☻ End¿ ☹

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☹ = Antes de Louis despertar.
☻ = Depois de Louis despertar.

Uma semana se passou após eu finalmente sair daquela cama. Antes de visitar Louis eu fui até a sua casa. Passeava por ali relembrando de nossos momentos, nossas bagunças... Ah, estes momentos, eu desejo tanto reviver eles.

Poder voltar com toda a minha vontade, brincar com seu cabelo e sempre elogiar seus lindos suéteres enquanto comíamos morangos.

Peguei embaixo de sua cama a caixinha com todos os meus bilhetes guardados ali, e revê-los foi a maior vergonha. Passei alguns minutos sentado sobre a cama de Louis tão cheia de pelúcias, lendo aquelas besteiras em que eu escrevia.

"Querido vizinho..."
"Todo o amor..."

Meus olhos fartos de lágrimas, mesmo assim eu gargalhava como algo feliz ali guardado. Então eu voltei ao hospital, com uma vestimenta mais limpa e agradável. Inspirei fundo antes de adentrar a sala onde Louis estava tendo o seu sono profundo, e então abri a porta com a caixinha em minha mão.

Foi automático, eu chorei demais e soluçava agoniado quando vi seu corpo franzino tão delicadamente paradinho e quietinho. O monitor-cardíaco apitava em cada batimento, insustentavelmente andei até a cadeira vazia ao seu lado, a arrastando sobre o chão para mais perto.

- Hey, Baby Boo... - Disse fraco, limpei a garganta, sequei as lágrimas e prossegui bambo, analisando seu rostinho tão frágil com alguns cortes cobertos com curativo, seus olhinhos fechados e seus finos lábios avermelhados cerrados. - P-parece que não estamos nada bem, hm? - Sorri de lado, mas abaixando o olhar em seguida com lástima intensa. - M-me desculpe, bebê... E-eu sinto muito, é a minha culpa, eu prometi para mim ser cuidadoso. - Suspirei. - Eu sou um idiota!

O analisava sem parar, e caia no choro quando eu acreditava ser minha culpa.

- Eu vou fazer tudo o quê for possível por você enquanto está em seu sono, tudo. Por nós. Por favor, acorde logo, bebê. - Choraminguei acariciando seu belo rosto, sem o seu sorriso que é tão bem desenhado. - V-volte...? - Encobri meu rosto sobre o colchão com as costas encurvadas.

Após alguns minutos, avistei um pequeno caderno sobre o criado-mudo, então peguei enquanto fungava. Estava totalmente vazio, e aquilo não era um problema.

Sim meu amor, foi esse caderno em que rescrevi toda a nossa história. Todos os dias em que eu te visitava, escrevia aqui meus bilhetes, nossas conversas que estão escritas não tão perfeitas, minha descrição sempre tão clara e nosso amor sempre tão bonito.

Depois que eu escrevia um pouco, contava para você durante o seu sono naquela velha cadeira ao seu lado. E eu podia sentir que me escutava, pois você meneava levemente os olhinhos ou os lábios, quase imperceptível.

2013:

Janeiro: Eu nunca havia ficado tão sozinho em minha vida, Louise me rejeitava por alguma razão a qual eu nunca soube. Todos os dias ouvia a última música em que tocou no carro antes do acidente e chorava todos os dias tentando ser forte. Eu não parava de olhar a sua janela com esperanças de vê-lo voltar.

Fevereiro: Entrei em uma profunda depressão, e por isso visitei tão pouco você no hospital, e assim a história teve a sua grande pausa. Eu ia para um psicólogo, e acredite, isso era um grande problema, nada se resolvia por completo. E foi o meu aniversário, e eu passei o dia inteiro recusando qualquer ligação, apenas te encarando sobre a cama falando sobre as festas em que eu já tive.

✿ NEIGHBOR ✿ L.SWhere stories live. Discover now