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Quando Sirius afirmou que não esperava muito daquela noite, ele não foi totalmente sincero. Sua verdadeira esperança era ter uma conversa civilizada com Severus em algum momento da noite, talvez alcançando um entendimento mútuo e um compromisso para começar de novo o relacionamento deles.

O que ele não esperava, porém, era o beijo comovente à meia-noite, quebrando todas as suas expectativas e, ao mesmo tempo, confundindo-o ainda mais.

Então, quando eles finalmente se separam do beijo apaixonado, seus olhos travados e ainda fundidos em um abraço apertado, Sirius não presta atenção aos aplausos e assobios de lobo de Harry e dos outros e apenas se inclina perto do ouvido de Severus, seu voz um murmúrio suave.

"Vamos sair daqui, só você e eu," ele sugere, sua mão traçando uma carícia suave nas costas de Severus.

Severus olha para ele com uma leve testa franzida e uma expressão vítrea nos olhos, seus lábios ainda carnudos do beijo, e logo fica aparente que Severus está consideravelmente mais bêbado do que Sirius inicialmente pensou. Bem, não importa. Mais um motivo para tirá-lo de lá.

Ignorando os olhares do resto do grupo, ele agarra a mão de Severus e os guia para fora da sala, caminhando pelo corredor até chegarem ao seu quarto. Uma vez lá dentro, ele fecha a porta e rapidamente recupera sua varinha e conjura um copo de água cristalina do nada, estendendo-o para Severus.

O homem aceita o copo em silêncio, agradece ao maldito Merlin e toma goles lentos, com os olhos caídos. Se Sirius tinha alguma esperança de uma conversa significativa sobre o que acabou de acontecer, elas rapidamente evaporam quando ele vê Severus lutando para colocar o copo meio vazio em uma mesa próxima, quase o derramando. Então, Severus vai até a cama e cai nela, sentando-se e enterrando o rosto nas mãos.

Sirius, ainda parado no meio da sala, não pode deixar de perguntar. "Quão bêbado você está?"

Severus bufa, esfregando o rosto com as mãos antes de erguer os olhos escuros para encontrar o olhar de Sirius. “Aparentemente não é suficiente. Você tem uísque aqui? "ele sorri.

Severus faz uma tentativa deselegante de pegar sua varinha, provavelmente para invocar uma das garrafas de uísque ou algo igualmente perigoso em seu estado. Antes que algo exploda, Sirius intervém, agarrando Severus pelo pulso. “Acho que você já teve o suficiente”, diz ele hesitante.

Severus zomba, fazendo uma careta enquanto guarda a varinha e afasta a mão do toque de Sirius.

“Então… vejo que não há chance de ter uma conversa adequada sobre o que acabou de acontecer, certo?” Sirius diz, estremecendo.

Severus murmura, inclinando a cabeça para o lado. “Sobre o que você possivelmente quer conversar?”

Sirius luta para controlar a vontade de revirar os olhos. “Ah, eu não sei. Talvez o fato de você ter colocado a língua na minha garganta na frente de todo mundo?"

Com um pequeno encolher de ombros, Severus zomba. “Você também coloca o seu no meu,” ele diz maliciosamente, e isso faz a boca de Sirius se contorcer. Ele nunca imaginou que Severus pudesse ser tão irritante estando bêbado. “Além disso, todos faziam o mesmo com seus parceiros”, diz ele, encolhendo os ombros.

Um gemido escapa da garganta de Sirius. Se ter uma conversa com Severus era difícil em circunstâncias normais, lidar com ele bêbado e indiferente estava se revelando totalmente irritante. “Achei que você tivesse dito que não éramos nada um para o outro”, diz ele, e sente cada palavra apunhalando um pouco mais seu coração dolorido.

Severus apenas encolhe os ombros novamente, e Sirius vê como ele tenta focar seu olhar nele. “O que você quer de mim, Black?” ele diz, parecendo cauteloso pela primeira vez.

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