Go To Hogwarts - Rupha (Babymonster)

Capítulo 17 - Mansão Kawai

O Expresso de Hogwarts acabara de parar na Estação King Cross, onde os alunos da escola de magia e bruxaria desciam para que pudessem passar o feriado de natal em suas casas.

Pharita e Choi Yeon contavam para os Kim's como estavam indo nas aulas e tudo o que haviam aprendido durante os meses que estiveram fora, a família da garota já estava, agora mais acostumada com tudo do mundo bruxo e decidiram chamar a família que habitava a residência ao lado da sua para passarem o natal juntos.

Já na família Kawai, eles passariam sozinhos, como sempre já que o restante da família havia falecido ou estavam presos em Azkaban, e a relação com os vizinhos nunca havia sido das melhores. Ruka estava pronta para passar mais um entediante natal, diferente do seu último ano. Com esse pensamento, a ruiva lembrou-se do Espelho de Ojesed, parecia que havia sido ontem que ela havia o encontrado, mas já se passara um ano.

- Ruka, me acompanhe, por favor. - Joffrey pede para a filha, que não demora em levantar do sofá da sala e segui-lo, entrando no escritório do homem. - Sua mãe e eu pensamos muito sobre o assunto e decidimos que está na hora de você ter um meio de comunicação mais rápido que a coruja, por isso te compramos um celular.

- Não há sinal em Hogwarts, papai. - Ruka diz, confusa.

- Bem, pelo menos use para ouvir música offline e tirar fotos, sei lá. - Ele responde, jogando a caixinha do aparelho pela mesa e a ruiva pega, agradecendo.

Ela sempre quis ter um, muitos alunos tinham em suas casas, não havia necessidade de levarem a escola por não pegar sinal, mas ela sabia que aquilo não estava vindo do nada, no fundo, ela entendia que aquilo era para comprar o silêncio da garota. Era sempre assim, Ruka via algo que não devia, recebia presentes no dia seguinte, como na vez que ela viu seu pai amaldiçoando Hyunjin com um cruciatus, quando ele tinha apenas seis anos, por não conseguir executar um feitiço de alto padrão. Hyunjin Kawai era o bem mais precioso de Joffrey, ele sempre dissera que o ruivo era o herdeiro que sempre desejou, Ruka sabia que ela não foi planejada, seu pai nunca escondeu a preferência pelo garoto, e é claro que ela não culpava o irmão por isso, mas era horrível sentir como se não fizesse parte da família. Mas então Hyunjin morreu, em um trágico acidente, e toda a pressão de ser um grande bruxo caiu nos ombros da jovem Kawai, agora ela precisava provar para o seu pai que ela podia, sim, ser a melhor bruxa, precisava provar que, mesmo ela não sendo Hyunjin, merecia o reconhecimento de seu pai, precisava provar para si mesma que ela era suficiente, mesmo com seu pai dizendo que não, e, mais do que tudo, precisava acreditar que ela não era a culpada pela morte do irmão, como Joffrey sempre dizia. Ruka amava o irmão, com todo o seu coração, mas as vezes ela pensava em como seria se ele ainda estivesse vivo e a pressão não fosse em suas costas, pois era exaustivo para ela aguentar tudo.

- Filha, está tudo bem? - Eun-ji pergunta, quando Ruka chegou na sala, ainda encarando a caixa com o aparelho eletrônico em mãos. - Gostou do presente?

- Sim, adorei, mamãe. - Ela diz, em um sorriso fraco.

Eun-ji se preocupava, sim, com Ruka, e a amava, ela sentia isso. Sua mãe sempre fez de tudo para defendê-la, e ela era grata por isso, mas a falta de seu pai não era preenchida daquela forma. Ela tinha poucas recordações felizes, uma delas era os quatro no natal, brincando em volta do pinheiro, seu pai estava leve e com um sorriso no rosto, sua mãe não carregava nos olhos a dor que sentia com as agressões do marido, e Ruka estava feliz com o seu irmão gêmeo, que sempre esteve ao seu lado. Como poderia uma lembrança feliz se tornar tão dolorida? A ruiva não aguentou e desabou em lágrimas, sendo amparada por sua mãe, que nada entendeu a situação da filha.

- Eu sinto tanta falta dele, mamãe, eu queria tanto que o Jinnie estivesse aqui. - A garota de treze anos dizia, em um choro desesperado, e sua mãe apenas a abraçou com mais força. Ela também sentia falta do filho, todas as noites aparatava para o cemitério da família Kawai, sentando-se ao lado da lápide do filho que a deixou tão precocemente.