Capítulo 5.1

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Chegando na área de investigação logo encontro o Sai.

- Sai, como está indo? – perguntei quando cheguei. Essa área contém duas salas, uma que é da nossa equipe, em que podemos observar o interrogatório e a segunda, onde uma pessoa da nossa equipe interroga o suspeito. As salas são separadas por um vidro fumê, o qual não permite que interrogado nos veja. Daqui eu avalio melhor as feições desse menino.

Certo, indo contra toda a lógica existente no mundo, eu consigo identificar alguns traços das feições nele que a Temari também tem, o levantar de uma sobrancelha, indica que ele está ficando impaciente, exatamente do jeito que ela faz.

- Eu acho que eu estou ficando doido. Não é possível. – falei baixinho.

- O que você está pensando? – Sai perguntou para mim.

- Ele disse que é meu filho. Meu e da Temari. Eu sei que isso é uma completa loucura, mas a cada vez que eu olho para ele mais eu o acho parecido comigo. Os olhos seriam da Temari, são iguais, mas todo resto parece comigo, olha o jeito que ele está sentado, parece que está com preguiça até de conversar, mas está se esforçando para responder porque está começando a ficar irritado, está levantando uma das sobrancelhas e cutucando a mesa, igual a Temari faz quando está irritada e quer me acertar. Além disso, quando eu olho para ele, parece que ele me conhece, existe uma admiração, era como eu olhava para o meu pai. E isso me assusta. – desabafei.

-Nossa, você realmente acha isso? Parece loucura mesmo, mas não acho que ele esteja mentindo também, caso contrário não estaria cooperando tão bem com a Ino. Ele poderia ter bloqueado as memórias ou mesmo ter fugido quando encontrou você. Por falar na Temari, como ela reagiu a isso?

- Eu ainda não contei, fui direto ao Hokage, mas provavelmente vai querer matar esse garoto por espalhar essas besteiras por aí. -disse já imaginando a dor de cabeça de contar para a Temari.

- Bom, vamos saber agora se é besteira mesmo. - respondeu vendo a Ino sair da sala.

- Shikamaru, não sabia que já tinha chegado, já relatou ao Hokage? – Ino perguntou a mim.

- Sim, vim aqui para saber mais sobre ele. O que você descobriu? – perguntei ansioso.

- Eu acho melhor você chamar a Temari aqui, isso envolve os dois. – afirmou ela.

- Você está dizendo que ele é nosso filho? – Perguntei em um tom mais alto que gostaria.

- Chame ela Shikamaru, vou explicar melhor de uma vez só. - finalizou Ino. Dava para perceber que ela estava um pouco abalada com as memórias dele. Então deve ser verdade, mas como? É melhor eu chamar logo a Temari.

- Já volto. – saí correndo para encontrá-la.

No caminho, fui pensando sobre essa criatura e como ela conseguiu transportar uma pessoa para outro tempo. Na verdade, quando Uchiha Obito estava na guerra, ele conseguia abrir um portal para outras dimensões com o olho dele, mas sem aquele sharingan será que ainda é possível fazer isso acontecer? Quem faria isso? Quem ainda teria esse poder?

Que problemático.

Quando cheguei na nossa casa, encontrei Temari fazendo o jantar, nem tinha percebido como o dia passou rápido. Estou me preparando mentalmente para explicar tudo o que aconteceu hoje.

- Otadaima! – saudei beijando seu rosto.

- Otadaima Shika! Você chegou mais cedo, aconteceu algo? – perguntou desconfiada.

- Na verdade, aconteceu sim. – eu disse lentamente.

- Então diga, você já está me enrolando. – respondeu me impaciente

- Hoje de manhã, eu encontrei um garoto desmaiado na entrada da vila. Ele estava fraco e bem desnorteado e não reconheci seu chakra de primeira. Eu o levei para o hospital e quando ele acordou me disse que ele é do futuro. E que era o nosso filho. Meu e seu, Temari. – respondi suando frio.

- Você bateu a cabeça hoje, Shikamaru? Porque se não for isso, suas piadas são muito sem graça. – respondeu revirando os olhos para mim.

- Temari, é verdade, já comuniquei o Hokage, o garoto está no interrogatório agora. O nome dele é Nara Shikadai, você lembra o nome estávamos pensando para o nosso filho? Era exatamente esse. – respondi tentando alcançar alguma lógica.

-Como Shikamaru? Como é possível? Como foi a investigação? – ela perguntou se aproximando preocupada.

- Ele ainda está sendo investigado, está com a Ino agora, eu vim falar como você antes dela falar as imagens que viu na mente dele. Ele está cooperando com tudo, como se realmente confiasse na gente e o jeito que ele me olha é diferente. Não sei explicar – respondi frustrado.

- Ele está desde de manhã sendo interrogado? - Perguntou pensativa.

- Sim, eu o encontrei, levei para o hospital, falei com o Hokage, verifiquei a situação com a Ino e agora vim falar com você. - respondi resumindo tudo.

- Será que ele comeu alguma coisa? - ela perguntou baixinho.

Eu a olhei meio chocado, estava esperando uma reação mais explosiva ou um tapa pelo menos. Ela estava preocupada se o garoto tinha comido alguma coisa até agora.

- Acho que a Ino deve ter dado algo a ele – respondi meu confuso ainda.

- Vamos até lá, só vou organizar o jantar aqui para levar um pouco para ele também. - ela disse a última parte baixinho como se estivesse com vergonha.

Hoje o dia está sendo completamente louco.

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