beach bunny

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- Billy Loomis -

Eu não entendia o porquê de Stuart ficar tão obcecado com aquela ideia tão de pressa. Nosso lance tava sendo legal, na verdade, eu estava lhe tratando melhor do que tratava a maioria das garotas que já fiquei. Podia ser um mecanismo de defesa, eu não queria me apegar, então ficava cada vez mais insistindo a sua companhia. Eu não insistia vossa companhia, mas estava óbvio que eu não queria que ele fosse embora; preparei café da manhã e até o levei na praia.

Bem, o levava.

— Então, qual o seu filme de terror favorito?  – Stu perguntou pra mim, enquanto caminhava descalço, com uma bermuda justa nas coxas e um boné na cabeça. Junto de duas listras de protetor solar acima das maçãs de seu rosto.

— Como sabe que eu gosto de filmes de terror?

— O jeito que você me enforcou na cama.

Dei um riso nasal.

— Eu gosto de Psicose.

— Um clássico.  – Comentava Macher, assim que nos aproximamos da água.

Billy vestia-se com uma bermuda um pouco acima dos joelhos na cor azul-marinho, o colo desnudo e pés também descalços. No seu braço esquerdo, uma fita branca estava amarrada em seu pulso como se tivesse sido um curativo mal feito e, se feito, feito às pressas.

Não usava protetor solar e nem boné algum, sua pele tinha o dom natural de bronzear.

— Você parece com ele.  – Continuara.

— Com Norman Bates?

— Sim, eu seria a sua Marion Crane nesse filme!

— Tá mais para Sharon Tate.

Ele sorriu.

— Me acha gostoso como a Sharon Tate?

O encarei.

— Acho que você é irritante como ela!

O loiro sorriu.

— Obrigado, amigo! Então, o seu tipo é ela, né?  – Ele voltava com aquele assunto.

Não conseguia apenas calar a boca e existir?

— Não.  – Fitei o horizonte. 

— Certo. Se não quer falar sobre isso, me diga, o que é isso no seu pulso?  – Ele puxou o meu braço.  — Alguma coisa você vai ter que me dizer. Qual é, Billy, nós provavelmente nunca mais vamos nos ver!

— E por isso eu vou te revelar meus segredos?  – Tirei sarro.

— Sim! Quer dizer, que mal faz? Eu sou curioso, não tenho pra quem contar!

— E a Tatum?

— Hum... Eu sei guardar segredo! E ela nem te conhece ainda.

— E nem vai.

Stu fixou seu olhar em mim.

— Billy, sério, quando arranjou isso?  – Falava sobre o ferimento.

O encarei de volta.

— Me machuco com frequência.

— Ah, e se machucou dormindo do meu lado? De conchinha comigo?

— É.

— Nem uma criança cairia nessa, cara.

— Me acordei no meio da noite e acabei me ferindo com a faca da cozinha.  – Eu menti, mas o tom da minha voz passou totalmente despercebido. Eu sabia disfarçar, qual é, ninguém é idiota a ponto de se cortar sem querer no antebraço com uma faca afiada. Quem faz isso, é porque quer.  – Satisfeito, meritíssimo?

Stop Calling Me Your BunnyWhere stories live. Discover now