Capítulo 4

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Tentei colocar na cabeça dele que pagaria a roupa dele e sua máscara. Mas ele é muito teimoso.

Já que terei que gastar para a roupa no jantar, o qual é dois dias depois da festa da Andreza, ele insistiu para eu não gastasse dinheiro com ele e que daria um jeito.

O tal baile era daqui três dias. Já tinha escolhido um vestido. Como era pra usar aqueles trajes formais do século XIX, que adoro, tive que escolher um vestido bufante cheio de rendas.

Era um rosa pálido. Achei bem legal. Era tomara que caia. A saia formava um arco em torno de mim. A máscara era dourada intrincada com uns desenhos em prata e cobria até a altura do meu nariz, expondo somente minha boca e minhas bochechas.

Enquanto a semana passava rapidamente, Daniel me encontrava na minha sala e saíamos para conversar em algum quiosque da faculdade. Outras vezes íamos até a biblioteca usar a internet.

Trocamos nossos números e as vezes trocávamos mensagens pelo Whats.

Meus pais ficaram curiosos para saber quem ele era, então falei que ele iria me buscar aqui em casa.

Eles concordaram. Agora era só avisar o Daniel disso.

Um dia antes da festa, sexta, me deito em minha cama e percebo não ter trocado nenhuma mensagem com ele.

Era hora de falar que era pra ele passar aqui, não?

Daniel?

Eu.

Promete não ficar bravo comigo...

Vou tentar.

Você pode passar aqui em casa para me pegar pra ir a festa? Sei que combinamos de nos encontrar lá e tal

Seus pais?

EXATAMENTE

Ok, passo uns 15 min antes da hora combinada.

Obrigada. Vc é meu herói. Sabe disso não sabe?

Claro que sei! Kkk

Apenas sorrio. Tento dormir pois amanhã seria um dia e tanto.

[...]

É hoje! É hoje! CACETE!

Respire fundo...

Faltava algumas horas até Daniel chegar.

Daniel.

Sua entrada em minha vida foi uma verdadeira catástrofe. Não conseguia me concentrar nas aulas e isso me irritava.

Também né! Ele é praticamente o rei da minha pátria. Meu herói. Nos conhecemos em tão poucos dias atrás, mas... É como se o conhecesse a muito tempo.

Tá! Isso soa clichê pra caramba, mas é a verdade.

Minha mãe insistiu pra que eu fosse em um salão pra fazer o cabelo e essas coisas.

Nunca gostei disso.

[...]

Tá... Gostei pra caramba de ir ao salão. Nem parece meu cabelo. E minhas unhas? Perfeitas. A maquiagem nem se fala!

Depois de colocar meu vestido e a sandália, dou uma última checada no espelho. Estava muito nervosa.

Meu pai estava conversando com Daniel lá em baixo. Minha mãe ficava borboletiando em minha volta, me dizendo como estava bonita.

- Eu vou descer mãe, se não vamos chegar tarde...

- Claro, claro!

Descia vacilante as escadas. Minha mãe parecia não querer fazer barulho, mas sua respiração agitada de ansiedade a denunciava.

Meu pai, Nicolas e Daniel estavam sentados no sofá da sala. Quando escutam meu salto batendo no chão da escada eles me encaram.

Quando três pares de olhos me observam entro em estado de alerta.

Um medo e uma ansiedade me atingem.

Por incrível que parece Daniel pode perceber isso e corre em meu socorro.

Ele me lança um sorriso calmante e estende a mão para me ajudar a descer.

- Está bonita...

Comenta quando chego ao seu lado. Ele estava MA-RA-VI-LHO-SO!!!

Parecia trajar um smoking. Meu deus... Que perdição.

- Você também não me parece ruim...

Ele ri.

- Podemos ir?

- Ok... – comento.

- Espere... – meu pai vem com mais um de seus sermões. Pude sentir isso em seu olhar.

- Quero que se divirtam...

- Pode deixar... – diz Daniel.

- E mocinha... – diz apontando um dedo em minha cara. – Se aparecer grávida aqui em minha casa, saiba que irá apanhar muito...

Minha cara arde de vergonha. Minha mãe o repreende enquanto Daniel dá um tchau abafado pelas reclamações de meu pai.

- Ai meu deus... – murmuro. Ele ri mais ainda. – Não ri! É muito vergonhoso isso, não vê?!

Ele me guia para a porta do passageiro. Era um Sentra preto. Já sentada, coloco minha máscara. A dele estava no painel do carro.

- E aí? Pronta?

- Sinceramente?

- Claro... – diz colocando a sua. Era toda preta, do mesmo comprimento que a minha. Ai xesus!! Que calor...

- Estou ansiosa, mas ao mesmo tempo... – olho pela janela enquanto ele dava partida. – Estou com medo...

- Olha... Eu sei o que você passou nas mãos delas...

O encaro.

- Bom... Em parte, não é? Mas eu vou estar aqui com você, ao seu lado... Sabe que pode contar comigo...

Ele tira uma das mãos do volante e coloca em cima das minhas.

- Por incrível que pareça eu sei que posso contar com você...

Sorrimos um para o outro por detrás de nossas mascaras. E então percebo que ele está estacionando o carro.


Namorado AlugadoWhere stories live. Discover now