Casamento de Mentira

O Casamento

Capítulo 9

Pov's Mel

Depois de sairmos da empresa, pedi à Sérgio para me levar ao cortiço (como nossa família apelidou a vila onde morávamos), precisava passar na casa de Paulo, eu havia esquecido meu celular lá.

-O que faz aqui essa hora, doce Mel? -Ele perguntou, desta vez, sem o boneco em sua mão

-Eu acho que deixei meu celular aqui ontem -Eu falei

-Ah, sim. Vou buscar pra você. -Ele disse entrando na casa que quase sempre estava com a porta aberta e saindo pouco tempo depois, me entregando o celular

-Obrigada... -Eu disse

-Há algo errado. -Ele disse

-Com o quê? -Perguntei

-Com você. Conte ao velho Paulo oque houve.

-Está tudo bem... -Eu disse e ele voltou três passos pegando o boneco Alecrim

-Você pode até tentar enganar o velho Paulo, mas à mim você não engana. Diga ao Alecrim oque está acontecendo com a menina que ele tanto ama. -Ele disse, sorri instantaneamente ao ouvir as vezes soarem como rimas

-Você me conhece mais do que eu mesma. Mas estou com pressa, então não me resta tempo para explicar tudo. -Eu disse

-Só conte ao Alecrim oque tanto preocupa a flor do meu jardim.

-Lembra do Chay? Que tinha me pedido em casamento de mentira? Ele refez a proposta, e eu aceitei. Agora vamos nos casar in extremes no hospital daqui do bairro. -Eu disse

-In extremes? Quanta palavra difícil, se continuar assim, terá de repetir do início.
Não é certo se casar, não sem amor. Alecrim sabe que depois disso, nosso Mel vai sentir muita dor.

-É, já parei pra pensar em como vou ficar quando eu me separar do homem que tanto gostei por anos e que por loucura do destino me casei. Mas eu preciso fazer isso, vai ser pro nosso bem. -Eu disse

-Tem certeza do que está fazendo? -Sr Paulo perguntou e ouvi Sérgio gritar "Vamos, Mel"

-Sim. -Eu disse antes de me despedir e voltar para o carro de Sérgio.

Então seguimos há caminho da loja de vestidos. Que dessa vez eu quem fez questão de ter um.

-Você está tão calada...-Sérgio disse.

-Estou pensando. -Respondi

-Não quer voltar atrás agora, não é?

-Não... Só que eu preferia a idéia de fingir que era a esposa dele. Não casar e ninguém saber que eu casei. -Eu disse

-Tudo vai dar certo, Mel. Você vai ver. -Ele disse olhando pra mim sorrindo, as vezes eu achava que Sérgio tinha um plano em mente já formado, mas só não sabia oque era.

Às vezes eu pensava que ele era meu anjo da guarda, eu sei, "que coisa tola", mas ele sempre estava me tirando das situações ruins, e sempre fazendo de tudo pra me ver feliz. Talvez anjo da guarda fosse exagero, quem sabe ele só estivesse fazendo o papel de melhor amigo/irmão. Pois de uma forma diferente, Arthur sempre fez o mesmo, claro que nas coisas que estavam no alcance dele, ele não tinha dinheiro, carro importado, celular de ultima geração, ou até mesmo trabalhava na maior construtora di Brasil, mas sempre me fazia sorrir, igual o Sr. Paulo.

Todos achavam estranho, pois sempre tive vários amigos homens mas só havia namorado uma vez. Todos apoiavam que eu e Arthur ficássemos juntos, mas nós nos considerávamos irmãos.