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Depois de suportar dois dias de incessantes lembretes e reclamações de Remus, Sirius finalmente cede e decide fazer uma visita a Madame Pomfrey. Ele está cansado da agitação constante e só quer que todos abandonem o assunto de sua saúde.

Enquanto isso, Severus permaneceu em silêncio, nenhuma palavra ou mensagem passando pelo seu lado do espelho. Ele entende que Severus provavelmente está ocupado e muito mais disciplinado do que ele, mas isso não ajuda com seu desejo. Se fosse por ele, ele estaria incomodando-o todas as noites, perguntando como ele está, tentando ouvir sua voz.

Ele sente falta dele. Essa é a realidade estúpida em que ele vive no momento. Ele sente falta da voz, sente falta do corpo, sente falta da presença. E mesmo sabendo que a separação deles é temporária, ele não pode deixar de sentir uma profunda sensação de vazio sem Severus ao seu lado.

Então aqui está ele, caminhando para a ala hospitalar, esperando secretamente que Poppy esteja ocupada demais com outros pacientes para fazer um exame completo. Ele não se importaria se ela simplesmente o dispensasse com um breve “Você está perfeitamente saudável, agora vá embora”. No entanto, ele sabe que isso é improvável, especialmente considerando a natureza diligente da enfermeira.

Desde sua conversa com Mundungus, Sirius tem vontade de conversar com Severus sobre o que aprendeu sobre os Dolohov, mas também sabe que Severus irá perguntar-lhe sobre o exame e com certeza insistirá em saber os resultados. Então, apesar do ridículo de tudo isso, Sirius acha que é melhor acabar logo com isso, mesmo que isso signifique suportar o escrutínio meticuloso da matrona.

A enfermaria está deserta quando Sirius entra, seu olhar varrendo a sala em busca de Poppy. Eventualmente, ele a vê atrás da mesa, organizando algumas prateleiras no fundo da sala.

“Poppy”, ele cumprimenta, com as mãos enfiadas profundamente nos bolsos.

“Professor Black”, ela responde, levantando uma sobrancelha curiosa. “Como posso ajudá-lo hoje?”

Sirius solta um suspiro, seus dedos distraidamente estendendo a mão para esfregar seu pescoço. “Eu queria saber se você poderia fazer um exame em mim.”

Madame Pomfrey o examina, inclinando a cabeça pensativamente. “Há algo incomodando você?”

Ele descarta a preocupação dela com um aceno indiferente. “Acho que não, mas ultimamente tive alguns incidentes induzidos por estresse, e tanto meu melhor amigo quanto meu parceiro não param de se preocupar com isso. Então, preciso de algo para calá-los.”

Poppy se aproxima dele, seu corpo pequeno contrasta fortemente com sua estatura alta, mas sua presença exala confiança e autoridade. Seus penetrantes olhos azuis o estudam brevemente antes de apontar para uma das camas.

“Sente-se aí e eu atenderei você em breve”, ela instrui, seu tom não deixando espaço para discussão. Sirius revira os olhos, mas obedece, sentando-se no colchão ligeiramente rangente.

“Estou perfeitamente bem”, ele insiste.

“Isso cabe a mim determinar,” ela retruca, recuperando sua varinha e indo em direção a ele com um movimento de suas saias. “Agora, me diga o que está acontecendo.”

Sirius passa a mão pelos cabelos rebeldes, entrelaçando os dedos pelos cachos. “Eu desmaiei uma vez durante o Natal enquanto jogávamos Quadribol,” ele começa a explicar, e Madame Pomfrey pisca antes de concordar. “Eles me levaram às pressas para o St. Mungus porque, aparentemente, eu não estava respondendo. Mas caí de cerca de 15 metros, então provavelmente foi apenas o impacto...”

"Você caiu de..." A voz de Madame Pomfrey desaparece, sua expressão fica mais séria, mas Sirius a interrompe.

“Sim, sim, mas Molly me pegou no último momento com um feitiço lento, então só me machuquei um pouco”, ele dá de ombros, suspirando. “Mas então, aparentemente, eu estava inconsciente e com os olhos abertos, então eles me levaram para o hospital.”

Dança da Vida - TRADUÇÃO - Where stories live. Discover now