Butterflies To Snakes | jjk + pjm

03 | cacete, park jimin.

PARK JIMIN

A reação dos meus amigos não foram tão exageradas quanto a de Shik, que passou o expediente todo me perguntando os detalhes da minha conversa com Jungkook.

Até parece que eu ligava.

Por mais que fosse difícil entender o motivo daquele suposto "encontro" de Jungkook e a tal garota de laço vermelho, ainda sim mantive minha naturalidade diária. Era confuso entender, porque na minha cabeça, ele estava flertando comigo na manhã anterior.

Que tipo de homem era ele, afinal?

Naquela quarta-feira, eu passei as aulas completas da manhã com uma grande carranca em meu rosto, pensando na possibilidade de Jungkook não focar nos nossos estudos, ou talvez não se importar com meus próximos passos na faculdade.

Eu cursava psicologia semi-presencial junto com Kyu e Jungkook na mesma sala, ou seja, nós estudávamos integral presencial e depois continuamos estudando em aulas on-line. Assim, sem poder nem respirar direito.

Tirando que Jeon Jungkook matava quase todas as aulas, todos os dias.

E novamente minha curiosidade menos importante; o motivo dele ter saído de mãos dadas com uma garota.

Não que aquilo tenha me afetado de alguma forma, mas independente do quão distantes fôssemos, ainda me preocupava como seria nossa relação dali pra frente. Poderia não dar em nada e eu simplesmente ser expulso, ou poderia dar em tudo. Ou tudo e mais um pouco. Ou absolutamente tudo que eu nunca esperava.

As questões adornavam como eco em minha mente, passando num turbilhão de sensações físicas. Arrepios, calafrios, até enjôo. Eu cheguei a sentir dor de barriga de tanta ansiedade. Isso deveria ser considerado um crime humano.

O que eu poderia considerar que fosse aquela sensação? Um tipo de paroxismo de ansiedade, que se alastrava de um minuto a outro, me levando a falência de uma sanidade melhor, como um bom adulto, chegando aos seus fodidos 20 anos.

Eu não era um calouro. Estava quase no fim dos estudos, então seria quase insuportável jogar todo esse esforço acadêmico no fundo do poço. Eu ficaria P da vida.

Mas, pensando bem, se isso ocorresse, eu não saberia o que fazer além de chorar.

Meu futuro estava nas mãos de Jeon jungkook, e com certeza era uma sensação apavorante.

— Que cara é essa, Ji? - Emma Indagou, antes de morder um bolinho de feijão em uma de suas mãos, me olhando com aqueles olhos azuis meio preocupados. – Ainda pensando naquilo?

Nós estávamos sentados no campus, enquanto Kyung e Shik compravam seus almoços na cantina. Eles não costumavam se acompanhar nem andar juntos sozinhos, desde que eu e Emma estivéssemos ao lado, mas por algum motivo, naquele dia eles tentaram fazer as pazes. Um tipo de união repentina, por pena de mim desde o último ocorrido.

Conforme eu tentava calcular as próprias palavras em minha cabeça cheia de peças de memórias, e pequenas lembranças do rosto dele, me sentia cada vez mais irritado. Aquela merda era tão injusta e eu nem sequer notei no primeiro instante.

Sei que, apesar de toda a aparente maturidade, também devia acolher todos os meus defeitos. O TDAH. A ansiedade. A incompetência contínua. O pessimismo. Minha existência.