CAP 32

1.4K 140 51
                                    

POV Betina

- Lu, tenho um quepe verde oliva sobrando aqui. Se você quiser, levo pra ti.

- Gouveia, leva, por favor! Deixei cair café no meu agora há pouco.

- Tá bom, vou levar. Meia hora tô chegando no local. - Respondi, ainda com o celular no ouvido, enquanto pegava o outro quepe no armário e o colocava ao lado do que eu já estava planejando usar.

- 17:40h! - Ouço a voz de Beto gritando da sala, com aquele tom autoritário que ele sempre usava quando estava impaciente.

Dou uma última olhada no espelho, passando um batom rosa cor de boca.

- Eu preciso estar com meus homens às 18:15h, Betina! - Ele disse, se aproximando da porta do quarto.

Peguei os quepes em cima da cama e saí.

- Chato, hein?! Puta que pariu... - Murmurei enquanto passava por ele, sentindo seu olhar percorrer meu corpo de cima a baixo. - Bora!

- Enrolada! Já era pra gente estar no meio do caminho. - Ele disse, abrindo a porta da sala para que eu passasse.

Parei por um segundo e dei uma volta, mostrando meu uniforme para ele. - Ficou bom? Tá marcando muito a barriga?

Beto sorriu, aquele sorriso que sempre fazia meu coração acelerar. - Tá linda, meu amor. Se você quer saber se dá pra ver que tá grávida... muito pouco. A túnica tá cobrindo bem.

Eu estava vestida com o traje verde oliva, uma saia, túnica, sapatos sociais, e uma bolsa preta discreta. Já Beto usava a camisa operacional padrão do BOPE, com seu nome bordado na frente - TEN CEL NASCIMENTO. A gandola preta característica do BOPE estava pendurada no meu braço. Caminhei em direção ao elevador, e ele se aproximou, beijando e acariciando meu rosto.

- Dois quepes? - Ele perguntou, pegando a gandola dos meus braços.

- Pra Tenente Luisa. Ela derrubou café no dela. - Ele assentiu enquanto entrávamos no elevador.

Quando chegamos ao estacionamento, Beto abriu a porta do Jetta para que eu entrasse. Observando-o dar a volta no carro e se acomodar no banco do motorista, segui o caminho em direção ao local do evento - um teatro dentro da sede do governo.

Assim que estacionou, Beto desceu do carro e abriu a porta para mim.

- Pega pra mim a gandola aí atrás, amor. - Eu me inclinei para pegar a farda e a passei para ele.

Enquanto ele terminava de se arrumar, fiquei observando. Tomei um mini susto quando ele abriu a calça para colocar uma parte da camisa pra dentro.

- Que foi? - Ele perguntou, sorrindo ao notar meu olhar.

- Como pode ser tão gostoso? - Respondi, provocando uma gargalhada e ganhando um selinho dele.

- E só teu, vê que mulher de sorte tu é. - Ele disse em tom brincalhão.

- Meu Deus, se acha demais...

Comecei a ajudar a arrumar o fardamento dele, dobrando as mangas e ajustando a boina preta no lugar certo. Ele se olhou no reflexo do carro e me agradeceu com um beijo, acariciando minha barriga em seguida.

Recebi uma mensagem de Luisa avisando que já havia chegado. Caminhamos juntos até a entrada do local, que estava lotada de militares da PM e do Exército Brasileiro, além de diversas personalidades civis.

- Gouveia, salvadora da minha pátria! - Luisa se aproximou rindo. - Coronel Nascimento... - Ela prestou continência para Beto, que assentiu em resposta.

Oceano | Capitão Nascimento - Por Agnes B.Onde histórias criam vida. Descubra agora