Dois de Mim

Você!

Maio de 1999

— Um câncer? — a voz da mulher saiu em um fio.

— Sim. Sei que pode assustar, mas descobrimos com antecedência então começaremos alguns tratamentos que não afetem os bebês. — o homem diz vendo a senhora Park alisar a barriga já saliente.

— Quais as chances deles sobreviverem?

— Se começarmos os tratamentos e a senhora manter o comprometimento, são as maiores. — respondeu sincero.

O homem responsável, viu cinco meses se passarem e com eles um amor surgir. A mulher se demonstrava mais interessada e apaixonada pelos filhos, isso fazia o doutor querer fazer de tudo para que eles pudessem, ao fim, ficarem juntos.

Os três.

— Certo, quando começamos?

Fevereiro de 2021

Escritório do Choi...

— ANDA SEBASTIAN, QUANDO IA ME CONTAR? — a mulher gritava e Jimin somente a encarava pensando no que fazer.

— Desculpe, senhor Choi. Ela invadiu mesmo com nós a dizendo que o senhor não estava aceitando visitas hoje. — Patrick dizia com peso por não conseguir controlar a mulher.

— Não se preocupe, Patrick. Nos deixe a sós por favor. — Sorriu sem mostrar os dentes antes de voltar o olhar para a mulher. — Senta, vamos conversar.

— Você some por um mês, não me dá nenhuma notícia, volta a trabalhar, não é capaz de avisar a sua própria mulher que voltou e quer que eu sente para conversar? — diz rindo mesmo sem graça alguma. — Por onde andou, Sebastian? — ela cruza os braços.

— Quando saí deixei claro que não queria que me procurasse e que quando eu estivesse pronto chamaria você. — Jimin entrelaça as mãos sobre a mesa e tenta manter uma postura dura como a do irmão, esse que já havia avisado como Emma poderia ser. — E você não tem o direito de me questionar, quando eu cheguei você também não estava em casa.

— Eu.. Eu.. — gaguejou e ignorou a afirmativa. — Eu sei, Sebastian, mas é difícil! — bateu o pé e sentou na cadeira.

— Não quero saber se é difícil, pedi para que respeitasse o meu tempo. Eu não estava bem e precisava por a minha cabeça no lugar, se não te chamei é por ainda não estar confortável com isso.

— Mas Sebastian, eu sou sua mulher. — ela contorna a mesa devagar e Jimin acompanha cada movimento da mulher com os olhos. — Você, quando casou comigo, jurou estar junto a mim até que a morte nos separe. — passou os dedos lentamente pelo braço de Jimin, que por muito pouco não recuou o corpo.

— Emma. — disse firme, mas a mulher não lhe ouviu.

Em poucos segundos a cadeira onde Jimin sentava foi virada, fazendo com que ele ficasse de frente para a mulher. Emma então rapidamente sentou no colo de Park e sem esperar ele completar qualquer coisa que fosse falar, atacou os lábios dele.

Dentro de Jimin a sua alma gritava, pedia socorro. Já por fora, tinha que fingir gostar daquilo, fingir que gostava de mulheres e mais ainda, que gostava daquela em específico. Pensou no que gostaria que fizesse consigo e tentou agradar ela da maneira que deu, mas quando sentiu ela começar a rebolar em seu colo a interrompeu.

— Emma, eu.. eu estou trabalhando, vamos deixar isso para depois, certo? — Disse tirando a moça do seu colo.

— Certo, meu dengo. Te espero em casa. Eu te amo! — disse beijando novamente, Jimin.