Capítulo 23 - Verdades não ditas

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Hyunjina

Foi como se um frio muito forte se passasse por mim, pois não havia realmente uma razão para que Han reagisse de tal forma ao processar a notícia sobre o bebê que a cunhada estava esperando, independente se aquele choque era por ele questionar se seria o verdadeiro pai ou se era simplesmente por ele estar apaixonado pela moça e isso tê-lo deixado abismado que ela já estava grávida de seu irmão, ambas as opções tinham um mesmo denominador em comum: os sentimentos de meu marido por aquela mulher.

Por um tempo, eu até tinha tentado fazer minha mente aceitar que, se tivesse rolado algo entre os dois, teria sido apenas um lance passageiro, nada que pudesse interferir a longo prazo no nosso casamento, mas além de eu não conseguir relevar uma traição dessa maneira, agora ficava ainda pior para que uma absolvição acontecesse, porque já não era só a humilhação que me atingia, mas sim a sentença clara de que eu não tinha mais a recíproca do meu amor.

 - Vocês já sabem se vai ser menino ou menina? - perguntou Yongbok, parecendo ansioso pela resposta.

- Sabemos - admitiu Lee Na - vai ser...

- "Surpresa" - interrompeu Seungmin, completando a frase por ela -, vocês vão saber só depois que o bebê nascer.

A mulher olhou meio encucada para seu marido, que obviamente havia decidido de última hora sobre manter o sexo do bebê em segredo, sem ter o seu consentimento a respeito daquela escolha, mas Lee Na deu de ombros, sem se importar que Minnie tivesse resolvido aquilo pelos dois.

- Não importa o que vai ser - disse dona Ina -, o que importa é que venha com saúde. Você está tomando todas as medidas necessárias para isso, não é, querida? - questionou para a nora.

- Certamente. Serei a melhor mãe do mundo, você vai ver!

Após responder aquilo, minha cunhada cruzou o olhar comigo e eu notei o sorriso irônico que o canto do seu lábio deixou escapar, então saquei que aquela havia sido uma provocação para mim, como se propusesse uma disputa entre nós duas para decidir quem de fato era a melhor no encargo de mãe naquela família. Embora me aborrecesse a atitude cínica dela, apenas devolvi o seu olhar, mas me abstive de falar qualquer coisa.

- Hyung, você ainda não disse nada - comentou Seungmin, chamando a atenção de seu irmão mais velho -, não está feliz que seus filhos vão ter um primo ou uma prima?

Pego totalmente desprevenido, Han sacudiu a cabeça de um lado a outro, tentando recolocar sua mente no lugar para poder respondê-lo.

- Oh, não, não é isso... é claro que estou feliz, eu só... não imaginava que vocês quisessem ter filhos tão cedo, quer dizer... não tem nem um ano que estão casados.

Ao escutar aquilo, Lee Na fechou o cenho para ele e tudo que eu pude fazer foi imaginar o porquê, então a resposta mais plausível que me veio à mente era que meu marido talvez tivesse estado ciente em algum momento de que ela poderia ter engravidado, e achava que a moça tiraria o bebê ou que seu irmão caçula exigiria que ela tirasse, já que mal tinham começado a vida conjugal. Se fosse isso, eu dava razão para a expressão enraivecida ela, pois seria um crime exigir isso de uma mulher, mesmo que o filho tivesse sido concebido fora do casamento.

Antes mesmo que Seungmin pudesse retrucar em defesa da sua esposa, o sr. Yongbok acabou tomando para si o lugar de fala.

- Nunca é cedo para mais netos! - disse ele, empolgado em ser avô mais uma vez.

- Inclusive, vocês poderiam ter nos providenciado mais alguns nos últimos anos, não é? - comentou Ina, olhando diretamente para mim.

- Alguns!? - perguntei, deixando escapar uma risada. - Sogra, nem a senhora teve mais de dois filhos, tenho certeza que compreende porque eu parei por aí...

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