O inimigo entre nós Part 1

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Fui jogada em uma cela tão asquerosa, que nem um rato com dignidade entraria.

Passei o fim de semana confinada. Sem receber visitas, sem um advogado, sem meus amigos, sem notícias da mansão e sem o Vladimir.
Um guarda barrigudo vinha uma vez ao dia me trazer comida, e ia embora sem dizer nada.

O lugar era úmido, não tinha janela, a única fonte de luz vinha das aberturas da grade. Fiquei totalmente isolada, não ouvia nem mesmo o som do vento, o guarda passava uma vez ou outra, me olhava friamente e sumia pelo corredor.

A cela tinha um cheiro desagradável, era fria, suja e escura, mas eu não tinha como escapar.

Perdi a noção do tempo, enquanto estava imersa em meus pensamentos. A loucura parecia quase um objeto palpável.

Eloise: - (Melanie certamente está morta, os rapazes fugiram e não vou culpá-los se eles não voltarem mais, de qualquer forma estou sozinha).

Conforme os dias se passavam, alguns rostos conhecidos, porém nada agradáveis surgiram para me visitar. A diretora do orfanato onde eu vivi, e a psicóloga que cuidava de nós foram até a delegacia.

O motivo da visita? Bem, elas queriam entender o que me levou a insanidade de me tornar uma assassina.

A psicóloga, uma velha amargurada, cujo marido havia ido embora com a irmã dela, apenas 3 meses após o casamento. Já a diretora, uma mulher casca grossa e sempre rígida em termos de disciplina. Ambas incrédulas de que um “monstro” tinha sido criado por elas na instituição.

Não fiquei feliz em vê-las, nem contente em relembrar meu passado solitário, mas o pior mesmo foi ouvi-las me acusar de ser uma assassina desalmada.

Sinceramente, o silêncio da minha cela pareceu mais reconfortante depois que elas se foram!

Se meus cálculos não falharam era uma quarta feira, um dos guardas bateu na grade da cela e disse que eu tinha uma nova visita.
Não consegui imaginar quem poderia ser, mas resolvi ir olhar, afinal qualquer coisa parecia melhor do que aquele lugar fedorento… Qualquer coisa menos as duas velhas do orfanato.

Para a minha surpresa era o Vladimir. Ele estava na sala de visitas, esperando sentado, como se não estivéssemos em uma delegacia.

Eloise: - Você foi embora. Sua obrigação era ajudar na festa, você tinha que ficar na porta e vigiar. E o que você fez? Deu no pé, largou nossos amigos lá e me deixou sozinha!

O guarda barrigudo entrou na sala e me mandou parar de fazer escândalo. Eu o mandei para o inferno sem pensar duas vezes e ele se retirou murmurando.

Eloise: - E que história é essa de casamento? Você me deixou no meio de toda aquela confusão pra correr pra sua noivinha? Seu descarado!

Vladimir: - Eloise eu lamen…

Eloise: - Não se atreva a dizer que lamenta, Vladimir! Você disse que se lembrou de tudo naquela noite, mas foi embora para planejar me deixar outra vez? Por culpa sua a Melanie levou um tiro, por sua culpa a festa foi um fracasso e o Neil conseguiu matar muitas pessoas, sabia?!

Vladimir: - Você tem razão Eloise, eu te abandonei, abandonei nossos amigos e decepcionei todos vocês!

Eloise: - Por que?

Vladimir tirou do bolso um lenço e me entregou para enxugar minhas lágrimas.

Vladimir: - Eu não quis causar tanto sofrimento, tudo de ruim que já aconteceu com você até hoje, foi por minha causa. Eu fui embora para que nada disso acontecesse, mas meu maior erro foi ter ido até lá!

Eloise: - E você acha que não ter ido mudaria alguma coisa? O Neil iria atrás de todos nós mesmo assim.

Vladimir: - Você não entende. De qualquer forma vou corrigir meu erro e sair da sua vida de uma vez.

My LordTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang