14: É onde eu quero ficar

236 35 37
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


15 de fevereiro de 2021

Pedro Tófani:

Me sinto confuso.

Ok... Talvez a palavra "confuso" seja pouco comparado ao caos que está a minha cabeça.

Acho que no fundo, quando eu entrei naquele hotel disposto a tentar uma última chance, eu não contava realmente com a aprovação de João, muito menos que ele fosse entrar no meu carro em prontidão e reagir tão bem comigo o arrastando para qualquer canto de Salvador.

A necessidade de encontrar uma imperfeição, deslize, qualquer erro que fosse no loiro se tornava mais presente dentro de mim. Cada segundo que se passava meu peito era tomado por aquela ardência esquisita e meu cerébro não abandonava os pensamentos de que eu estava me apegando demais ao homem.

Todo mundo tem defeitos, e ele com certeza não é diferente. Provavelmente deve ter um traço narcisista escondido por trás do seu rosto delicado e bonito ou então, alguma mania exótica que me faça perder o interesse.

Não importava o que fosse, eu repararia até no mínimo detalhe capaz de tirar dos meus pensamentos tantas ilusões que já haviam sido marcadas com nome e sobrenome.

Mas a verdade estava alí bem diante dos meus olhos; as bochechas lindamente avermelhadas e olhos vibrantes me observando com um pequeno sorriso no rosto.

Merda!

Ele continuava perfeito pra cacete.

Posso ter meus problemas mas nunca deixaria de apreciar a beleza do loiro.

Por isso, caço o celular no bolso o mais rápido que eu consigo, dessa vez não ligando se ele iria reparar ou não. Apenas abro a câmera, posiciono diante do seu rosto, ajeito o ângulo corretamente e fotografo.

Dessa vez, a fotografia captura seus olhos na lente e o sorriso dele é um pouco maior do que eu tinha reparado da última vez que eu o olhei.

— Alguma dessas fotos que você tem minha vai ficar comigo?
Ele pergunta se aproximando para olhar a tela do meu celular.

Nego veemente com a cabeça e João parece achar graça de situações.
— São todas minhas!

João franze o cenho apontando para o meu celular.
— Você sabe... eu não autorizei nenhuma delas, é o meu direito de imagem...

— Então vou torcer que você me processe, só pra eu te encontrar mais uma vez!

O loiro tenta segurar o sorriso mas desaba na minha frente.
— Cara, você não pode ser assim sempre...

COETERNOS - pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora