𝙲𝚊𝚙𝚒́𝚝𝚞𝚕𝚘 31

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Horas após o sequestro

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Horas após o sequestro...

Meus olhos se abriram lentamente, lutando para se ajustarem à escuridão sufocante que me envolvia. Cada respiração era um esforço, minha garganta queimava como se estivesse sendo rasgada por garras afiadas. Tentei mover-me, mas fui instantaneamente lembrada das correntes que prendiam meus pulsos, cortando minha pele e arrancando gemidos de dor.

O cheiro do lugar, uma mistura repulsiva de mofo e sangue, penetrava minhas narinas, fazendo-me querer vomitar. Olhei em volta, desesperada, e tudo o que vi foram ferragens enferrujadas e sombras dançantes, como espectros de um pesadelo interminável. Uma mesa velha, duas cadeiras que rangiam com o menor movimento, e no centro de tudo isso, eu, enjaulada como um animal em um zoológico macabro.

⏤ Acordou, bela adormecida. ⏤ a voz cortante de Abigail dilacerou o silêncio, ecoando como uma maldição sobre mim. Sua figura sinistra se aproximou, seus olhos brilhando em crueldade, mas eu não recuei. Eu a encarei com olhos cheios de desprezo, prometendo a ela uma dor que ela jamais esqueceria.

No cerne do meu ser, o horror se insinuou como garras afiadas, dilacerando minha alma com uma crueldade implacável. Cada contato com o metal gelado fez meu corpo estremecer involuntariamente, uma sensação arrepiante que amplificava o repúdio pelos vestígios de violência que marcavam meu corpo.

O nojo que senti de mim mesma misturou-se ao ódio fervente que ardia em meu interior, uma mistura tóxica que ameaçava me sufocar. Fui envolvida por uma tempestade de emoções avassaladoras, cada uma mais violenta e devastadora do que a anterior, arrastando-me para um abismo de desespero.

A visão dos vestígios de violência em meu corpo era como reviver os piores pesadelos do meu passado, uma agonia insuportável que me deixava profundamente enojada e contaminada pela maldade que me cercava, uma prisioneira de minha própria carne e sangue.

Eu estava acorrentada, vulnerável, à mercê dos caprichos sádicos de um monstro disfarçado de ser humano. Cada batida do meu coração ecoava como um lembrete doloroso da minha fragilidade diante da crueldade do mundo.

As lágrimas de ódio escorriam em meu rosto, testemunhas silenciosas da tempestade que rugia dentro de mim, enquanto as gargalhadas da loira à minha frente ressoavam como sinos funestos, sacudindo a gaiola com uma violência cruel.

𝗔 𝘃𝗶𝗻𝗴𝗮𝗻𝗰̧𝗮  Where stories live. Discover now