Alex:
Três dias depois...
—Eu estou recuperado.—Termino de colocar a gravata, sob o olhar atento da minha mãe.—Mãe, pare de me olhar desta maneira. Eu me sinto bem. Estou apto para voltar a trabalhar.—Nada do que me disser irá me fazer mudar de ideia.—Cruza os braços, como uma criança birrenta. —Eu não posso ter as minhas preocupações de mãe? Estou proibida agora?
—Não é nada disso. Mas para que a senhora fique feliz, só estarei trabalhando meio período. Satisfeita?
—Não totalmente.
—Nem eu, nem a senhora. A metade de ambos.
—Melhor que nada.—Ela dá de ombros. Mas ao olhar pra mim, sorri mostrando todos os dentes.—Um passarinho verde me contou que você está gostando de uma moça, e que até preparou um jantar romântico para ela.
—Miguel deveria aprender a calar a boca. Anda especulando minha vida demais, para a senhora.—Reviros os olhos, terminando de me vestir. Pego a maleta que eu costumo levar todos os dias, e já estou pronto para recomeçar a trabalhar. —Homem fofoqueiro.
—Ele disse sem querer.
—Eu sei o sem querer. O que mais ele disse?
—Que a mulher é muito bonito, e que cuidou de você no hospital. Ela é alguma daquelas médicas?
—Ela é enfermeira.
—Eu a vi?
—Não sei. Pode ser que sim.
—Há tantas pessoas de branco e azul naquele lugar, que eu não sei quem são.—Se levanta.—E você está gostando da moça?