SEIS.

116 25 9
                                    

Duas e cinco da tarde.
Denmark direção sul, 241, apartamento 06. Estava em frente ao prédio e ele me parecia convidativo. Entrei e subi as escadas, não havia ninguém no local então passei reto. A escada não rangia, diferente do que imaginei que faria, e estava em perfeito estado. Doze lances de escadas até o andar seis. Apenas um apartamento por andar, novidade para mim e quase todos os londrinos. A porta branca me fez estremecer e pensar o que aconteceria depois que eu tocasse a campainha. Eu não queria mais pensar. Toquei-a e esperei. Meu coração não se decidia entre acelerar ou parar. Eu estava pálido de nervoso. Louis, tenha vergonha de suas reações.

A porta se abriu. Uma figura de preto se fez presente; camisa, jeans e botas todas na mesma cor escura. Ficou parado me olhando. Eu fiquei parado o olhando. Deu um passo para trás e pediu para que eu entrasse, o fiz.

Eu poderia descrever o cômodo como simples. Simples mas intenso, assim como as palavras e reflexões de Harry. Passava os olhos pela prateleira cheia de livros, reconhecia alguns como A insustentável leveza do ser, e sorria internamente.

"Pensei que não viria." Sua voz rouca roubou minha atenção, me virei para ele e coloquei as mãos nos bolsos. Fiquei em silêncio olhando em seus olhos, desviei o olhar para a pequena janela e confesso que estava um pouco inseguro. O local parecia tão confortável, tão quieto e limpo, mas não parecia abrigar uma alma a muito tempo. Voltei para seus olhos, estavam intensos. Suspirei. "Eu também"

Ficamos quietos por minutos, longos minutos. Tentava imaginar o que se passava por sua cabeça, se estava feliz. Eu esperava que ele estivesse feliz. Eu estava feliz. Harry deu um passo, fechou a porta e encostou na parede. Olhava para o teto e mordia os lábios, de vez em quando sorria abafado, mas voltava a expressão anterior. Me fitou. Me olhava como se eu fosse o único ser vivo existente, ele parecia nervoso, mas creio que não estivesse.

"Meu medo era não poder olhar mais para ti" começou a andar em minha direção olhando para o chão "Perdi horas de sono lembrando de seu sorriso, você me cativou". Ele chegava cada vez mais perto até encostar sua testa no meu ombro, quase se deitando. "Sente-se, ali é confortável" e apontou para o sofá à nossa esquerda.

O segui até o sofá e nos sentamos. Nossos joelhos se tocavam e eu mantinha os olhos neles, estávamos nos tocando.

"Eu espero que esteja feliz por eu estar aqui" ... "Eu realmente gostei de vir, mas não sei o porque estou aqui". Eu olhava para meus tênis e apertava minhas mãos, eu estava visivelmente nervoso.

Harry respirou fundo e fechou os olhos. Passou os braço para o encosto do sofá, seus dedos cantarolavam alguma percussão, junto com seus pés que o acompanhavam.

"Você me parece inseguro. O chamei para vir aqui fazer a mesma coisa de segunda, ou seja, nada. Gostei de fazer isso com a sua companhia" ele havia aberto os olhos e olhava para o teto com a cabeça escorada no sofá.

"Há algo em você que me faz querer a sua presença."

Meu coração parou. Vim para cá querendo saber se realmente sentia algo real e recebo isso. Eu queria poder falar mil coisas para ele, queria senti-lo e tocá-lo. Sua presença, Louis, ele quer a tua presença. Segure-se Louis.

Apenas o olhei e sorri. Juro que dessa vez o sorriso que recebi de Harry demonstrava intensa alegria, era um sorriso de felicidade, e eu não sabia o que fazer. Ele me olhava nos olhos, levou sua mão até a minha e perguntou se poderia tentar algo, eu não poderia hesitar, não depois daquele sorriso que havia acendido todas as chamas dentro de mim.

Harry pegou meu pulso e levou minha mão até a sua. Fez nossas palmas se encontrarem. Até aquele momento eu não tinha percebido o quanto nossas mãos se diferenciavam em tamanho. "Elas se encaixam perfeitamente se você olhar. Podem ter uma diferença de tamanho, mas parecem ser feitas uma para a outra." Harry cuspia palavras que faziam meu coração disparar.

Desci minha mão deslizando pela dele, parei ela em sua coxa, o fitava fixamente. Respirei fundo e me aproximei, eu precisava de algo para comprovar tudo aquilo que estava se revirando em meu estomago. Precisava saber se era real. Me aproximava cada vez mais, lentamente e observando meu reflexo em sua íris. Fechei meus olhos ao sentir sua boca cada vez mais perto da minha, Harry tenciono sua cabeça para trás fazendo com que eu depositasse meus lábios em seu pescoço. Eu apenas não liguei pra isso, depositava beijos e aconchegava meu corpo no dele. Harry foi voltando devagar e depositou um beijo longo e sutil em meus cabelos, eu decidi subir até encontrar sua boca.

Uma energia tomou meu corpo, uma pontada irradiava por minhas pernas. Sua boca, tão fina quanto a minha, me fazia desejá-lo. Eu queria beijá-lo e perceber que tudo era verdade. Eu sugava seus lábios delicadamente, sentia sua respiração em meu rosto e seu peito relaxado se movimentando um pouco rápido. Ele me acompanhava, levou suas mãos até meus cabelos e os massageava lentamente. Nossas línguas se encontraram e meu corpo recebia choques, eu precisava de ar, precisava respirar um pouco. Mordi seu lábio inferior e colei nossas testas.

Estávamos no momento perfeito. Eu e Harry. Eu e alguém que havia me apaixonado em tão pouco tempo. Eu e aquele que eu gostaria de carregar para a vida.

Meu coração parou. Vim para cá querendo saber se realmente sentia algo real e recebo isso. Eu queria poder falar mil coisas para ele, queria senti-lo e tocá-lo. Sua presença, Louis, ele quer a tua presença. Segure-se Louis.

_______________________________
    Nenellaxx

HEAL | Larry StylinsonWhere stories live. Discover now