Capítulo 15

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Raul despertou por volta da madrugada quando sentiu algo quente passando pelo seu rosto, sorriu tirando Max perto de si e acariciou carinhosamente o pêlo do animal.



O enfermeiro rapidamente perdeu a alegria quando encontrou a cama vazia e sem nenhum vestígio de Benjamin.

Vestiu a primeira roupa que encontrou convencido de que o loiro poderia estar no seu apartamento mas as suas esperanças morreram quando viu uma senhora saindo do lugar.

— O homem que vivia aqui já foi embora, ele disse que precisava conhecer novos lugares ou alguma coisa assim — O coração de Raul falhou uma batida quando escutou aquilo, ele não seria capaz de tamanha covardia, seria?


— Ele já volta, eu sei  — Engoliu as lágrimas tentando acreditar que Benjamin não tinha o deixado depois do momento mágico que tiveram.


O seu corpo ainda lembrava do toque do britânico. A sua pele ainda sentia o calor das mãos alvas que apesar de ásperas o acariciava gentilmente o seu corpo, os lábios quentes contra os seus, o seu interior latejando ainda sentia a masculinidade de Benjamin.


Deu algumas palminhas no rosto para espantar o choque, ele se recusava a crer que Benjamin faria aquilo consigo, não depois de todas aquelas coisas que disse, dos beijos e as promessas de amor naqueles olhos azuis.

Assim que entrou no seu apartamento, deixou o seu corpo deslizar lentamente até sentar no chão frio.


Com as mãos trémulas pegou o seu telemóvel para ligar ao homem loiro, ao primeiro toque escutou a respiração pesada do outro lado da linha.


Benjamin? Eu sei que você está me ouvindo — Falou segurando o choro e o silêncio agonizante estava aumentando a sua angústia.

Você disse que queria algo sério entre nós. Não faças isso, você se comprometeu comigo, Benjamin — O enfermeiro suplicou para o loiro que somente escutava sem dizer nada.

Diz alguma coisa, por favor — As lágrimas brotaram quando o Benjamin encerrou a chamada sem dizer uma palavra.



— Sou tão idiota. Como eu pude acreditar nele? — A sua voz quebradiça fez Max choramingar, o pastor alemão não gostava de ver o seu dono chorando e encostou a cabeça nas pernas do retinto que abraçou o animal.



Benjamin jogou o telefone para longe de si quando encerrou a chamada, o seu corpo inteiro tremia em puro ódio por saber que era a causa do enfermeiro estar chorando.



— Ele está assim há horas. A senhora acha que foi uma boa decisão? — George sugeriu oferecendo uma chávena de café para a mulher parada numa distância segura do loiro.



Rose podia claramente dizer que Jones foi afectado pela separação mas ela não iria permitir que o loiro não cumprisse a missão de suma importância que havia dado a ele.


— Distrações são a última coisa que precisamos no momento — Falou friamente e caminhou até o agente que tinha a cabeça abaixada.



Pegou um cigarro que estava na mesa e ofereceu ao loiro, a mulher de idade estava ciente que aquilo o acalmava por isso recorreu a esse método.

Lentamente os olhos azuis seguiram o cigarro estendido para si mas recusou-se a pegá-lo.


— Ele não gosta que eu fique fumando — Tanto Rose como George ficaram incrédulos com a resposta de Benjamin que puxou os fios dourados tentando se recompor.


SOMBRA E LUZWhere stories live. Discover now