Em um lugar desconhecido.

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Woburn, Massachusetts, 16:45 da tarde.

Franze o cenho, incomodado com a luz. Ele sente o corpo pesado e um pouco dolorido, principalmente na região de seu braço. Com muito custo ele tenta abrir os olhos, mas rapidamente os fecha ao senti-los arder com a claridade. Leva as mãos ao rosto, e por algum motivo seu braço direito dói com o movimento.

Após coçar os olhos, ele abre novamente, se forçando a deixá-los abertos dessa vez. Fica parado por um tempo, olhando para o teto de gesso branco e para as paredes descascadas. Suspirando, ele olha em volta, tentando recobrar a consciência.

Percebe que não conhece o local, muito menos se lembra de ter entrado ali junto ao seu pai para dormirem. Geralmente o mais velho preferia ficar na floresta, acampando, alegando que seria mais difícil de outras pessoas os fazerem de refém enquanto dormem.

Seu pai...

De uma vez, o corpo na cama sobressalta.

Seu pai, muitos zumbis, arame farpado, sangue, dor, choro. Sozinho.

O garoto rapidamente leva a mão até o braço direito, sentindo uma faixa em volta do machucado do qual havia ganho quando fugia dos mortos. Ainda perdido e assustado ele força mais a mente, tentando se lembrar como ele foi parar ali e quem cuidou de si.

Passa alguns minutos, e a única coisa que ele consegue se lembrar é uma loja em destroços e um homem com uma lanterna. Apertando os dedos no lençol, ele o levanta, checando se está com roupas, ficando aliviado ao notar que está vestido com as suas calças, somente com o torço nu.

Decidido, ele se arrasta para a beirada da cama de casal, colocando lentamente os pés no chão, contando até três para se levantar. Após ficar alguns poucos minutos parado ele se move até uma janela, com o objetivo de se localizar e procurar uma possível fuga. Se apoiando no batente, ele enxerga nada menos que um quintal com algumas roupas penduradas. É um quintal aberto, então seria fácil para ele fugir por ali. Agoniado por não saber onde ele está, abre a janela com o máximo de cautela possível, o suficiente para ele passar seu corpo ali.

Passa primeiro uma perna, apoiando as pontas dos dedos na grama do lado de fora, e então se curva, passando seu torço. Ele suspira dolorido quando sente o ardor em seu ombro por conta do corte.

Assim que ele tenta passar sua outra perna pela fresta da janela, sente seu pé esbarrar em algo parecido com um jarro. Desesperado e com medo de fazer barulho e chamar atenção de seja quem for que tenha o "sequestrado", ele impulsiona seu corpo para segurar o objeto.

Com esse movimento mal calculado, ele acaba não só derrubando a si mesmo, como também o jarro, para dentro do quarto. Ele geme de dor assim que sente o baque de seu corpo em encontro ao chão, colocando a mão diretamente em seu ombro dolorido.

E em poucos segundos a porta é aberta.

Desesperado, ele alcança o jarro que havia caído, se levantando com ele em frente ao corpo o usando como arma.

Tremendo ele trava, vendo uma garota de marias chiquinhas parada na porta, mais baixa que si, usando um short jeans, blusa de manga longa verde, e portando uma arma na cintura. Eles ficam em silêncio, ambos se olhando com curiosidade.

A garota entra mais no quarto, fazendo-o se afastar até o canto da parede, apontando o jarro para ela e respirando descompassado.

- Oi... – Ela diz baixo, não recebendo nenhuma resposta. Ela olha para a cama, e então para o chão. – Você caiu? – Se aproxima mais, tentando ser cautelosa para não assustar o garoto. – Meu nome é Nayeon, qual o seu? – Novamente sem resposta. – Você parece ter a minha idade... – Ela se abraça, olhando em volta um pouco envergonhada por não ser respondida, apenas observada. – Eu tenho dezenove anos, fiz ontem. Você chegou um dia antes, o Jimin te trouxe. – Ele sorri de leve ao observar o menino mudar sua expressão assustada, para uma curiosa. – Você estava sangrando muito, o Jimin teve que te doar muito sangue... Você também ficou desacordado por dois dias.

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