capítulo 24

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{MAYLE CONNELLY.}

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Diante da minha pior inimiga eu estava. Olhando para todas aquelas janelas, e aquele grande jardim. Ah, droga. Eu odiava estar na escola, odiava vir para esse lugar, odiava ter que olhar para esses alunos, odiava que eles me olhassem como se eu fosse um tipo de cavalo grande entrando na escola.

Revirei os olhos. Se eu faltasse hoje, meu pai me mataria, Victoria não me protegeria, e a culpa insuportável estaria nas minhas costas.

Mas e se eu faltasse só mais hoje? E se eu matasse o primeiro tempo, só esse?

Parei, pensando. Talvez eu...

— Vamos lá, May — Anika pegou meu braço, me puxando para entrar na escola.

Diabos.

Continuei andando junto com ela, e logo à frente, Lydia e Matteo se juntaram. Matteo veio em minha direção com um sorriso no rosto, parecia ter uma ideia genial, e ao mesmo tempo, estava assustador.

— Que tal matar a primeira aula? — disse Matteo, dando a ideia. Eu me animei, sem pensar nas consequências. sorri e estava quase indo na onda, mas Anika alertou:

— May, não vai na onda de Matteo. Eu estou de olho em vocês dois — advertiu 

Eu e Matteo olhamos um para o outro e reviramos os olhos. Droga. 

Eu queria ir embora, algo estava me incomodando.

Por alguma razão inexplicável, eu estava à beira de um colapso. Sou conhecida por ser calma, quase nunca perco a cabeça, a menos que haja um motivo realmente forte. Mas hoje? Hoje eu não queria nem saber da faculdade, muito menos do haras. Meu coração ansiava pela floresta, como se aquele lugar fosse um refúgio onde o mundo ficasse menos sombrio e minha mente, menos turva. Apesar do perigo, ali eu tinha um foco: encontrar a égua.

Isso é patético. Deveria estar contente nos campos claros. Mas, ah, que se dane isso! A faculdade me chamava, esse devia ser meu foco.

Soltei um suspiro pesado, tentando acompanhar o ritmo dos meus amigos, perdida nos meus pensamentos. Nem percebi que já estávamos no corredor próximos aos armários. Soltei o braço de Anika e me dirigi ao meu  armário. para minha sorte, ficava ao lado de Matteo e próximo ao de Lydia.

Ao abrir o armário, me deparei com a habitual pilha de livros. Fechei a porta e olhei ao redor, o ruído das conversas e dos armários se fechando parecia aumentar minha irritação a cada segundo. Sentia que estava prestes a explodir.

— Ei, May — Matteo tocou meu ombro, me despertando. Ele não olhava para mim, mas seu tom era de preocupação. — Por que o Mitchell não para de te encarar? Você já falou com ele?

Segui o olhar de Matteo e notei o tal garoto me fitando intensamente. Forcei a memória para lembrar se já tinha cruzado com ele em algum momento. Não parecia familiar. O único que conhecia com cabelo negro bagunçado era o Axel. Aqueles olhos verdes perfurantes... Lembrei-me apenas do dia em que vi três novos rostos entrando na escola. Mas... talvez sejam eles, faz tempo que não os vejo por aqui. Será que Mitchell acha que sou nova e por isso não para de me olhar?

Não desviei o olhar. Encarei-o de volta seriamente. Sério, cara? Como se não bastasse todo esse barulho, ainda vem um louco ficar me encarando. 

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