Epílogo

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Obrigada a todas que estiveram comigo até aqui. A todas que me impulsionaram a terminar essa história... me incentivando... me estimulando... me apoiando.
Obrigada de 🩷.

Leiam escutando a música.

💕💕💕

Ao longe, sob a luz do sol do meio da manhã, Vicenzo observava de cima de seu cavalo, a esposa e as três filhas. A mais velha com oito anos, Aurora, se divertindo na água do rio. Elas vestiam apenas roupas de baixo, mas só ele estava ali para ver.

Sua esposa deu um gritinho quando fingiu ser capturada pela brincadeira das gêmeas de três anos, Bella e Linda. O vento carregou sua risada até ele. Elis carregou as filhas menores até o rio se juntando à mais velha. Uma série de gritinhos das filhas soaram em seguida. As quatro ficaram brincando. Era a cena mais linda. Vicenzo pensou o quanto era abençoado.

As quatro meninas de sua vida saíram da água, levantaram os braços para o sol, ficaram na ponta dos pés e começaram a sacudir como a muda de uma árvore em uma tempestade. Mas não havia tempestade no horizonte. O sol havia dissipado a névoa da manhã e prometia um dia claro coma a água cristalina daquele rio. Então, todas começaram a girar e dançar, com um ritual cheio de risadas, sorrisos e, às vezes, música. Vicenzo nunca sentira tanta paz ou felicidade.

Seus três pequenos anjos não tinham uma única preocupação na vida e ele não podia estar mais feliz. Ele também faria tudo para garantir que elas nunca passassem necessidade, e já tinha preparado poupanças para que elas fossem independentes quando completassem a idade com que a mãe delas casou com ele. Elas podiam se casar se quisessem, mas não seriam obrigadas a fazê-lo. Elas seriam livres para escolher seu futuro. Seriam independentes. E ele as apoiaria.

Elis  parou de dançar com as filhas e ficou apenas as  admirando, então olhou para o lado, colocou uma mão acima das sobrancelhas para proteger os olhos do sol e acenou com a outra.

- Venha!

Ele não precisava do convite e já planejava se juntar à família, mas quis aproveitar um momento para observar com orgulho o que tinha conquistado, o que achou que nunca teria.

Depois de descer de seu cavalo, as filhas o viram e ele foi rodeado por elas. As três pularam em cima dele e Elis não soube como ele conseguiu segurar as três ao mesmo tempo. Elas gargalhavam nos braços do pai. Sentiam-se amadas e seguras ali.

As suas meninas eram quase miniaturas de Elis, todas com o mesmo tom de cabelo e dos olhos da mãe, além de traços parecidos nos rostos. Vicenzo não mudaria nada se tivesse escolha. Elas eram perfeitas.

- Papai, você pode nos levar até o fundo? - perguntou Aurora. - A mamãe não deixa.

- A mamãe está certa. Vocês não podem ir até o fundo do rio.

- Mas agora nós estamos com o papai. - disse Bella.

- E o papai é forte. - completou Linda.

- Por favor? - pediu Aurora.

- Por favorzinho? - acrescentaram as gêmeas ao mesmo tempo.

- Posso, mas preciso conversar com sua mamãe antes.

- Você quer é dar um beijo nela. - A filha mais velha era inteligente e não tinha papas na língua.

Ele sorriu.

- Bom, isso também.

Bella e Linda riram.

- O papai beija muito a mamãe. - disse Bella.

- Ele beija a gente também. - completou Linda.

- O papai é um beijoqueiro. - Aurora falou.

Elis e Vicenzo riam.

- Porque o papai ama muito vocês e a mamãe. - explicou ele.

- Podem ir na frente, meninas. Mas fiquem no rasinho enquanto converso com seu pai.

- Você vai é beijá-lo.  - disse a mais velha, e então deu uma risadinha acompanhada das irmãs antes de todas saírem correndo.

Sua esposa o abraçou e o beijou como se eles não tivessem feito amor poucas horas antes, como se não tivessem se beijado intensamente. Não que ele se importasse com a demonstração de paixão. Mesmo que vivesse por cem anos, Vicenzo nunca se cansaria dela. Ela interrompeu o beijo e o fitou.

- O que a carta dizia?

Ele havia recebido uma carta de Tomé naquela manhã e ficara em casa para ler, por isso não estava com a família naquela ensolarada manhã de sábado. O atraso lhe dera a oportunidade de observar a esposa e as filhas de longe, e ele aproveitou a chance para guardar a visão na memória, para lembrar como chegara perto de não ter nada daquilo.

- Tomé nos convidou para visitá-los por algumas semanas.

Tomé e Ana Laura há muito decidiram tentar a vida longe dos Pontes de Miranda, depois da morte de Lúcio tudo tinha se tornado ainda pior. Eles haviam comprado uma fazenda de café no sul do Brasil com a ajuda de Vicenzo e prosperaram.

- As meninas ficarão muito felizes. Elas sempre se divertem muito quando visitam os primos.

Abaixando a cabeça, ele deu um beijo molhado atrás da orelha dela.

- E você? Vai ficar feliz?

- Você me faz feliz.

- É mesmo?

- Sim. Você também está feliz?

Ele se afastou para fitá-la.

- Como eu não estaria? Para um homem que chegou sem nada numa terra estranha, acho que estou muito bem.

Os negócios prosperaram cada vez mais. Mas acima de qualquer riqueza, ele tinha sua adorada mulher e suas maravilhosas filhas.

- Tenho uma esposa perfeita que é a luz da minha vida. Tenho filhas preciosas. Minha maior riqueza é a nossa família.

Ela sorriu e embalou o rosto dele com as mãos.

- Eu amo você.

- Você é tudo para mim, amore mio. Você e as meninas.

Vicenzo capturou a boca dela em mais um beijo, sabendo que ainda tinha um longo caminho pela frente para ser merecedor dela e da família que ela lhe dera. Ela o completava, o fazia se sentir inteiro.

Enquanto ouviam a conversa e as risadinhas das filhas, ele a pegou no colo e a girou. A risada de Elis, o som mais doce do mundo, ecoou por toda a fazenda.

Depois de levar cada uma das filhas para o fundo, Vicenzo levaria a esposa ao quarto deles e lhe mostraria o quanto ele a amava. O quanto era profundo o seu amor por sua Elis.

Era uma vez... um Selvagem (FINALIZADO)حيث تعيش القصص. اكتشف الآن