Rebeldade

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Carismática da insolência
Vendaval de vendettas
"Scandaligenzia"
Abusada porreta


— Alexandre, do que você ta falando? — perguntei mais uma vez, ao pé da porta.

— Você sabe muito bem do que eu estou falando.

— Alexandre, eu não acredito que você leu meus...

A quanto tempo você vem me fazendo de rato de laboratório seu? Hein? A quanto tempo eu venho sendo a sua piada perfeita? – perguntou, exaltado. — Imperador, sério? É o máximo que você consegue?

— Isso foi antes. Faz muito tempo. — subi o tom de voz, e me posicionei. — Isso aí foi bem antes de todo o contrato, antes de...

— Giovanna, esqueça a porra desse contrato por dois segundos e seja mulher pra assumir isso. Você queria me fuder, sempre foi sobre isso, você pôs isso em palavras. Queria arranjar a primeira oportunidade de me fuder pra uma rede imensa de leitores, de graça. Você se envolveu comigo com esse intuito. Não me importa, pouco me importa se isso é de antes, ou é de agora, você tem o texto como prova que essa relação era sim sob algum interesse: eu sou um personagem pra você e nada mais disso.

— Alexandre, você sabe que isso é mentira...

— Não ouse chegar perto de mim agora. — disse, repreendendo minha presença imediatamente. — Eu nunca imaginei que justamente você poderia fazer uma coisa dessas comigo. De todas as pessoas, eu imagina que você fosse a última a me aprontar uma dessas.

— Não fale como se você tivesse sido um santo no começo comigo, porque você não foi. – me impûs, mas era difícil. A desvantagem era imensa.

— Foda-se se eu escolhi ser ruim pra não quebrar a cara com você no futuro que nem eu to quebrando agora, o que me importa é que mesmo passando o que a gente passou, mesmo vivendo o que a gente viveu e vive, você QUIS colocar isso pra frente. Você quis não, você quer colocar isso pra frente, e ainda me joga na cara que eu era ruim? É VOCÊ DORME COMIGO QUASE TODO DIA!

Ele gritou no apartamento com as mãos tensas, sustentadas no móvel do meu escritório. Eu não movia um músculo, mas movia muitas lágrimas que caíam e caiam do meu rosto. Por um resvalo do destino, acontecemos e falhamos de tal forma, ou melhor, eu falhei de tal forma.

No silêncio cortado do ambiente, ele respirou pesado e voltou a me olhar com o peso da decepção carregado na cara. A mão que apedrejava era a mesma que acariciava.

— Até quando isso vai?

— Isso o quê?

— Esse programa. — ele se referia ao Alêgorias.

— Temos um mês ainda. Isso se não prolongarem o progra—

— Acorda. Eu não vou aceitar o prolongamento. — decretou, ríspido que só.

Eu gostaria de opinar, mas não era o momento ideal para isso. Mas ele se incomodou.

— Não vai falar nada?

— Não me cabe falar nada. Eu não sou sua chefe, não sou a sua dona. Eu não posso te obrigar a compreender meu lado, nem posso fazer com que você acate as minhas verdades. Você não é minha posse. — Na verdade, eu não era mais nada dele naquela altura do campeonato.

Sex AppealWhere stories live. Discover now