Tudo nos é proíbido, até aquilo que deveria ser nosso' IV

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Quando criança Jiang Cheng costumava brincar pelo Pier Lotús , ele se lembra de correr no cais, de pular na água, de roubar sementes do fundo, de navegar... Ele era livre e hoje essa vaga lembrança lhe de liberdade lhe destrói, mesmo com todo o dinheiro, mesmo com um dos maiores títulos da nobreza Jiang Cheng se sentia preso. Um pássaro em uma gaiola, com um fio no pescoço, alguns privilégios.

E por mais que tentasse convencer a si mesmo de que tinha o controle sobre sua própria vida aquilo era uma completa mentira, WanYin não sabia o que estava fazendo, como estava vivendo e se estava vivendo,

Mergulhado até o pescoço nas consequências de suas próprias ações ele vive como se não houvesse amanhã porquê talvez não tivesse.

- não quer entrar?

A voz soou suave, baixa, aparentemente submissa, mas dos dois presentes naquela sala de banho ambos sabiam quem estava de fato com o controle nas mãos. Os dedos de Jiang Cheng percorreram cada centímetro da botas branca e muito bem limpa do General, que ainda lhe olhava por cima, uma expressão dura, com o maxilar travado, brigando com sua própria consciência sobre adentrar ou não naquelas águas e se deliciar com aquele corpo.

É um pouco cômico a forma como Lan XiChen se vê agora, sempre foi correto, sempre seguiu os seus princípios, sempre tomou cuidado com tudo, mas agora estava perdidamente encantado por um par de olhos violetas, uns lábios carnudos, uma voz aveludada e, o mais importante, um homem casado... Um homem casado com um Imperador, SEU IMPERADOR.

Uma noite de sexo foi o necessário para deixar o cheiro daquele corpo penetrado em sua mente e só Buda sabe o quanto ele queria sentir aquele cheiro de novo, mas não poderia, nunca poderia.

Lan XiChen de abaixou, ainda assistia aquele rosto ridiculamente lindo por cima e teve que ter muito autocontrole para não puxa-lo e beija-lo ali, agora mesmo, mas do contrario do que o Consorte do Imperador esperava o beijo nunca veio, ele apenas escutou uma frase, uma frase que o deixou sem palavra por longos dias.

- Você foi um erro, um erro que não pretendo cometer novamente, o Senhor deveria se dá ao respeito e cuidar do seu povo ao invés de agir como uma prostituta.

E aquilo o chocou porquê Jiang Cheng nunca se quer foi rejeitado e muito menos repreendido naquela maneira, não é como se tivesse qualquer tipo de voz dentro da corte, foi um choque, um choque de realidade que ele precisava, mas não significa que doeu, ser reduzido a uma mera prostituta, se eu infantil jamais imaginou que viveria assim, talvez o erro tenha sido crescer, crescer não era bom no final das contas.

Dias haviam de passado e o Imperador não voltou a ver o general, não por falta de querer, o mesmo parece ter ido para o lugar mais longe possível do Palácio, para as barreiras, os acampamentos que cercam e protegem o território do Reino Wen, mas Jiang Cheng ainda pensava naquilo, ainda pensava nele.

Então talvez ele também precisasse daquilo, também precisasse deixar aquele Palácio, sua gaiola, e voltar ao Pier Lotus, voltar aos seus pais e irmãos e, acima de tudo, se manter longe de Wen Chao que destruiu sua vida e Lan XiChen que mexe com sua mente.

Mas ele sabia que não seria assim tão fácil, é claro que não, então teve que se abaixar para se afugentar de um pergaminho que foi lançado em sua direção assim que se apresentou ao Imperador, seu marido, na sala do trono, mordeu os lábios e fez uma reverencia de qualquer maneira, afinal a ultima coisa que sentia por aquele homem era respeito.

- Por fim, meu marido, isto não é um pedido, mas um aviso, espero que não destrua este lugar em minha ausência, não seja tão burro.

- Você só deixa este palácio se eu lhe autorizar, Jiang WanYin

Mas este não deu mais importância quando se virou e se foi, mesmo que Wen Chao gritasse para que o parassem ambos ali sabiam quem era mais respeitado e temido pela guarda real e não entraram de fato no caminho de Jiang Cheng até ele alcançar sua carruagem e entrar nela partindo dali.

Wen Chao apenas se jogou no seu trono e bravejou, derrubando tudo o que tinha em sua frente, mas incapaz de mandar levantarem uma espada para Jiang Cheng, ele sabia de qualquer modo que o mesmo voltaria uma hora, Cheng sabia que tinha que voltar... De uma maneira ou de outra eles se mereciam e lamentavam por isto.

...

- Ah! Seu idiota!

- E eu sei que você ama...

E por mais relutante a isto, Cheng balançou sua cabeça de uma maneira positiva enquanto deixava a risada tomar seus lábios assim que foi abraçado e, simultaneamente, rodado por Wen Chao no ar até ficarem tontos e caírem juntos sobre a grama verdejante.

- O que esta fazendo aqui?

- Vim te ver, é claro, não esta feliz em ver seu namorado...? - o Wen pois a mão contra o peito e uma expressão de coitado no rosto, então se moveu até estar deitado meio de lado, a cabeça apoiada em seu braço olhando para o rosto de Jiang Cheng.

- Claro que estou, seu bobo, mas seu pai vai ficar muito bravo com você se souber que esta fugindo das suas obrigações.

- E eu não me importo.

E ambos rolaram na grama com risadas e beijos apaixonados...

Apaixonados...

Ai esta algo que eles já não eram a muitos anos, apaixonados, ambos mudaram muito. Wen não era mais o garoto que buscava conquistar Jiang Cheng a todo o momento e este ultimo citado já não era mais tão inocente par se render a estes encantos.

Olhando mais uma vez pela janela da carruagem ele teve mais um dos diversos vislumbres que tinha naquele lugar, cada pedacinho de YunMeng o fazia se recordar de um seu eu que não mais conhecia, que não mais era e ao mesmo tempo que lamenta isto também fica satisfeito, não é mais aquele garoto facilmente manipulável por palavras bonitas, flores colidas e beijos.

Então quando a carruagem parou ele já sabia que seus familiares lhe esperavam a porta, afinal a carta e o mensageiro que veio em frente preparou tudo e por mais que não fossem tão próximos Jiang Cheng ainda era um Imperador, não é correto não espera-lo na porta se sua residência.

Assim que desceu a carruagem ele observou o rosto dos servos abaixados, o rosto de seus dois irmãos mais velhos lhe sorrindo com ternura e seus pais, não tão felizes quanto.

- Jiang Cheng...

- Papai, mamãe... É bom lhes ver...

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⏰ Last updated: Apr 25 ⏰

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A Dama do ImperadorWhere stories live. Discover now