Begin Again - O Reencontro do RBD

05. Maite é quem mais fala sobre retorno do RBD

Maite não gostou nada de saber que todos os outros estavam de acordo com o reencontro, e que ele aconteceria com ou sem ela. No fundo, tinha esperanças de que a ideia estúpida do Pedro Damián babasse. Pensou que ao menos Poncho resistiria. Ou que Anahí não voltaria da Europa para isso. Mas Armando lhe disse que estavam todos lá, discutindo ideias: disco, DVD, turnê. Era algo maior do que ela pensava. Mas participar disso não era uma questão. A Maite Perroni de hoje não era a mesma do início da carreira. Ela tinha um nome a zelar agora e voltar atrás significaria se rebaixar. Isso era claro e evidente. Ela não tinha uma posição de destaque no RBD e o público já havia se acostumado a vê-la como protagonista, no centro das atenções. Ela não podia se diminuir. Nem tinha qualquer interesse nisso.

Anahí de fato apareceu na casa do Christopher para conhecer os filhos dele - os quatro que moram lá, pelo menos. Ela achava que era importante restabelecer os laços de amizade entre eles todos. Aquela intimidade tinha que voltar, para conseguir ser transmitida ao público no palco. Obviamente, eles iriam passar mais tempo juntos daqui para frente, com as gravações e os ensaios, mas ela queria começar logo a fazer algo pelo projeto - e a social era parte disso.

Como as crianças realmente amavam Mia Colucci, foi fácil o encontro. Anahí ficou encantada com os filhos do amigo, e a esposa dele, obviamente, amou a visita. Fãzoca, ela até pediu para fazer algumas fotos na sala: Anahí e as crianças, Anahí e ela, as duas com as crianças... Christopher virou fotógrafo por alguns instantes. A mulher dele, na verdade, era um pouco sem noção. Mas Anahí achava graça. Era cômico também a ironia da vida: ela não conseguiu ter filhos com nenhum dos maridos e, em contrapartida, seu ex-namorado teve uma penca de crianças.

Dulce pediu que o namorado fosse embora do seu apartamento. Precisava ficar sozinha. Rever Christopher, Alfonso, Anahí e Christian tinha mexido com ela, e não sabia se de uma maneira boa ou má. Era uma situação muito estranha, muito louca. Eles não eram amigos, definitivamente. Não se falaram direito durante todos aqueles anos. Mas, quando se reuniram naquele escritório, de alguma maneira, havia certa intimidade. Mal ou bem, ela passara cinco anos de sua vida com aquelas pessoas - cinco anos nos quais conviveu mais com eles do que com quaisquer outros, incluindo sua família. Ela percebia o reencontro (não o profissional, mas o pessoal mesmo) como se, de repente, a turma do colégio fosse obrigada a ter aulas junta novamente dez anos depois. Eram pessoas que, se podia dizer, não significavam mais nada, mas com as quais ainda havia uma inegável conexão. Ela achou que se sentiria totalmente desconectada com eles, mas não foi assim. Logo que se sentou com Anahí para conversar, se viu mergulhada no túnel do tempo. Havia sim algum desconforto, mas ele não estivera sempre ali?

Poncho foi visitar Maite na mansão dela - que era realmente um lugar impressionante desde a fachada, embora o interior fosse ainda mais ostentário. Ele tinha ideais claros quanto aquilo: ela realmente achava que precisava de tanto para viver? Obviamente, ninguém necessita de uma casa daquele tamanho... Ele vivia bem em um quarto e sala. Mas tudo bem. Ela era ela. Maite havia lhe convidado para um jantar para sondá-lo sobre o retorno do RBD: queria saber mais detalhes, que só alguém pessoalmente envolvido podia dar. Armando era muito técnico e matemático.

- Por que você aceitou, Poncho? - ela perguntou, sentada ao lado dele no sofá da sala de estar. Os dois estavam meio jogados, sem muita compostura, como nos velhos tempos. Eles sempre foram muito próximos. Maite até admirava a postura indie dele, o que incluía ter assistido a alguns filmes ruins no DVD só para prestigiar o trabalho.

- Eu obviamente não tinha qualquer interesse nisso, assim como você, embora por razões diferentes. Mas vi uma oportunidade de ganhar dinheiro para tocar meus projetos.