25 de Janeiro( quarta-feira)

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Eu acordei com alguém falando meu nome... sem abrir os olhos eu sinto um cheiro conhecido e me lembro de onde estou.

Eu: Ah Thommy, só mais cinco minutos... - eu falo ainda dormindo.

Thomas: Não senhora! Hoje tem aula, anda! - ele diz me acordando.

Eu: Ah nãããão Thomas! - resmungo.

Thomas puxa meu cobertor me fazendo sentir frio e eu bufo me sentando na cama.

Thomas: Aleluia. Sei que meu abraço é gostoso mas uma hora você tinha que acordar! - ele ri e eu o olho confusa.

Eu : Ãn? Como assim seu abraço? Do que tá falando, babaca?...

Thomas: Só se troca, te espero pro café lá na cozinha - ele sai do quarto rindo baixo igual criança.

Eu: Estranho esse menino, Ox... - penso comigo mesma enquanto vou ao meu quarto pra me trocar.

POV. THOMAS

Ela dormiu abraçada em mim e nem se lembra disso, rio comigo mesmo ao me lembrar da cara de espanto dela ao ouvir a palavra "abraço" e "meu" na mesma frase enquanto coloco um pacotinho de bolachas na mesa.

Vejo Cath descendo já de uniforme e senta na mesa começando a beber seu "tão precioso" suco de laranja .

Eu: Catherine? Eu acho que vou pra mesma escola que você e...

Ela quase engasgou com o suco.

Cath: quê? - ela grita.

Eu: não grita, sua louca. Eu não tenho certeza, mas o uniforme pelo menos parece ser da mesma escola. - Digo me aproximando um pouco da blusa dela pra ler o nome do colégio...

Cath: O que está fazendo, idiota?!

Eu: To lendo o nome da escola. To tentando na verdade. Para de se mexer, sua besta.

Ela bufa e para e eu consigo ler.

Eu: Sim,  é pra essa escola que eu vou.- digo desfazendo assim a cara de esperança que ela parecia ter.

Cath: Ah, senhor, o que eu te fiz? Nossa, precisava me fazer isso?- ela resmunga em uma pequena encenação com a cabeça inclinada para o teto como se falasse com Deus realmente.

Eu: Dramática - digo baixo.

Cath: Bobão...- ela responde no mesmo tom que eu usei, como se estivesse falando apenas para si mesma.

A observo com cara de tédio e bebo meu leite.

Acabamos o café e vamos escovar os dentes. Quando desço ela já está na sala.  Sorrio discretamente  e acabo de me arrumar, pego a chave do carro e abro a porta de casa.

Eu: Você vem? - digo ainda com a porta aberta.

Cath: Com você? Não, obrigada.

Eu: São 7:45 e nós estamos 15 minutos atrasados para a primeira aula. Você tem certeza que quer ir a pé?

Ela bufa e saí do apartamento entrando no elevador enquanto eu tranco a porta.
Entro no elevador e sinto o cheiro do meu perfume misturar com o perfume dela. Rio mentalmente ao imaginar o que ela faria ou como agiria se eu dissesse algo assim a ela brincando.

O elevador é um tumulo de silêncio até o estacionamento.

Eu aperto a chave e meu carro apita.

Cath: Vamos logo, cara, você demora demais e estamos atrasados. - ela diz puxando minha mão e eu sorrio.

Entramos no carro e ela pede pra ligar o rádio.

Eu: Claro, ligue.

Ela liga em uma rádio em que toca Radioactive.
Quando a música começa ela canta junto sem se importar com as pessoas que olham do lado de fora.  Eu rio. Na hora do refrão eu canto com ela e nós gargalhamos.
Pouco tempo depois chegamos na escola e saímos apressados do carro.

Eu: Putz, já são 7:55 , temos que correr.

Cath: okay, vem, conheço um atalho pras salas de aula sem ter q passar o pátio inteiro  - ela diz me puxando pra um arbusto atrás da escola. - entra aí.

Eu entro por um buraco e saio do outro lado cheio de folhas e galhos. Ela passa e sai intacta porque é pequena.

Corremos até a sala. Chegando na porta ela  bate e uma mulher idosa abre com cara de brava.

Cath: Professora Silvia, podemos entrar?  Ele é novo aqui e não sabia chegar, e eu o ajudei, por isso demoramos.

Ela olha meio desconfiada mas percebe que nunca havia me visto antes. Limpo uma folha que restou no ombro da camiseta e a encaro.

Silvia: Entrem mas lembrem-se que essa escola não tolera atrasos. Seu nome é?

Eu: Thomas Delahara.

Cath entra na sala e a professora me pede pra me apresentar para a sala.

POV. Cath

Ele está la na frente e eu aqui no fundo da sala. Todas as meninas o encaram e isso de alguma forma está me irritando muito.
Ele finalmente acaba e corre os olhos pela sala a fim de achar uma carteira vazia pra se sentar. Sigo seu olhar e vejo que ele achou. Olho pra carteira que ele escolheu. A única vazia. Longe da minha. Na frente da carteira de Bettanny Harleys, odeio essa garota!  Insuportável.

A aula continua e eu fico observando ele conversar com ela e ela dar em cima dele a cada  segundo.
Afundada nos meus pensamentos e concentrada nos dois à minha direita, esqueço que estou em aula e vejo a professora Silvia gritando meu nome do lado esquerdo da carteira.  A sala inteira está me olhando. Bettanny está rindo de mim enquanto enquanto Thomas apenas olha a professora confuso.

Eu: Desculpe professora. Eu me desconcentrei um pouco.

Silvia: Um pouco?  Eu estou faz dez minutos te perguntando a resposta da página 34 e você me ignorando! Olha aqui senhorita, da próxima vez, você vai ter uma visita na sala da diretora.

Eu resmungo com raiva e volto a atenção para a apostila.

As aulas passam como se demorassem duas horas cada uma.  Quase dormi na aula de geografia se não fosse o sinal de saída para me acordar. Arrumo meu material e vejo que metade da sala já saiu, isso inclui Thomas.
Desço pro estacionamento e não o vejo.

Droga, ele já foi. Idiota!

Lembro que as meninas faltaram e bufo ao me tocar que vou ter que ir à pé. O carro dele não está estacionado onde ele deixou quando passo por lá.

Ando até em casa e entro no elevador pensando nos motivos que podem ter feito ele vir sozinho e me deixar lá.

Abro a porta do apartamento com minha chave e vejo a única que eu não imaginei que estaria lá e mesmo se imaginasse teria vontade de matá- la...

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O Diário de CatherineWhere stories live. Discover now