Prologue (revisado)

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Uma bolsa de ombro, linda e cara, foi posta à mesa de cabeceira diante de sua dona. Uma mulher de rosto doce e pele clara, de corpo curvilíneo objeto de admiração, começa a tirar o traje de trabalho. Ela fica quase nua, com apenas duas peças de roupa cobrindo seu corpo. Suas mãos delicadas juntam os cabelos, revelando um pescoço delicado, pronto para ser beijado.

A espaçosa banheira de hidromassagem já estava cheia de água morna, e esperava por ela. Seus olhos vazios olham para o objeto, antes de entrar e fazer a pele encontrar a água. Ela tentava afastar os pensamentos que a traziam de volta à uma felicidade que já havia vivenciado — a alegria de compartilhar um banho com a pessoa que ama.

Mas tudo havia mudado. Fahlada Thanasusak sofria com memórias que ela ainda não conseguia esquecer, mesmo depois de um ano. Memórias que eram persistentes, apesar do amor que compartilharam durante três anos. 

Um sorriso zombeteiro cruzou seu rosto ao ouvir a música que começou a tocar. A letra profunda, faz com que seu coração palpite de dor, forçando-a a fechar os olhos para deixar seus sentimentos irem embora com a música. 

Days and nights I've devoted my whole heart to have turned into days lost in vain.

You tell me to forget, to forget our love, and for me to come to terms so I may never see you again.

How do I respond? I can't explain the feelings inside my heart.

I must stay silent like this, without a word to say. You ask why I don't speak at all.

Do you know how it feels to be left behind? My heart aches.

You wouldn't understand the pain if you're never being abandoned.

What should I say to you? What can I say...

"Fui abandonada, e ainda sim continuo revivendo o que aconteceu." — Ela repetia para si mesma. 

Se sua família não tivesse implorado para que ela voltasse, para dar continuidade nos negócios, ela teria escolhido continuar morando em outro país. Ter voltado para a Tailândia, apenas a fez lembrar daquela pessoa.

Sendo fofa, pegajosa e gentil, ela nunca imaginou que aquela pessoa pudesse ter sido tão cruel a ponto de acabar o relacionamento sem um pingo de compaixão.

Toc! Toc! Toc!

"Senhorita Lada?"

"O que foi, Oon?" — A voz da governanta da família, uma mulher idosa e rechonchuda, fez com que Fahlada caminhasse rapidamente em direção a porta do quarto. Ela se certificou de fechar o roupão adequadamente, para evitar que Oon reclame sobre ela estar sendo vulgar.

"Beba um pouco de leite antes de dormir, senhorita Lada."

"Não sou mais criança. Mamãe e papai saíram?" — Fahlada pegou o copo de leite, atendendo aos desejos da mulher.

Ela não tinha mágoa dos pais, o amor sempre foi caloroso. A mansão Thananusak tem duas crianças agora, seus sobrinhos, a fofura dos pequenos a ajudava a esquecer um pouco do passado.

"Sim, *Khun Ying Russamee me fez prometer que faria com que você bebesse o leite antes de dormir."

"Mamãe me trata como uma criança. Estou quase chegando aos trinta."

"Mesmo que sejam trinta, quarenta, cinquenta, você sempre será amada por todos."

"Parece que só as pessoas desta casa me amam. E não ela, que me viu como algo descartável."

"Oh, minha querida Lada."

"Estou bem, Oon, não se preocupe. Só estou ficando para trás. Voltei para que você possa cuidar de mim." — O sofrimento de Lada era visível. Mesmo que dissesse estar bem, seu coração ainda tinha uma ferida que ardia, e nao importa o quanto ela tente se curar.


*Khung Ying é um título concedido à mulheres premiadas com "The Most Illustrious Order of Chula Chom Klao". Também pode ser usado para se dirigir a uma "Mom RajaWong (M.R.)"




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