Fifteen

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☆゜・。。・゜゜・。。・゜★

Quando somos jovens, sonhamos com terras mágicas e pessoas extraordinárias, buscando lugares cheios de felicidade e aventura.

Alguns sonham com amor e romance, enquanto outros anseiam por escapadas e alegria.

Cada um de nós nutre fantasias que alimentam nossa imaginação e mente. Mesmo quando parece que não podemos mais suportar o peso do mundo, esses sonhos singulares permanecem ao nosso lado, guiando-nos pelos caminhos sinuosos da vida.

À medida que envelhecemos, às vezes fingimos que esses sonhos não nos afetam mais, como se fossem apenas um meio para alcançar um objetivo. Mas no íntimo de nossas mentes, os sonhos persistem. Eles observam e aprendem conosco à medida que crescemos e mudamos.

Não importa o quanto tentemos afastá-los, muitos de nossos sonhos permanecem, oferecendo-nos esperança quando menos esperamos, dando-nos vida quando nos sentimos vazios e oferecendo orientação quando nos perdemos.

Mas eu corri.

Corri e corri tão longe quanto minhas pernas podiam me levar, fugindo dos meus próprios sonhos.

Transformei-me em uma sombra do que era, esquecendo o significado dos sonhos, pois assim me ensinaram. Esqueci-me de como sonhar, deixando-me consumir por pesadelos.

Empurrei meus sonhos para longe, até que se dissiparam como estrelas ao amanhecer.

Não derramei lágrimas pela perda dos meus sonhos; no final, eles apenas me feriram. Trouxeram-me esperança nos momentos de desespero, deram-me vida quando a existência parecia vazia, tentaram guiar-me quando me perdi tanto que duvidei se alguma vez conheci o meu caminho.

Eu costumava desprezar meus próprios sonhos, pois me confrontavam com quem eu era e me lembravam da realidade atual.

Relembravam-me das ilusões que um dia nutri, das esperanças em impossibilidades jamais alcançadas, e evidenciando a minha incapacidade de agir como uma pessoa verdadeiramente digna.

Tudo o que resta agora é o vazio deixado quando meus sonhos finalmente desapareceram.

Mesmo após meus sonhos me abandonarem, ainda recordo vividamente as sensações que experimentei… Recordo-me das incursões profundas em minha imaginação, que traziam uma dor ao retornar à realidade.

Lembranças da sensação de leveza ao me perder em minhas fantasias.

Costumava sonhar em ser poderosa e feliz, ser gentil e compassiva. Sonhava em ser adorada, amada e nunca me sentir só… E, acima de tudo, sonhava em ser boa.

Mas um sonho não se torna realidade… Não experimento felicidade. Não pratico a gentileza e a misericórdia. Não sou objeto de adoração e amor.

E não sou boa.

Eu sou um monstro.

Eu sou vingativa.

Eu sou cruel.

Eu sou odiada.

E estou sozinha, mergulhada na corrupção.

Tentei ser virtuosa e fracassei.

Reconheço agora que ninguém é absolutamente bom ou mau. No entanto, ainda me enxergo dessa forma. Aprecio a parte de mim que lembra quem costumava sonhar.

É uma lembrança obscurecida pela crueldade e pela maldade, mas é minha e somente minha.

Representa tudo o que restou da garota que um dia sonhou. Por isso, escondo-a nas profundezas sombrias da minha mente, onde jamais será vista por mais ninguém além de mim.

É meu tesouro mais precioso, e jamais permitirei que alguém o tome de mim, pois sei que tudo o que sou está à beira do abismo, mantido à distância apenas pela lembrança daquilo que um dia fui e pelas esperanças tolas de um possível retorno.

Nessas lembranças, posso reviver meus antigos sonhos e visualizar a pessoa que desejava ser.

Invejava e secretamente ansiava encontrar.

Sonhava em ser uma mulher de luz e de tempestades, uma mulher envolta no fogo branco das estrelas.

Almejava ser a Senhora da Luz Branca. Esse era o meu sonho. Com o passar dos anos, percebi a tolice de aspirar a algo que não poderia ser real.

Mas acredito que sempre me apeguei aquele resquício de esperança de ser ela, que estava dilacerada, manchada de sangue e esfarrapada, mas permaneceu oculto sem que eu soubesse.

Pois quando finalmente compreendi quem realmente era, a primeira sensação não foi de confusão ou surpresa.

Foi uma inundação de esperança e alívio. Alívio porque o último fragmento do meu sonho não estava equivocado. E esperança de que talvez pudesse sonhar novamente.

E isso me aterrorizou.

Causou-me mais medo do que qualquer ameaça ou adversário.

Pois se eu me entregar à ilusão da esperança e dos sonhos ressurgindo, apenas para vê-los dilacerados novamente, como já aconteceu tantas vezes no passado, não sei se terei a capacidade de suportar.

A escuridão que me envolvia no presente seria uma mera brisa diante da tempestade que me afogaria.

Ela varreria qualquer vestígio do meu ser, transformando-me em uma aberração que nem mesmo o monstro que sou agora reconheceria.

Isso não apenas me assustou.

Isso me aterrorizou.

E quando esses pensamentos turvaram minha mente, eu desabei.

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𝑨 𝑪𝒐𝒖𝒓𝒕 𝒐𝒇 𝑺𝒕𝒂𝒓𝒔 𝒂𝒏𝒅 𝑭𝒍𝒂𝒎𝒆Where stories live. Discover now