Capítulo 3 - A escuridão

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Julian ouviu a porta sendo aberta e a conversa entre Ruthie e Lucien, desceu as escadas lentamente e foi até eles.
- Então, Lucien, deu um beijinho na sua namoradinha?
- Ela foi sequestrada por algum demônio maldito. - ele suspirou e se encostou na parede.
- Por sorte - Ruthie falou, tirando um frasco com um líquido preto do bolso - eu peguei um pouco do sangue nas cobertas. Pode me agradecer depois, vamos rastrea-la.
- E depois disso? - Lucien perguntou.
- Depois a gente salva a sua fiona. - Ruthie sorriu e foi até as escadas - vou buscar os itens necessários. - acrescentou e subiu as escadas.
- Lucien?
- Sim?
- Tem marca de batom perto da sua boca. - Julian falou com uma sobrancelha levantada.
- Ah. - Lucien levou uma mão até o rosto e limpou - foi... nada demais, sério.
- Tudo bem. - Julian riu - Mas agora desabafa, você não está tão tranquilo como aparenta.
Lucien o olhou, como se fosse manter a postura forte, acabou por desistir e se sentou no sofá.
- Não sei o que fazer, meus pais estão mortos, por algum motivo Deus me quer protegido e tenho poderes de demônio, sem contar minha amiga que foi sequestrada por minha causa. Eu queria... acordar e descobrir que é um sonho.
- Espera, por que acha que é por sua causa?
- Tinha um demônio na casa, aqueles que possuem pessoas. - Lucien o olhou - ele sabia meu nome e o da Ruthie não, sendo que ela um anjo, no sentido literal, então eles só podem ter sequestrado ela pra me atrair.
Julian ficou quieto e se sentou no braço do sofá, com o olhar vazio, apenas pensando.
- Espera... - Lucien falou ao se levantar - eles não tinham como saber da Sarah, a não ser que estivessem na cidade a alguns dias e estivessem tomando uma a uma as pessoas...
- O que foi?
- Eles não tinham como saber da Sarah só por hoje, ou seja... - Lucien arregalou os olhos - Lucker, Martin, Carmen...
- Eu vou ver se eles estão bem. - Julian garantiu - você fica aqui com a Ruthie e rastreiem o demônio, ou Sarah, acho vocês logo depois.
Ruthie desceu as escadas e viu Julian desaparecer, levantou uma sobrancelha e lançou um olhar questionador a Lucien.
- Ele foi ver se outras pessoas estão bem. - Lucien falou - achou ela?
- Achei. - Ruthie confirmou - está numa casa perto da saída da cidade.
- Então vamos lá. - Lucien foi até a porta.
Ruthie esticou o braço e fez a porta se fechar.
- Eu não sou burra, Lucien. - ela falou - eu já verifiquei, e adivinha? Tem dezenas de demônios lá, todos te esperando.
- Vamos mata-los.
- Eu me pergunto - ela se aproximou dele, cruzando os braços - como um novato pode matar humanos a sangue frio, como aquele na casa da Sarah.
- Ele estava possuído, queria que eu tivesse deixado ele matar você? Na próxima vez eu deixo.
- Os anjos quando estão iniciando, tem temor de matar humanos, medo da culpa os tomar, mas você não, você não parece nem um pouco preocupado em matar dezenas de humanos inocentes.
- Por que você fala como se não fosse um anjo? - ele retrucou.
- Mais eu sou um anjo, docinho. - ela falou num tom irônico e sorriu - nós vamos, mas se eu perceber que não vamos ter chance, te arrasto de lá no mesmo momento.
- Por que se preocupa tanto comigo?
- Ora, não somos amigos? - ela deu de ombros - é minha missão manter você vivo.
Ela foi até a porta e saiu da casa, com Lucien a seguindo.

***

Julian chegou na casa de Lucker e entrou, estava tudo escuro, sinal de demônios. Ele estalou os dedos e toda a casa se iluminou. De repente, Lucker apareceu nas escadas e desceu as mesmas.
- Julian? O que foi?
- Lucker? - Julian ficou surpreso - é... que tem pessoas na cidade desaparecendo misteriosamente, fiquei preocupado.
- Eu estou bem - Lucker falou, indo até ele - meus pais estão fazendo hora extra no trabalho. Quer fazer alguma coisa?
- Ah, sim. - Julian rapidamente sacou uma adaga e atravessou no abdômen dele - acha mesmo que pode enganar um anjo treinado?
Lucker caiu no chão rindo, seus olhos se tornando vermelho sangue.
- Eu esperava que você viesse, Julian.
Carmen e Martin apareceram e lançaram Julian na parede, o mantendo na parede. Lucker tirou a adaga de si e se levantou.
- Esperava que trouxesse o garoto também, mas não tem problema. Vou acha-lo do meu jeito.
- Espera, se você não morreu com a adaga... - Julian arregalou os olhos - Lúcifer ou Sahad?
- Sabe, eu fico muito irritado quando os seres acham que sou um deles. - Lucker foi até Julian - sou a própria escuridão, querido Julian.
- Eu pensei que fossem só mitos. - Julian falou - escuridão, trevas, os demônios mais antigos.
- Olha, alguém que já ouviu falar de nós. - Lucker bateu palmas - a guerra exigem todos os aliados possíveis. Mas agora eu tenho que me decidir: o que faço com você?

Anjos e Demônios - O filho de Lúcifer Where stories live. Discover now