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Sirius acorda horas depois e percebe com um grunhido que possivelmente está atrasado para o café da manhã no Salão Principal. Ele se vira na cama, os olhos ainda fechados enquanto chega ao outro lado, tentando passar os braços em volta de Severus. Mas, para sua surpresa, não há ninguém deitado ao seu lado, com as mãos vazias sobre o colchão frio. Ele abre os olhos turvos e se senta enquanto esfrega o cabelo, confuso.

Foi tudo um sonho? Ele pensa. Ele não esperava a visita de Severus, e o homem estava tão desesperado que não teve coragem de sequer pensar na discussão deles, seu instinto de protegê-lo era muito mais forte do que sua raiva. Ele suspira alto e tira o maço de tabaco da mesa de cabeceira, acendendo um cigarro e exalando a fumaça.

Perdido em pensamentos, ele coça a cabeça, sentado com o lençol cobrindo o colo, quando uma forte batida na porta o assusta. Sirius segura o cigarro com os dentes enquanto rapidamente veste as calças antes de grunhir, "Entre!"

Remus aparece pela porta, parecendo pálido, mas composto. "Sirius, você tem um minuto?" ele pergunta.

"Sim, claro," Sirius responde, um pouco surpreso, mas aliviado por ser só ele e não McGonagall.

Remus entra no quarto e fecha a porta atrás de si, caminhando até a cama e sentando de lado, mordendo levemente o lábio. “Escute, preciso te mostrar uma coisa. Eu tinha planejado fazer isso durante o café da manhã, mas fiquei feliz por você não estar lá, ou você teria feito uma cena"

"Uau, Mooney, que imagem que você tem de mim," Sirius brinca, terminando o cigarro e apagando-o antes de se inclinar para frente. “Diga tudo, o que há de errado?”

Lupin hesita, mas finalmente suspira e entrega a Sirius o Profeta Diário que ele segura em suas mãos. “Por favor, tente manter a calma. Rita Skeeter escreveu um artigo sobre Severus.”

Sirius franze a testa e pega o papel do amigo, examinando a capa e lendo as palavras. Seu rosto empalidece imediatamente, seu corpo fica tenso e suas mãos tremem levemente.

“Tenho certeza que ele tem seus motivos,” Lupin diz em tom conciliatório, observando cuidadosamente cada uma das reações de Sirius. “E aposto que metade do que ela escreveu é lixo.”

"Veremos," Sirius rosna com os dentes cerrados, saindo da cama para vestir algumas roupas, resmungando de raiva baixinho.

"Sirius, talvez você devesse esperar até se acalmar um pouco," Lupin insiste, levantando-se e tentando agarrar o braço de Sirius.

"Eu não estou esperando," Sirius retruca, vestindo uma camiseta e sua jaqueta de sempre, vasculhando a sala em busca de sua varinha. “Onde diabos eu deixei minha varinha… ACCIO WAND!” ele grita.

“Sirius Orion Black!” A voz de Lupin interrompe, suas mãos finalmente agarrando Sirius pelos ombros e virando-o para encará-lo. "Escute-me. Você tem aulas agora e está absolutamente furioso. Acalme-se, vá fazer o seu trabalho e encontre-o na hora do almoço. A propósito, ele saiu do Salão Principal esta manhã, não acho que ele voltará para lá. Todo mundo estava falando sobre isso"

Sirius respira irregularmente pelo nariz, os olhos arregalados de fúria, mas eventualmente ele permite que seu corpo tenso relaxe, baixando o olhar. “Tudo bem…” ele admite com concordância relutante.

Lupin dá um tapinha no ombro dele algumas vezes antes de soltá-lo. “Vamos, já estamos atrasados.”

Sirius resmunga algo baixinho, mas não discute e segue seu amigo, fazendo um esforço para se controlar até chegar a hora. Mas não dura muito.

Quando termina as aulas, ele sente um aperto no peito enquanto caminha para as masmorras, com passos fortes e raivosos. Ele invade o escritório de Severus, seus olhos cheios de fúria. Severus está no fundo da sala, de costas para ele, e ele não se vira, aparentemente concentrado em um caldeirão com algum tipo de mistura.

Dança da Vida - TRADUÇÃO - Onde histórias criam vida. Descubra agora