Capítulo 10

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Maitê Belmonte

"como pode um homem com cara de mau e

jeito de psicopata ser tão bonito assim..."


Acordo TRINTA MINUTOS atrasada do meu horário de trabalho, saio de casa correndo e sem comer absolutamente nada. A vaca da Heather tá de folga hoje, e por isso não me acordou. Assim que chego na empresa e vou para a sala de Amber vejo que nem ela chegou -graças a Deus-, vou até minha mesa para colocar minhas coisas, me assusto quando meu celular começa a apitar freneticamente por causa das mensagens que estou recebendo.

Philippe: Bom dia, Maitê...sério mesmo que vai me ignorar?
Você foi morar em Londres e não me disse nada...
Me atende...

Maldita hora que esse infeliz foi visitar a minha mãe, ele nem sequer gostava dela quando ela era sogra dele, agora fica rondando ela como urubu só para saber sobre mim. Quando terminei nosso noivado eu já sabia que ele iria ficar insistindo para voltarmos, só que surpreendentemente inicialmente ele aceitou até muito bem o fim, mas depois que soube da minha mudança para Londres não me deixou em paz faz alguns dias.

Leio as mensagens mais uma vez, e tomo a mesma decisão de antes, vou ignorá-lo, talvez assim ele se toque e pare de insistir.

Depois de arrumar minha mesa, ligar o notebook e começar a fazer algumas planilhas vejo que sai de casa sem a maldita pulseira -espero que Amber não veja-.  Continuo a fazer meu serviço, até que meu estômago começa a se revirar, minha cabeça já está doendo e a ressaca começa a bater, saí de casa correndo e não comi nada. Aproveito que estou sozinha na sala para abaixar a cabeça um pouco em cima da mesa, não quero descer agora para comer, já já está na de encontrar com Heather no shopping para almoçarmos e comprar uma roupa pro tal encontro de hoje -merda...vou tentar desmarcar isso.-.

- Se você adivinhar o que acabei de receber lá em casa para você, Coelhi...Má? Você tá bem? - Steve entra aos berros de supetão na sala de Amber, quase morro de susto. Me arrumo na cadeira e o vejo vindo apressado até mim.

- Coelhinha, hein...- O zoou pela forma como ia chamar minha chefe. Steve se agacha ao meu lado na cadeira e revira os olhos.

- Estou ansioso para saber os apelidos que você irá dar para o outro lá. - Steve comenta, e coloca a mão na minha testa para medir minha temperatura -e que mão gelada essa galera tem aqui, Jesus.-. E outra, que "outro lá" ele tá falando? Não acredito que Amber contou do encontro.

- Não acredito que a Amber te contou do meu encontro...- digo, e tiro a mão dele da minha testa. Steve se levanta e me olha com confusão.

- Encontro? Com quem? - pergunta, com os olhos arregalados.

- Não precisa fingir que não sabe. É com o irmão do dono daquele bar que nós fomos no happy hour. - informo, e Steve arregalou mais ainda os olhos.

- E o Dominic tá sabendo disso? - pergunto. com um sorrisinho sacana.

- Não faço ideia. Mas pelo visto a bocuda da Amber deve ter contado, né?! Já que você já sabe. - digo, revirando os olhos. Steve não se contém e começa a rir.

- Eu pagaria caro só para ver a cara do Dominic quando ele ficou sabendo disso. E outra, em defesa da minha coel..minha mulher, ela não me disse absolutamente nada. - diz, e se senta na mesa de frente para mim.

- E o que quis dizer com 'apelidos para o outro lá'? - pergunto, e o encaro com as sobrancelhas levantadas.

- Dominic, é claro. Quem mais? - diz, rindo.

Profecia da AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora