Stop Calling Me Your Bunny

he's not gay. he has a girlfriend!

- Billy Loomis -

Stu foi até a minha casa de praia. Na verdade, eu o levei, mas não sabia o que esperar. Certo, talvez eu soubesse. Era óbvia a minha intenção e a aprovação de Stuart assim que assentira à minha proposta, como um tipo de passe livre para o que quer que façamos na minha casa. Bem, não conversamos muito durante o caminho. Eu o trouxe até meu veículo, um Opala preto com bancos de couro. Assim que o rapaz sentara, fizera algum tipo de comentário a respeito como "Cacete. Quanto dinheiro você tem? Isso é couro puro!", mas eu apenas dei de ombros e murmurei "Sei lá" num tom de desinteresse.

Não era por mal. Billy podia ser rude, honestamente, agia daquele jeito de forma automática. Sua face tinha um semblante de quem não come há mais de sete dias. Debaixo de seus olhos castanhos, haviam um par de olheiras quase tão escuras quanto suas íris. Mas seus lábios era finos e rosados, seus fios pareciam desenhados porque se alinhavam perfeitamente com sua testa e o resto de seu contraste. Aquilo lhe dava um ar angelical e bruto ao mesmo tempo, como um astro do black metal com rostinho de bebê ou um jovem prodígio com uma péssima aparência. Ele era o equilíbrio perfeito.

Stuart tivera tempo de analisá-lo com cuidado, visto que não tentava nem mesmo disfarçar seus olhos sobre si...

Mas Loomis também não costumava ficar desconfortável com pouca coisa. Ele era professor de universidade, precisava manter a postura enquanto sua persona interior entrava em colapso pois tinha olhares sobre si. Eu gostaria de dizer que não era de forma literal, mas na verdade também era. Porém, Billy se importava muito mais com o que os seus superiores achavam de si do que um bando de pirralhos que acabaram de sair do ensino médio. Ele nunca realmente ligou para esse lance de popularidade, durante seu colegial, passava mais tempo sozinho. Também ia para festas, fazia atividades extracurriculares, saía com garotas, tirava notas dentro da média. Não haviam reclamações sobre si. Ficava perfeito nas fotos do anuário. Ele tinha amigos, claro, mas depois de alguns anos já nem lembrava seus nomes. Talvez nunca tivesse os decorado, não por serem muitos, mas por puro desinteresse. Sabia que aquilo não seria útil para si no futuro, então não faria esforços.

Acontece que a falta de esforços acarreta em pensamentos excessivos. Guardava tudo muito para si, até hoje. Fazia as coisas por debaixo dos panos. Por isso era quieto e silencioso. Talvez nunca fora ensinado a socializar, mas parecia ser tarde demais aos vinte e quatro anos.

Até Stu Macher aparecer.

Já lidara com um golden retriever antes, deve ser parecido.

Ele tinha mais energia, no entanto, e fazia com que dúvidas surgissem na minha cabeça. Eu devo socá-lo no meio do rosto ou beijá-lo agora mesmo?

- Vou ser sincero. - Introduziu Billy, depois de estacionar o carro na entrada da casa de praia e descer do carro junto do louro.

- Pode dizer. - Macher assegurou, ajeitando suas roupas até se dar de cara com a estrutura a sua frente. Era uma casa de madeira, com uma fundação e uma pequena escada a frente da porta. Em tons de madeira branca, seguiam linhas horizontais até os pilares do que parecia concreto ou até mesmo gesso. Era um sobrado espaçoso, com janelas enormes que tinham uma bela vista para o mar à nossa direita. Com algumas árvores altas e plantas enrustidas pelo o que restava de grama, o olhar de Stu pareceu medir o perímetro dentro daquela breve pausa. - Uau.

O canto direito do meu lábio se mexeu alguns milímetros para cima, indicando um sorriso muito sútil em meu rosto. Eu não soube o que dizer, então apenas fingi que não tinha ouvido enquanto procurava a chave no bolso de minha calça, me dirigindo até a porta de carvalho escuro.

- Você me confunde. - Confessei como um comentário casual.

- Eu te confundo? - Franzira o cenho.

- Uhm. Você é irritante, em qualquer outra situação eu me certificaria de ficar longe de você. - Girei a chave e destranquei a maçaneta.