ֺ Park Jimin nunca conseguiu ter o devido controle de seus superpoderes.
Vive sozinho, no silêncio e aconchego de seu apartamento, era melhor assim. Evitava lugares cheios e ficava a maior parte do tempo trancafiado em sua casa, trabalhando como fr...
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"Os homens ogros estão saindo, Da montanha de vidro de dois sentidos, Eles estão correndo por trás, E eles estão vindo de todos os lados, Não é possível ir para o leste, porque você tem que ir para o sul". Ogre Battle, Queen.
Sábado, 21h - Casa.
A chegada em casa foi cansativa e, ao final dela, um pequeno estalo reverberou em minha mente, um alerta sutil do meu subconsciente indicando que algo havia sido deixado para trás. É claro, entre o principal encontro pessoalmente, havia um item crucial que eu e Jeon Jeongguk precisávamos resolver antes de sua mudança: a visita oficial ao imóvel. Afinal, como o cacheado poderia se estabelecer em um ambiente que sequer conhecia? Por isso, espero que ele esteja acordado agora.
Não me considero alguém de mensagens. Acredito que ouvir claramente o que o outro tem a dizer evita possíveis mal-entendidos que, frequentemente, ocorrem em mensagens escritas. E, oh, principalmente quando se usam abreviações. Hoseok já me enviou "att" uma vez; pensei de forma genuína que ele estava dizendo "atenciosamente" e não "Ah, tá!".
Brilhando em meu rosto claramente derrotado, o nome do meu futuro-colega-de-apê vibra na tela que seguro. Com o ruído do silêncio rompido por três toques telefônicos, após um minuto, sou atendido.
- Park Jimin? - a voz parecia sonolenta.
- Perdão, te acordei?
- Não - que bom. Me sinto mais aliviado.
Em seguida, deitei. Ele parecia apressado do outro lado da linha, por mais que sonolenta a voz estivesse. Meus cabelos emaranhavam-se desconfortavelmente no zíper do travesseiro; ponderei e decidi priorizar o contato antes do meu banho.
- Quando gostaria de visitar o apartamento?
Um barulho curioso interrompeu minha quase segunda fala, e nenhuma resposta foi dita. Esperei por momentos, até cogitar desligar por pensar ser culpa do sinal fraco que amaldiçoava a cama de meu quarto. Contudo, antes disso, a voz agridoce voltou com chiado de mau contato.
- Vamos combinar de sempre fazer essas coisas nos sábados? Tudo bem para você? - sussurrou apressadamente, em um quase ofego.
No telefone, Jeon Jeongguk parece outra pessoa. Difícil definir.
- Sim. Mesmo horário sempre?
- Mesmo horário sempre. Nos veremos em breve. - E desligou. Impedindo quaisquer objeções minhas.
E de cenho franzido, questionei sozinho o que o faria estar tão afoito. Será que havia se atrasado para algo? Às 21h de um sábado? Esqueça, isso não me interessa.
Por fim, vou tomar meu banho. Não antes de trocar o pequeno balde que está responsável por segurar as gotas que andam caindo do teto da cozinha. Percebo também que, perto do rodapé, a tinta está descascando, a parede quase estourando com marcas de umidez. Céus, só espero que Jeon não ligue para isso...
