21: O tempo é agora em você

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16 de fevereiro de 2021

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16 de fevereiro de 2021

Pedro Tófani:

Sabe aquela sensação estranha de minuto cronometrado quando é um dia muito corrido e você precisa dar conta de tudo em um intervalo de tempo pequeno?

É exatamente como eu me sinto, a única diferença é que eu não tenho muito a fazer, só existe o pequeno espaço de tempo que anda me perseguindo incessantemente.

Como se um relógio de ponteiro não quisesse me dar sossego; me atualizando com seu som repetitivo quando cada segundo se passava.

Mas não existia relógio algum de ponteiro naquele quarto de hotel, só existia o meu cerébro constantemente me lembrando que estar ao lado do loiro tem prazo de válidade, e eu sentia ele se esgotar a cada instante.

O peso de João em cima de mim suspirando baixinho em mais um dos seus cochilos naquela manhã me lembrava que eu deveria me concentrar no agora e parar de sofrer por um futuro incerto, e eu me agarro ao mais alto como se toda a minha vida dependesse disso em um misto de sentimentos estranhos querendo provar o que estava no palpável.

Somente eu e ele no mundo.

Afundo o meu rosto nos seus cabelos absorvendo todo o seu cheiro; meu novo vício favorito.

Dessa vez, com um pouco mais de cuidado, beijo a sua testa e fecho os meus olhos aproveitando o momento de paz entre nós

Mas era óbvio que ele não duraria por muito tempo. Vozes altas vindas do corredor do hotel reverberavam por todo o quarto, e sem que houvesse muito tempo para eu assemelhar as coisas, o quarto foi destrancado e a garota morena que eu avistei ao lado de João na noite passada entra de uma só vez se atrapalhando e tropeçando no meio do caminho.

Hum... Ela seguido de um loiro de cabelo cacheado que a agarra no meio do quarto beijando toda extensão do seu pescoço antes de atacar a sua boca.

Eles não tinham visto mesmo que tinha gente no quarto?

Dou tudo de mim prendendo uma gargalhada que estava prestes a sair nos dentes.

Havia achado alguém tão louca quanto João.

É somente quando um grunhido de satisfação ecoa alto no quarto que eu volto a realidade tossindo alto na intenção de chamar atenção.

Os olhos da morena saltam ao me encarar e ela praticamente empurra o homem longe ficando impossível de eu controlar a risada outra vez.

— Porra, porra, porra!
Ela grita pondo a mão na boca em estado de choque.

Seus olhos focam no João ainda dormindo, focam em mim rindo da sua cara, voltam para João, depois para mim uma outra vez e aos poucos quando ela raciocina melhor um sorriso vai invadindo o seu rosto.

COETERNOS - pejão Where stories live. Discover now