- 𝐂𝐀𝐏. 𝟏𝟎 -

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12:45 PM
??? — Inglaterra.

Os olhares curiosos inundaram o salão quando as botas de couro caras do Prodígio entraram em contato com o piso de madeira rústica do local. Murmúrios que cuspiram rumores e faziam cada um dos ali presentes arregalarem os olhos com tal visão tão graciosamente aterrorizante.

O Prodígio e Blanka desfilavam salão a dentro, passos pesados que faziam as paredes reverberarem, como se aplaudissem sua chegada.

— Finalmente, huh? — murmurou Nikolai, o olhar se direcionando para seu amigo louro, Maxim. — Ele acham que são o que? A porra da cinderela para chegarem tão atrasados?

Com um suspiro exausto, Maxim esfregou os olhos, que tinham olheiras consideravelmente profundas.

Maxim era um rapaz bonito; Nikolai havia se pegado várias vezes pensando por que o homem não escolhera ser modelo.

— Olha, Nik — começou o rapaz. — Eu realmente não me importo com o horário em que eles chegam. O que me preocupa mesmo é o que diabos estamos fazendo na merda da Inglaterra.

Mordendo o lábio inferior, o de cabelos pretos começou a bater um de seus pés no chão em um ato de impaciência, ignorando a declaração do amigo.

— Aliás, o Blanka tá com o Prodígio — Maxim passou uma de suas mãos pelo cabelo dourado. —, não vai dar em nada se ficar reclamando...

— É, tanto faz, Maxim — murmurou estressado. — Você sempre tá do lado dos desgraçados; isso que eu acho incrível.

O loiro franziu o cenho, fitando os olhos de Nikolai enquanto soltava um grande suspiro.

— Nem vem pagar de cachorro molhado, Nikolai. Eu tenho uma visão crítica e quero ter uma noção de todos os lados do cubo — argumentou o homem, cruzando os braços. — Não é porque sou seu amigo que tenho que concordar com tudo que você diz. Não faz sentido.

Com um revirar de olhos, Nikolai deu um empurrão no ombro do amigo antes de sair da sala.

Mais uma vez olhares queimaram suas costas, os mesmos olhares que perfuraram a entrada — pouco triunfante aos olhos de Nikolai — de Blanka e Alexey. Mas os olhares o incomodavam, não o enalteciam como era enaltecido Alexey.

Pura injustiça.

A raiva preenchia seu peito quando colocou seus pés em um beco estreito e escuro, os ombros largos tensos enquanto tentava lembrar como se respira. A pele de suas mãos clara, cheia de arranhões e machucados enquanto encarava as próprias com euforia.

Ele não sentia suas mãos.

O desespero o afogava, entalado no fundo de sua garganta.

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10:53 AM
Militar Barrack — Inglaterra.

Ghost não podia evitar, mas reparar a constante preocupação de [Nome] com as pessoas ao redor. Ela estava nervosa, o cenho ligeiramente franzido enquanto encarava cada um dos ali presentes, como se estivesse preparada se algum leão pulasse em cima dela.

Constante preocupação ou seguro excessivo era uma característica geral entre militares; o medo do desconhecido, ou o medo do extremo conhecido.

Não é o medo, Simon. É o estar preparado. Essas eram as palavras de Price.

Mas, depois de enfrentar inúmeros inimigos e os deixá-los tendo pesadelos sobre o tenente mascarado, Ghost reconhecia o medo e agonia internos de quilômetros de distância.

༼˒🌑「- 𝐋𝐔𝐑𝐊𝐈𝐍𝐆 𝐅𝐎𝐑 𝐋𝐎𝐕𝐄 - 」🥀˓༽  (𝐋𝐞𝐢𝐭𝐨𝐫𝐚 × 𝐆𝐡𝐨𝐬𝐭) Onde histórias criam vida. Descubra agora