capítulo 15

27 1 0
                                    

Mayle Connelly.

∆∆

O sol abrasador castigava o campus, e mal tinha chegado ao meio-dia.

Eu percorria os caminhos da universidade, envolto em pensamentos sobre o desafio que seria retomar os estudos. A escola sempre me traz lembranças dolorosas, repletas de traumas que preferia esquecer.

Anika, Matteo, Lydia e eu passeávamos pelos corredores, seguindo Anika, que insistia que eu deveria conhecer cada canto do lugar. Eu até concordava; sem ela, provavelmente me perderia facilmente.

Os corredores se estendem infinitamente, repletos de armários azuis e rostos desconhecidos. A cada curva, uma nova multidão se formava. Nunca imaginei que uma cidade tão pequena abrigasse uma comunidade estudantil tão grande. Mas, talvez seja isso mesmo. Em uma cidade com apenas uma escola, a agitação é inevitável, ainda mais quando ela é compartilhada com uma faculdade.

Com os livros firmemente seguros, desço as escadas que conduzem ao pátio. Algumas árvores pontilham o espaço, juntamente com algumas mesas para descanso. O lugar é vasto, uma verdadeira extensão de liberdade.

Sigo meus amigos enquanto caminhamos em direção a uma mesa redonda cercada por bancos. Observando de onde estou, percebo que a escola parece ainda maior, com suas amplas janelas retangulares parecendo diminutas em comparação.

— Quer fazer meu dever, Lydia? Estou com preguiça de entender a matéria — Matteo praticamente se jogou no banco, colocando suas mãos sobre a mesa.

— você não loiro Matteo. — Lydia respondeu e abriu a boca de sono logo em seguida.

Coloquei os livros sobre a mesa e continuei observando ao redor, vendo os alunos conversarem e rirem como se realmente gostassem de estar aqui. Por que diabos só eu pareço odiar esse lugar? Mesmo sendo meu primeiro dia, eu não sei, apenas olhar esses muros laranjas e branco me dá vontade de vomitar.

Meu olhar percorreu pelo local e antes que eu fizesse uma careta, eu vi três estudantes diferentes e chamativos. Uma loira no meio um cara bem forte ao lado esquerdo e outro mais magro a sua direta, eles andavam em sincronia e não olhavam para ninguém, como se fossem donos do local.

O cabelo da garota brilhava em um tom tão puro de branco, sua touca preta acrescentava charme e realçava ainda mais seus olhos azuis. Deus, que beleza radiante.

— Quem são eles? — perguntei, sem desviar o olhar da garota, sabendo que meus amigos também a observavam.

Um breve silêncio se seguiu, até que ouvi a voz de Lydia:

— O grandalhão é Newton, e o mais magro com cara de psicopata é Mitchell, embora o fortão o chame de Cody ou algo assim — Lydia lançou um olhar para a loira, e senti um frio na barriga, esperando para saber o nome dela. — A garota loira é Violet Walter, a quem todos temem.

Estremeci ao ouvir isso, pois a expressão deles não negava que são loucos e encrenqueiros

— Eles arrumam muita confusão? — perguntei, me ajeitando e voltando a encarar Lydia.

— A garota é quieta e se mantém para si mesma, mas os dois garotos já aprontaram por aí. No entanto, não se engane com ela, pois ela já se envolveu em muitas brigas, embora não tenha sido ela quem começou. — Lydia sorriu de lado, aumentando ainda mais minha curiosidade.

Antes mesmo de retirar meu material da mochila, virei o pescoço para encarar a loira mais uma vez, vendo-a apoiada em uma árvore, cercada por gente. Ela nem sequer olhava na minha direção, e eu não deveria me importar, mas por algum motivo, não conseguia desviar os olhos dela.

without reinsOnde histórias criam vida. Descubra agora