Amores Imperfeitos - VALU

N° 71 - Pontas do passado

LUIZA

Como é possível que no meio de tanta gente o tal namorado do Guilherme seja ninguém mais ninguém menos que o Lucas? Sua expressão mudou na hora quando me viu e eu não consegui ter outra atitude que não fosse paralizar, fiquei estática. Que situação mais desagradável.

— Guilherme o que que é isso? Você me disse que íamos encontrar um casal de ami... Não, espera aí, vocês são esse casal de amigas?

— Somos, algum problema? — Valentina respondeu e eu apertei sua coxa por debaixo da mesa na tentativa de fazer eña não piorar a situação

— Luiza? É sério? — Ele rir — Caraca eu não estou acredito. Eu jamais imaginei que você vivaria lésbica.

— Espera aí, eu não estou entendendo. Vocês se conhecem? Como assim gente? — Guilherme fala sem entender

— Vocês me dão licença, eu preciso ir ao banheiro. — Me levanto pra sair e ele segura no meu braço

— Olha só como é o mundo né? Depois de tanto tempo você envolvida com uma mulher.

— Você pode me soltar, por favor

— Solta ela — Valentina se aproxima e o encara

— Desculpa — Ele faz sinal de rendição

— Ei gente calma. Alguém pode me explicar o que tá acontecendo? Lucas de onde você conhece a Luiza?

— A Luiza é minha ex namorada e  também última. — Escuto ele falar já saindo em direção do banheiro

Já no banheiro Valentina vem logo atrás de mim. Meu coração estava acelerado e o medo que parecia nem existi mais há alguns dias, agora era real. Fiquei na pia, com as mãos na bancada, respirei fundo lavei as minhas mãos e molhei meu rosto, Valentina logo entra e fica do meu lado, encostada na pia e me encara.

— Amor está tudo bem? — Respiro fundo

— Vou ficar, foi só um leve surto!

— Se você quiser podemos ir embora, agora mesmo.

— Não, eu quero ficar. Eu quero ver qual é a dele. Eu tenho que enfrentar esse meu medo. E ainda mais amanhã que vou contar sobre a Eliza pra ele.

— Vou está do seu lado, se precisar de mim

— Sinceramente eu não sei nem como agir, mas quero tentar ao menos não ficar tão nervosa com a presença dele, mas eu sei o quanto ele é sonso e manipulador

— Tem certeza que vai ficar bem?

— Tenho. Vamos lá, vamos voltar! — Dou um selinho na minha namorada e voltamos pra mesa de mãos dadas, entrelaçadas.

Quando voltamos pra mesa eles já tinham pedido um vinho e pro meu espanto havia algumas trocas de carinho entre eles. Lucas nunca foi assim em público, realmente ele estava agindo bem diferente.

— Pedi um Pinot Noir, ainda é o seu favorito? Fala direcionado a mim

— Sim, ainda é. — Achei gentil da sua parte lembrar disso.

— Posso? — Ele mostra a garrafa e pede permissão para me servir, que aceito e coloco minha taça para ele derramar o líquido.

— Obrigada

— E você... Desculpa nem nos apresentamos, com essa incrível coincidência acabou que nem nos apresentamos. Bom prazar, eu sou o Lucas e isso você já sabe, e você é a... ?