LIGAÇÕES; gabi cattuzzo

quatorze

Checo a mala pela última vez e pego minha gata, Aime, para levar no AP da Duda.

— Estou indo deixar a Aime. — Grito já fechando a porta sem me importar se Gabriel escutou ou não.

Duda é uma meninas de uns 18 anos que mora no mesmo andar que o nosso, ela se mudou faz dois anos e vi muito dela em mim. Quando contei que tinha uma gata ela se prontificou a ficar com ela quando fosse preciso, e assim fez.

Depois de deixar Aime no apartamento 10, volto para o meu e Mount esta sentado no sofá.

— O pessoal tá mandando mensagem no grupo que já estão saindo de casa. — Ele fala com colocando um dos pés em cima do sofá.

— Tira o pé do sofá, Gabriel! — O repreendo. — E vamos indo.

Pegamos as malas e as posicionamos no porta mala, para caber mais algumas. Daremos carona pra Gabi e Guaxinin.

(...)

— Posso conectar meu celular? — Me refiro ao rádio do carro.

— Se você botar música bosta eu te boto pra fora do carro. — Guaxinin fala do banco da frente.

— Oxi meu fio, o carro é meu.

— Lindeza, nem carteira de motorista você tem. — Gabi fala em quanto tentava tirar uma foto bonitinha.

— É só um detalhe. — Digo e todos dentro do carro riem. — O carro é do Mount, automaticamente é meu também.

— Ta errado isso aí, você não me ajuda com nenhuma despesa do carro. — Ele se manifesta pela primeira vez.

— Eu pago a gasolina!

— Você pagou uma vez Letícia, UMA vez. — Ele da ênfase no uma. — Vai falar que é só um detalhe também?

— Nossa.. eu só queria botar uma música.. — Digo encostando a cabeça na janela e fazendo um draminha.

— E o Oscar de melhor atriz do ano vai pra ela, sim! ela mesma! Letícia Castroooo. — Gabi faz um microfone com o celular.

Não pude conter a risada e também o rosto por isso. — Na moral, não sei como vou aguentar onze horas com vocês! — Ajeito o cobertor em meu colo.

(...)

já passam das duas da manhã, e agora quem está no piloto é a Gabi, e eu sou copiloto.

Infelizmente paramos em um trânsito, o que vai fazer demorar ainda mais a nossa chegada. Bufo um pouco irritada e encosto a cabeça na janela.

— Ei. — A loira pousa sua mão direita na minha coxa. — Fica tranquila. Depois que a gente sair daqui, eu vou voando. ok?

Faço um "sim" com a cabeça e, logo após meu gesto, vejo Gabi olhar para trás, imediatamente fico confusa.

Ela se aproxima e deixa um selinho demorado na minha boca. O trânsito estava parado, e os meninos dormindo. Não teria problema se aquilo virasse um beijo de verdade, né?

Espantando todos meu pensamentos, antes mesmo da loira se afastar, levo minhas duas mãos até a lateral do seu rosto, aprofundando mais o beijo.

Ela sorri, sem se separar de mim, após perceber o que eu estava fazendo.

Sua mão, que estava pousada na minha perna, sobre até minha cintura, deixando um aperto ali, o que me faz arrepiar.

Solto só cinto que estava me segurando e, num movimento nada delicado, subo em seu colo.
Gabi parece ficar preocupada com os meninos lá atrás, já que se separa de mim e da uma leve olhada sob o banco. — Relaxa. — Digo em susurros ao pé do ouvido dela. — Eles não vão acordar tão fácil.

Ela parece querer rir, e eu colo nossos lábios novamente, evitando que ela solte uma gargalhada.

Beijar essa mulher me deixa louca, e eu sempre gostei de loucuras.

O beijo calmo, que levava um ritmo devagar, foi se intensificando e ficando um pouco quente, eu diria. Gabi desce sua mão que estava na minha cintura para minha bunda, me fazendo aproximar ainda mais dela. Ficamos nessa por um tempo, até eu decidir descer o beijo para seu pescoço, e deixar um selar molhado ali. Troco o lado do pescoço, colocando todo meu cabelo para um lado só, no calor do momento deixo um chupão ali.

— Se você me deixar marcada, eu juro que te mato. — Ela diz ofegante.

Rio um pouco e volto minha atenção ao seus olhos. Ela cola nossas testas e, novamente, eu tive a impressão que leria todos os meus segredos. — Eu me perderia facilmente em seus olhos. — Acabo deixando escapar da minha boca. A loira ri e ajeita uma mecha que insistia em cair no meu rosto.

— E eu me perderia facilmente em você.