Namorado Alugado

Capítulo 13

            A partir daquele dia oficializamos como sendo um casal. Íamos um na casa do outro. Até marcamos de fazer um jantar reunindo nossos pais.

Durante o resto do ano foi uma maravilha. Estudamos juntos para as provas, assistimos a filmes e fazemos... Outras coisinhas mais...

Nesse fim de ano, decidimos passar o natal juntos. Minha mãe convidou a família deles para o almoço. Eu passei meu primeiro natal, a virada do dia 24 para o 25, longe de meus pais.

Logo chega a data para a rematrícula da faculdade. Bom... Estava no terceiro ano e estava super empolgada.

- Dan, já foi lá na faculdade? – o abraço por trás e encosto minha cabeça em suas costas. Era tão cheiroso... Porque tinha que ser tão cheiroso?

Percebo que ele ficou levemente tenso.

- Daniel... – fico de frente para ele. – Aconteceu algo ruim?

Ele estava com a cabeça baixa. Encosto a mão em seu queixo, forçando sua cabeça a ficar de frente para meus olhos.

- Posso ajudar em alguma coisa?

Tento sorrir, mas a expressão sombria dele me assustava.

- Dan...

- Eu... Preciso te contar uma coisa. – ele soava muito sério.

Aceno com a cabeça.

- Eu... Não vou fazer a rematrícula desse ano.

Inclino a cabeça para um lado. – Você... Vai desistir? Mas você ainda está na metade e...

- Não vou desistir. Eu só... – ele senta em sua cama. – Vou estudar em outra faculdade...

- Ah... – tento não soar decepcionada, mas se era pro bem dele... – Em qual? A que fica no final da cidade ou no....

- Em outro país Lúcia.

Meu coração para. Tento engolir. Em vão.

- É... Nossa! – sabe aquela sensação de vazio? Aquela sensação estranha de quando da um passo em falso? Tento me abraçar, mas meus braços pareciam estranhos.

- Lúcia...

- Oh! Não me toque, por favor... – me encolho. – Eu não sei se vou conseguir segurar meu choro, então... Continue falando e me deixe distraída.

- Vai ser tipo um intercâmbio. Mas... – ele hesita.

- Mas?...

- São cinco anos, Lúcia. E tenho que ficar por lá todo esse tempo, se não perco a bolsa...

- Você não tinha me falado de nada... – sento ao seu lado. Por mais raiva que sentia naquele momento, eu precisava ficar ao seu lado.

- Foi antes de conhecer você... Pensei que seria rejeitado, mas... – ele suspira. – Meus pais acham que é uma ótima oportunidade e eu também acredito. Eu não posso desistir e...

- Não. Você vai sim. – viro meu corpo para ficar frente a ele. – É uma chance incrível, Daniel. Espero que já tenha aceitado.

- Ainda não...

- Aceite logo. Droga! Tem que aceitar... – sinto algumas lágrimas quentes descerem por meu rosto.

Ele me puxa para um abraço e choro em seu ombro. Literalmente.

[...]

Hoje era o dia do embarque dele. Nos últimos dias eu evitei chorar. Tive uma longa conversa com minha mãe. E acho que decidi uma coisa que vai ser uma boa opção, tanto pra mim, quanto pra ele.

- Pegou tudo?

- Sim...

- Dan... Eu poço falar com você um minuto?

Ele se afasta dos seus pais e ficamos em um canto reservado do aeroporto.

- Quero te falar uma coisa...

- Ok.

- Eu... Bom. Você vai para uma outra faculdade. Vai conhecer pessoas novas, gente nova, festas e... Bem, garotas.

- Lúcia...

- Quero que se divirta lá. Que não fique preso a mim... Entende?

- Não! Lúcia, escuta o que você ta dizendo. É loucura e...

- Eu já me decidi. Não acha que passar noites acordada pensando qual seria a solução melhor? É horrível namorar a distância, Daniel. E você sabe disso... – lágrimas desciam por meu rosto.

- Vou fingir que não escutei isso. – ele ajeita a mochila em suas costas. – Achei que me amasse.

- E eu amo!! Droga! Amo sim, seu idiota! – bato em seu peito. – Não sabe como foi difícil falar isso. Vamos ficar 5 anos sem se ver... Você vai mudar de ideia...

- Não é só porque vou pra Stanford que vou esquecer de você...

Suas feições estavam bravas. Ele respira fundo.

Uma mulher anuncia o vôo dele. – Tenho que ir. Vamos nos falando, ok?

Aceno com a cabeça. Ele beija minha testa e depois beija meus lábios demoradamente.

Sem dizer uma palavra mais, ele se afasta. Se despede das pessoas que estavam ali e sobe a rampa para o embarque.

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