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Estar grávida nunca foi algo que passou pela sua cabeça solteira.
Mas a partir do momento em que conheceu melhor e entrou em um relacionamento com Enzo Vogrincic e isso caiu por terra. Sempre que via ele brincando com alguma criança da família o útero chegava a coçar. Sempre que via ele ajudando pessoas na rua, ou fazendo carinho em animaizinhos sentia que ele seria um bom pai.
Estavam morando juntos a mais ou menos cinco meses e se adequaram muito bem a "vida de casado", eram complementares nas tarefas dométicas, tinham tempo para si próprios e para um ao outro.
E esses tempos juntinhos rendinham, né? Tinha que fazer valer essa coisa de morar junto: sempre, em qualquer canto da casa, a qualquer hora... era lugar.
As vezes chegavam do trabalho juntos e cansados, loucos para aliviar o estresse do dia a dia e acabavam fazendo no chão da sala mesmo.
Por outras vezes, um chegava antes que o outro, preparava uma jantinha, tomavam banho agarradinhos e faziam debaixo d'água.
Até de madrugada quando sonhava com um sexo quente e ia, nada inocente, rebolando a bunda contra o pau dele na conchinha que costumavam dormir e transavam lentinho cheios de sono.
E relembrando tudo isso, agora se encontrava nervosa, sentada sobre o vaso do banheiro com as pernas tremelicando sem parar e a mão direita tremendo com o pequeno objeto que temeu por anos em mãos.
- Grávida? - sussurrou temerosa.
As coisas iam mudar.
Tudo ia mudar.
Uma parte de você se doía ao lembrar do relacionamento duvidoso dos seus pais, o que Enzo pensaria sobre isso? Te abandonaria? Te excluiria da vida dele? Renegaria o filho?
Era maldade pensar algo assim de alguém que tanto ama, mas não pôde evitar. Sabia que não era culpa dele, e sim, frustrações suas, do seu passado, da sua vida.
Receosa deu descarga para disfarçar, escondeu a caixinha amassada do teste de gravidez em um pote que colocava coisas de cabelo e o teste, em si, enfiou na caixa de remédios.
Ainda de olhos arregalados e com o coração a mil deixou o banheiro da suíte de casal que dormiam sempre que ficavam na casa dos pais dele, na casa em que ele cresceu e virou esse cara tão especial.
Esqueci de mencionar, mas era uma reunião de família que acontecia uma vez por mês na casa dos Vogrincic. Viajavam até a cidade dos pais dele e passavam o fim de semana lá.
Até a irmã dele estava ali com o núcleo dela.
- Nena, ta tudo bem? - ele veio andando o corredor rapidamente até te alcançar - Você demorou.
- T-ta - falou se afastando dele tentando esconder o tremor.
- Você tá pálida - colocou a mão na sua testa - Suando frio.
- Enzo, eu to bem.
Ele te olhou desconfiado, mas como você chamou ele de "Enzo" e não de "amor".
- Estão te chamando pra roda de mate.
Enzo não tomava a erva, mas você sim. Então passou as próximas quatro horas, conversando, rindo e fingindo que se divertia com os familiares dele.
Quando anoiteceu e vocês ainda em roda, estava cansada demais, despediu-se do pessoal e foi para o quarto.
Enzo continuou com eles.
Tomou um banho, escovou os dentes, vestiu uma camisa de banda dele e se deitou de lado na cama macia.
Dali a poucos minutos ele apareceu abrindo e então trancando a poeta do quarto.
- Linda, o que foi? - se aconchegou atrás de você em uma conchinha calorosa.
Você não respondeu porque sentiu os olhos apertarem, uma ardência no nariz e um bolo na garganta.
Porra, estava grávida
Grávida.
Esperando um filho de Enzo.
- Que foi, bebé? Fala pra mim...
Cheirou seu pescoço e te aninhou mais nos braços dele.
- Não chore... fala comigo. Aconteceu alguma coisa? Alguém falou algo? Foi o tio Paulo né, mas é que ele é argentino... não gosta de brasileiros. Sinto muito - você virou o rosto incrédula com o que ele disse - Não foi o tio Paulo... né?
- Enzo - tremeu ao dizer o nome dele baixinho - E-eu - ele passou os dedos no rosto secando suas lágrimas.
- Pode falar, mo.
- E-eu tô gravida.
- Q-que?
Os olhos dele arregalaram, mas não de um jeito ruim. O quê era aquilo se formando ali? Lágrimas?
Ele iria chorar?
- A-amor - tremeu e então abriu o sorriso mais lindo que tinha visto irradiar de Enzo Vogrincic - E-esta falando sério?
- Não tá bravo?
- Bravo, meu amor? - ele se ajoelhou na cama e ficou por cima de você em um pulo, ele estava lindo com os reflexos da luz amarelada do abajur - EU SOU O HOMEM MAIS FELIZ DO MUNDO - gritou e teve certeza que a casa toda escutou.
Ele desceu e se aproximou do rosto agora contente que você exibia.
Ele estava feliz.
Ele estava muito feliz.
Estavam criando uma família.
Ele beijou sua boca sorrindo e seu rosto todo, desceu beijos pelo pescoço... nada malicioso, era mais... empolgado.
Beijou até chegar a sua barriga coberta pela blusa dele.
Ele ergueu e mesmo empolgado com a visão da sua calcinha de vó, ele desviou o olhar e focou a atenção na barriga.
- Oi, bebé? Aqui é o papai... - ele ergueu os olhos pro seu rosto e te fitou apaixonado. Depositou um beijo na barriga - Hoje eu sou o cara mais feliz desse mundo inteiro! A mulher mais bonita desse mundo todinho disse que eu vou ser pai! E sim, coisinha... eu ja te amo.
Você sorriu agradecida à aquilo que acredita por ele.
Ele te acolheu.
Ele te ama e ama a coisinha esquisita que devia estar crescendo dentro de você nesse momento.
Ele subiu novamente e te beijou.
- Eu te amo, vida.
- Eu também - respondeu envergonhada por pensar que ele agiria de uma forma diferente se não essa.
Se aconchegou no abraço de Vogrincic mais uma vez. Contou certinho como teve a sensação, como ficou enjoada no caminho atéa casa dos pais dele mas pensou que era apenas o balanço do carro, como o seu aplicativo de menstruação informou que ela tava atrasada e você quis conferir.
E foi positivo.
- Não precisa esconder nada de mim, nunca. - ele afirmou várias vezes o quanto te amava com beijinhos e carinho.
Depois você adormeceu tendo a cabeça dele encostada na sua barriga, falando com o bebê.
Ali você pensou: nunca que essa criança vai ter daddy issues.
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Desculpa por esse, manas, to no meu período e fico assanhadinha.
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imagines do cast de lsdln
FanfictionHISTORINHAS QUALQUER COM OS GAROTOS ATORES DE "A SOCIEDADE DA NEVE"