➧︴𝗬𝗢𝗨'𝗩𝗘 𝗕𝗘𝗘𝗡 𝗖𝗔𝗨𝗚𝗛𝗧, 𝗟𝗜𝗟𝗜𝗧𝗛 | 𝟭𝟰

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Meses frios e turbulentos do outono se passaram, iniciando então, finalmente, o inverno.

Minhas meias deslizavam pelo chão de madeira polida da minha casa. Eu finalmente havia voltado depois de tanto tempo.

Caminhei até a cozinha, encontrando a casa vazia. Lembro-me de antes de ter acordado, ter escutado uma conversa de Deborah junto com Doroth. Elas sairiam cedo para ir até a catedral.

Me sentei sobre o estofado do sofá azul, dando uma olhada breve no clima ao lado de fora.

O nevoeiro se formava em torno da cidade, deixando apenas a capela visível.

Nada mais.

O som de corvos avisando a vinda de uma tempestade, se fez presente.

A casa era pálida e gelada, sozinha e silenciosa. A cidade parecia morta.

Desde o que havíamos conversado. Eu estava pavorosa, não queria voltar nunca mais.

Nós realmente precisávamos do dinheiro, enquanto eu, precisava amargamente da minha saudade mental.

Dias cansativos, voltando ao típico confessionário, meus pecados se espalhavam como baralhos em uma mesa. Todos eram abertos para o padre, que soava amargo enquanto ouvia eu contar.

"Perdoe-me pai, não tive culpa."

Eu sempre dizia a mesma coisa. Eu nunca quis ter dito ou escutado nada daquilo.

As luzes piscavam e meu coração gelava como uma pessoa no inverno, estava cansada e me sentia tão suja. O que pensariam de mim? Oh céus. O que pensariam de uma Kouris agora?

— Nada. Eles nunca vão pensar nada sobre você — Um sussurro maldito alfinetou em meus ouvidos.

Ele está aqui.

Eu sinto.

Meu peito subia e descia, a respiração desregulada tomou conta da sala. A lareira que aos poucos ia se deteriorando, apagando de vez. As luzes acabaram, me fazendo dar um pulo ao susto, ouvindo o barulho do disjuntor desarmar.

Oh não.

— Caim.

— Sim? — Sussurrou distante.

— Eu nunca deveria ter aceitado o trabalho.

Sua risada ecoou. Fria.

— E eu nunca deveria ter ignorado meu pai. Um anjo e um demônio? Interessante, querida.

— Não me chame de querida. Iremos cortar os laços, agora. — Minha pele estava paralisada. Eu só queria olhar para ele. Porém, não, eu estava com medo.

Sua sombra se aprofundou em minhas costas. Eu não podia ver seu rosto, além das terríveis texturas de sua pele e um chifre em sua cabeça.

𝗔𝗡𝗚𝗘𝗟 𝗛𝗨𝗡𝗧, Fantasia e darkromance Onde histórias criam vida. Descubra agora