Decepções em série

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Enila

Para o mundo que quero descer! Mas me segura, se não eu caio!
Não acredito no que acabo de ver! Minha melhor amiga.. Aquela que eu compartilhei os melhores momentos nos meus ultimos 2 anos era uma traíra? Isso? A loira mais incrível do mundo, que também respondia por Tati, teve coragem de ficar com o cara que eu gostava! Ta, tá! Eu amo o Guto, mas todo mundo sabia do meu lance com Marcelo! Ele era meu ponto de fuga pra esquecer Guto! Talvez isso fosse errado e eu não ia usar o Marcelo! Eu gosto dele, não o tanto que eu amo Guto.Afinal, isso são detalhes! O que importa aqui é.. O quão sem vergonha foi Tatiane? Hein? Será que eles estão juntos a quanto tempo? E Marcelo hein? Nossa! Pra quem se dizia gostar tanto de mim, desapegou rapidinho!

As lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu corria para o banheiro.
Abri uma das cabines e me joguei em cima do vaso sanitário com a tampa abaixada. Minhas lagrimas frias e de decepção. Duas traições num só dia e num só casal? O cara que se dizia louco por mim e a menina que se dizia minha melhor amiga!
Enquanto meu choro foi se tornando soluçante e alto, ouvi alguns passos e risos adentrado o banheiro. Tentei me silenciar, afinal ser pêga chorando no banheiro é coisa de criança. E daí? Eu sou um tanto quanto infantil mesmo. Mesmo com a entrada de alguém no banheiro meu choro nao parou. Eu não conseguia controlar, algo em mim estava caído e fraco. Meu coração batia mais lento. A dor de uma traição nunca foi tão grande! Claro que eu ja havia sido traída por uma amiguinha de escola quando nova. A tal menina enjoadinha que brincava comigo na segunda série foi a primeira traição de amizade que tive. Ela havia trocado uma tarde de filmes na minha casa por uma tarde na casa de praia da Larissa! Pra uma criança de 8 anos, ser trocada assim por uma casa de praia e uma menina chata loira até vai! Agora aos meus 20 anos a história mudou muito de figura! Antes o que me faria rir, me causa dor! Ser traída, trocada.. Ou seja lá o nome que for isso que aconteceu. Enquanto meus pensamentos vagavam entre presente e passado, ouço batidas na porta.

-Hey? Tem alguém ai?

Não reconheci aquela voz. Era uma voz fina. Não chata, apenas fina

-Oi, tô aqui! Não precisa se preocupar, foi só um machucado.-Minha voz estava chorosa e muito confusa de entender, mesmo assim fui rapidamente respondida.

-Abra a porta, deixa eu ver como você tá.

Antes de eu abrir a porta eu pensei se era confiável deixar uma menina desconhecida me ver naquele estado. Não se pode confiar em todo mundo.. E eu hoje, melhor do que nunca sabia disso.
Porém, o pior já estava feito. Deixar ela me ver ou não era o menor dos males.

Abri a porta e a olhei. Pela sua cara de espanto eu tava horrível. Nunca fiquei muito bonita após aquele choro soluçante que vem do fundo da alma.

-O que aconteceu com você? Onde dói? -Ela me olhava fixamente enquanto perguntava.

-Meu coração! Nunca doeu tanto! Não pelo cara, sim pela amiga! Como ela pôde? Como?-Ela me olhava espantada e curiosa pela minha história confusa. Eu falei coisas que só faziam sentido pra mim, como ela iria entender? Mesmo assim ela me ajudou a levantar, segurou minha bolsa e me abraçou. Assim, do nada. Como não tinha opção e nada seria melhor que um abraço sincero, eu retribui.

Como uma pessoa chega do nada e nos conforta dessa forma? Tudo parece uma bagunça e do nada aquele abraço te conforta de uma forma surreal.
Foi essa a definição daquela sensação. Era o que precisava.
Parei de chorar. A menina me olhava com seus olhos castanhos escuros, agora mais alegres por ver minhas lagrimas pararem de cair.

Acidentalmente me apaixonei!Onde histórias criam vida. Descubra agora