Só homem?

107 9 96
                                    

— Então é uma suruba que vocês estão planejando? — Brasília devolveu a pergunta para Matinha.

— Sim.

A morena respondeu aparentemente tranquila, estava um pouco nervosa de falar com a chefe sobre questões tão carnais e depravadas e ela não esboçar nenhuma emoção que lhe fosse útil em descobrir o que pensava. O único medo real que tinha era da capital vetar o evento.

— Então pra que chamar de festa?

— Uai sô... Num sei direito. — Sorriu sem graça. — Foro os minino qui chamaro assim i eu só continuei. — Deu de ombros desconfortável em não ter respostas.

— Quem?

— Qui começo? — A capital assentiu. — Parece qui foi ideia do Rio i ele foi i falo cum o Norte e o Sergipe i depois caiu na oreia do Sul i eles começaro a organizá di verdade a coisa toda.

— Sabe dizer quem mais está nisso?

— Óia, tem eu, o Goiás, o meu irmão í o Minas, o Sul, o Paraná, o Rio, o Sampa, o Norte í o Sergipe até onde eu sei.

— Só homem? — Olhou um pouco preocupada para MT.

— Sim, mais é qui eu tô começando a convidá as mulheres agora.

— E decidiu começar por mim?

— S-sim. — Ficou sem jeito, claramente tinha segundas intenções envolvidas ali e a capital era afiada em sentir isso. Decidiu falar tudo. — É-é qui pra eu convence o Goiás eu prometi qui ia ti convidá primeiro, i si ocê quisé nois podia brincá junto. — Lançou um olhar para ela. Ainda não conseguia decifrar o que a chefe pensava. — M-mais só si ocê quisé. — Levantou as mãos se justificando preocupada.

— Hum. — Brasília mantinha a cara neutra analisando seriamente a situação para o enervamento da morena. — Entendi. — Olhou para ela. — Pode chamar o Sul aqui e trazer a lista por favor? É ele que está com essa lista né?

— S-sim. — Assentiu com a cabeça nervosa. Será que tinha estragado tudo ao falar com ela?

— Chama ele lá pra mim por favor. — Mandou como se não fosse nada e voltou a mexer no próprio computador.

Sem escolha Matinha se retira do escritório dela e ruma direto para falar com o gaúcho. Estava preocupada, mas não se deixava desesperar. Alguma coisa na aura da capital lhe dava esperanças, mas a bendita não expressava nada! Ela era mestre na poker face.

Bateu na porta dos sulistas já entrando.

— Sul? A Brasília tá ti chamando.

— Ok guria. — Finalizou alguma coisa no computador e se levantou.

— É procê levá a lista.

Ao ouvir sobre aquilo foi inevitável do Paraná e da Catarina também levantarem a cabeça e prestarem atenção.

Trocaram olhares atentos. Finalmente o maior entendeu do que se tratava o assunto.

— Tu foi falar com ela? — Sul tinha um tom de preocupação na voz.

— Sim. — MT respondeu nervosa. Já estava se preparando mentalmente para a bronca que viria se a capital proibisse aquele evento.

— Pra que? — Paraná falou indignado.

— Pra convence o Goiás. — Falou rapidamente e virou de costas saindo pela porta. — Vamo.

— Eu te conto tudo depois paixão. Te calma guri. — RS falou com o menor e seguiu a amiga com a lista em mãos.

A "festa"Onde histórias criam vida. Descubra agora