o farei.

- Não pense em colocar essas suas patas imundas no meu filho - gritou, peitando o pai - Não vim pedir sua ajuda, e nem destruir sua empresa de merda, vim te informar por quê eu infelizmente ainda sou seu filho.

O alfa foi calado com um tapa doloroso em seu rosto, foi depositado com tanta força que sem dúvidas ficaria uma marca vermelha. Acariciou o lugar onde o tapa foi desferido com os olhos marejados, engoliu o choro, nunca demonstraria fraqueza na frente daquele homem.

- Eu juro que se você não sumir com essa criança e com seja lá qual for o ômega, eu tiro tudo que você tem, Lee Minhyung - ameaçou - Eu não posso tirar sua casa, mas posso tirar todo seu dinheiro e sua vida boa.

- Eu não me importo, porra! - gritou - Tire tudo de mim, mas nunca mais ameace meu filho e oômega - berrou, e saiu andando com passos pesados, seu rosto dolorido já se molhava com as lágrimas quentes, a raiva comandava seu ser, precisava sair daquela casa o mais rápido possível, se despedindo do mordomo correu para o lado de fora, finalmente podendo respirar todo o ar que nem sabia que segurava e chorar aquilo que estava embolado em sua garganta, chamou um carro de aplicativo o mais rápido que pôde, nunca mais voltaria naquele lugar e tinha medo do seu progenitor se revoltar e tentar ir atrás dele.

precisava proteger suas pessoas.

( ♡ )

O alfa entrou apressado em seu dormitório, nem se lembrava que Donghyuck estava lá o observando, seu rosto estava machucado pelo tapa e banhado por lágrimas, ouviu os passos leves do ômega se aproximarem de si.

- O que aconteceu? - perguntou preocupado - Você brigou na rua?

Viu o mais velho negar com a cabeça, sem conseguir responder apenas chorar.

- Minhyung, me diga - pediu calmo - quem fez isso?

- M-meu pai, Hyuck - as lágrimas voltaram a cair - E-eu fui até a casa dele... contei sobre o bebê e ele me disse coisas horríveis, me bateu e disse que tiraria tudo de mim.

- C-como assim? - se assustou

- Eu não tenho mais nada - deslizou pela porta até se sentar no chão - Minha mãe se foi, meu pai é um filha da puta, eu não tenho emprego, dinheiro, nada... Eu não tenho nada

- Nunca diga isso - acariciou o rosto machucado - Você tem à mim, meus amigos, teus amigos e agora têm o seu bebê que está doidinho para te conhecer.

O alfa olhou o ômega nos olhos, sendo acariciado por aquele olhar carinhoso que ele recebia.

- Vai ficar tudo bem - afagou os cabelos do canadense - Eu sei que é estranho falar isso, já que passamos o dia se matando, mas eu estou aqui, se quiser chorar, chore, se quiser gritar, grite e se quiser ficar quietinho, tudo bem ficaremos quietinhos juntos, mas nunca mais diga que não tem nada.

Ouvir aquelas palavras doces e acolhedoras foram como um gostoso cafuné, o alfa sentia seu coração quentinho e sua barriga formigar, não tinha palavras para descrever aquela sensação, então apenas sorriu.

Um sorriso genuíno no meio das lágrimas, os olhos brilhantes pareciam agradecer honestamente e o coração de Donghyuck parecia entender perfeitamente.

- Venha, vou fazer um curativo nesse rosto e depois vamos ver muitos episódios de Modern Family embaixo do cobertor dos ursinhos carinhosos!

( ♡ )

My Cheerleader Where stories live. Discover now